terça-feira, 28 de junho de 2011

Retratos do litoral português - 2

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Continuando na Nazaré, esta foi a vila piscatória que ainda conheci – a trabalhar em condições muito precárias, carente de um porto de abrigo, era senhora de um areal sedutor!!!!!!!

Morria-se à vista de terra, sucumbia-se para ganhar o pão! Quantas mulheres viúvas… e quantas noivas ficaram por casar……….


Areal pelos anos 60


Barca, barcos da neta, barcos do candil, lanchinhas, um areal colorido, pejado de embarcações e movimento! Quase tudo desapareceu na praia da Nazaré. Foi esta a praia que ainda calcorreei, de equipamentos em punho, em agradável companhia…

A barca sobressai, pela dimensão e pela pujança. Era uma embarcação de boca aberta, de quilha pouco acentuada com dois robaletes de cada lado, roda de proa arredondada terminada em capelo e popa sem painel. Leme exterior.

Navegava a remos (sempre os remos típicos da Nazaré), três ou quatro de cada lado, e possuía quatro bancos. Auxiliar dos galeões dos antigos cercos americanos e, posteriormente, das traineiras a vapor, transportava homens, aprestos e peixe para terra ou para o barco. Foi com essas funções que ainda a conheci.

Media cerca de 10,80 metros de comprimento, 3,36 m. de boca e 1,12 m. de pontal. Matriculou-se pela última vez na Capitania da Nazaré em 26/7/1978.

Exibe-se uma, a MARIA EULALIA, na galeria exterior do Museu de Marinha, em Lisboa, de medidas idênticas, apenas com um pouco mais de pontal: 1,29 metros. Construída na Nazaré por José Rosado de Oliveira em 1967, foi, posteriormente, oferecida, em 1983 ao Museu pelo armador João de Deus Estrelinha.

Na Nazaré, junto à esplanada da praia, mostrava-se, em núcleo museológico exterior, pertença do Museu local, já há bastantes anos, a barca MIMOSA.



Barco da neta e barca. Anos 80


Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 28 de Junho de 2011

Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Retratos do litoral português - 1

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Outro costume curioso da dita Nazaré dos anos 60 (ainda perdurou no tempo, mas com menor intensidade) era a venda de peixe miúdo, já seco, quer na praia,  quer ao longo dos passeios marginais.

As nazarenas amanhavam, mesmo à unha, o carapau ou biqueirão e secavam-no na praia numa espécie de tabuleiros com fundo de rede, que assentavam nuns varais. O aspecto era original e singular. Chamavam-lhe o estendarte do peixe.
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Nazaré, estendarte de peixe, na praia

Arquivo pessoal da autora
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Ílhavo, 20 de Junho de 2011

Ana Maria Lopes
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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Conversas Informais no Museu de Marinha - Divulgação

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Exposição de Embarcações Tradicionais Portuguesas



Conversas Informais



Fonte: Museu de Marinha

Ílhavo, 15 de Junho de 2011

Ana Maria Lopes
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domingo, 12 de junho de 2011

O lugre Maria das Flores - Que surpresa!

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Que delicioso presente de domingo! Muito o agradeço.

Suspendo, hoje já, os meus retratos do litoral português com o que não deixa de ser também um óptimo e inédito retrato do litoral português, em 1946, do estaleiro do Bico da Murtosa onde foi construído o lugre Maria das Flores, de cuja construção, bota-abaixo e desencalhe me ocupei há pouco tempo, no Marintimidades. São estas surpresas que, por vezes, me recompensam de todas as horas de pesquisa que o Marintimidades me rouba. Valem a pena.

Recebi um e-mail de Paulo Carinhas, natural da Murtosa, com duas fotografias, uma das quais, neste caso, vale mais do que mil descrições, que quero partilhar com os apreciadores do meu blog.

Dixit:

Sou Paulo Horta Carinha, nascido e criado na freguesia e concelho da Murtosa, e um apaixonado por esta terra em particular e pelo ambiente em torno da maresia em geral.

Venho por este meio dar-lhe os parabéns e agradecer-lhe o seu artigo sobre o “Lugre Maria das Flores”, história(s) que recordo de os meus pais contarem.

Com este seu excelente trabalho de pesquisa dá-lhe outra dimensão histórica, para a qual eu só tinha fotografias da sua construção que tenho a satisfação de lhe enviar.

Cumprimentos

Paulo Horta Carinha

Vista aérea do Estaleiro do Bico da Murtosa


Edito as fotos, sobrevalorizando, inegavelmente, todos os dados informativos que a primeira nos faculta.


Cadaste do navio, em segundo plano


A segunda é uma daquelas recordações de época que todos gostamos de ter, mas, que, neste caso, é veículo de um excelente registo.

Fotografias gentilmente cedidas por Paulo Carinha


Ílhavo, 12 de Junho de 2011

Ana Maria Lopes
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Retratos do litoral português

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Sempre que vou ao MMI, dou uma vista de olhos pela exposição de fotografia “Fora de Bordo – olhares sobre o Mar Português”, na perspectiva de alguns fotógrafos estrangeiros consagrados.

Porque também tive o privilégio, se assim se pode chamar, de ter contactado com o nosso litoral, pelos anos 60, em trabalhos de pesquisa, sinto-me identificada com as imagens, através de cenas que me marcaram e que observei de perto.

E que tal, para variar, ir divulgando alguns retratos do nosso mar, nessa época, que nem todos tiveram a oportunidade de reconhecer?


Nazarenas, na praia, esperam os seus homens


Enquanto nazarenas, de negro trajadas, esperam os seus homens, na praia, já uma companha prepara o barco do candil, para sair para o mar.

O remo, na Nazaré, era muito característico, diferente dos que estamos habituados a ver. Formado por vara roliça, sobre a extremidade da qual se sobrepõe a , encaixa nas enchamas, através de cágado triangular.

Neste caso, o remo ao alto, à popa, significa que a embarcação já tem lance marcado, para a vez seguinte.
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Foto - Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 8 de Junho de 2011

Ana Maria Lopes
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