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No último sábado de Maio, reunirmo-nos
habitualmente, no Encontro do 7º ano de
1959-1960, do então Liceu Nacional
de Aveiro.
Agrupámo-nos, pela primeira vez,
no Hotel Imperial, em Aveiro, na Primavera
de 1994, após praticamente uns
trinta anos de afastamento e de desconhecimento das agruras e felicidades, sucessos
e insucessos que a vida nos fora trazendo.
Nós que vivemos em franco
convívio, durante sete anos, no «nosso liceu», ou apenas dois, 6º e 7º anos,
após uma frequência de cinco no Externato
de Ílhavo, ficámos amigos, sendo
a sincera amizade, hoje e sempre, um bem a preservar.
Éramos um grupo de jovens
saudáveis e sonhadores, que, refreados pela educação do tempo e pelos costumes
de então, não deixámos de ser moços e moças, alegres e felizes.
Baile de Finalistas,
no Teatro Aveirense
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Desde picnics a S. Jacinto, em barco
mercantel, a idas no Vouguinha para
convívios, em Eirol, até a luxuosos
bailes no Salão Nobre do Teatro Aveirense, récitas no mesmo Teatro, excursões
ao Algarve, houve de tudo um pouco, em sãs confraternizações.
Em Albufeira…em 1960
Essa familiaridade liceal, para
alguns eleitos, era prolongada, pelo
Verão quente, na Costa Nova, pela ria e pelo mar…
Na ria da Costa Nova,
1961
E cá estamos de novo, de novo, na
borda de água, depois do almoço-convívio
na Estalagem da Pateira de Fermentelos, em Maio de 2008.
Havíamos há pouco criado o Marintimidades,
aproveitando a visita pela borda da
pateira, local inspirador, agradável e evocador, para aí falar das suas
embarcações e belezas.
Este ano de 2013, com mais cinco em cima, conta uma diuturnidade, tendo direito
a evocação. Voltámos à beira d’água,
a Pessegueiro do Vouga, sobre o
próprio rio que lhe dá o nome… o Vouga,
que tanto nos diz.
Ponte secular de
Pessegueiro do Vouga
Com ponte belíssima e secular,
também local idílico…e sossegado. Elegantíssima obra de engenharia arrojada,
esta ponte, construída em pedra, inaugurada em 1913, nos seus 165 metros de comprimento e 28 de altura,
desmultiplica-se na beleza dos 12 arcos, geometricamente pensados e repensados.
E, já agora, como estaremos de embarcações? Coscuvilhemos…e, de mão dada, para
não cair, fomos assapar numa patacha, o que sempre nos agrada ao
olhar e à alma, ao sentir a água fresquinha e corrente do rio.
Recanto paradisíaco
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A ponte insere-se num recanto
natural verdadeiramente paradisíaco de verdes matizantes das montanhas que
desaguam languidamente nas águas do rio Vouga, donde sobressai pela sua
imponência, majestosa e sóbria, transmitindo uma imagem ímpar de beleza natural
e artística.
A Ponte do Poço de Santiago, para além das suas particularidades
estruturais, tem também um importante significado histórico. Por ela passava o Vouguinha, carinhoso nome dado ao
comboio a vapor que circulava na Linha do Vale do Vouga.
Foi um dia bem passado, nesta
Primavera que tarda em assentar arraiais, a recordar récitas, bailes,
excursões, histórias, a ver vídeos e fotografias e a «brincar» aos jovens,
graças àquela pitadinha de criança
que ainda existe em cada um de nós, não sem a voz sedutora de Manuel Freire, nosso colega,
acompanhado à viola.
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Pelo meio da tarde, eis que demos
conta que, em vários pontos da serra, o fogo serpenteava as encostas, activado
pelo vento fresco e algum calor. É a peste repetitiva dos nossos Verões, que
teima em nos privar da frescura das matas e florestas. Foi um corrupio de
civis, carros dos bombeiros e helicópteros, em ajuda mútua.
O fumo plúmbeo, em
nuvens ascendentes…
Claro, além de conviver com os
colegas e amigos, recordar simpatias, paixonetas, derriços, «amores encobertos», nunca revelados…, outros mal
resolvidos, não sem todos sentirmos o peso, os efeitos e a experiência de mais
uns simpáticos cinquenta anos em cima. Meu Deus! Como o tempo passa, deixando
marcas mais ou menos indeléveis!!! Foi o nosso 20º Encontro, após um interregno de cerca de trinta anos.
Fotografias
– Do Arquivo da autora do blogue
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Ílhavo, 26 de Maio de 2013
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Ana Maria Lopes
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