Continuando na Nazaré, esta foi a vila piscatória que ainda conheci – a trabalhar em condições muito precárias, carente de um porto de abrigo, era senhora de um areal sedutor!!!!!!!
Morria-se à vista de terra, sucumbia-se para ganhar o pão! Quantas mulheres viúvas… e quantas noivas ficaram por casar……….
Areal pelos anos 60
Barca, barcos da neta, barcos do candil, lanchinhas, um areal colorido, pejado de embarcações e movimento! Quase tudo desapareceu na praia da Nazaré. Foi esta a praia que ainda calcorreei, de equipamentos em punho, em agradável companhia…
A barca sobressai, pela dimensão e pela pujança. Era uma embarcação de boca aberta, de quilha pouco acentuada com dois robaletes de cada lado, roda de proa arredondada terminada em capelo e popa sem painel. Leme exterior.
Navegava a remos (sempre os remos típicos da Nazaré), três ou quatro de cada lado, e possuía quatro bancos. Auxiliar dos galeões dos antigos cercos americanos e, posteriormente, das traineiras a vapor, transportava homens, aprestos e peixe para terra ou para o barco. Foi com essas funções que ainda a conheci.
Media cerca de 10,80 metros de comprimento, 3,36 m. de boca e 1,12 m. de pontal. Matriculou-se pela última vez na Capitania da Nazaré em 26/7/1978.
Exibe-se uma, a MARIA EULALIA, na galeria exterior do Museu de Marinha, em Lisboa, de medidas idênticas, apenas com um pouco mais de pontal: 1,29 metros. Construída na Nazaré por José Rosado de Oliveira em 1967, foi, posteriormente, oferecida, em 1983 ao Museu pelo armador João de Deus Estrelinha.
Na Nazaré, junto à esplanada da praia, mostrava-se, em núcleo museológico exterior, pertença do Museu local, já há bastantes anos, a barca MIMOSA.
Barco da neta e barca. Anos 80
Arquivo pessoal da autora
Ílhavo, 28 de Junho de 2011
Ana Maria Lopes
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