domingo, 28 de junho de 2009

Desafio...3

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Será o terceiro desafio do Marintimidades. Para um dia chuvoso de Verão, escolhi este lugre, mais uma vez, escondido na cava da onda. Imagem sempre emocionante!!!

Quase me arrependo, tão grande é a facilidade!!! Não escorreguem...com o balanço.
De que navio se trata? Para a próxima, prometo que será bem, bem mais difícil…

Fotografia – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 28 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Ria de Aveiro em Fotoselos - II



Meio publicitário e propagandista dos anos sessenta, também contemplou, além da praia da Costa-Nova, outros trechos da “nossa ria”:

Moliceiro na faina

Vista aérea dos Estaleiros da Gafanha da Nazaré

O acesso à saída da barra…


Fotoselos – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 24 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

segunda-feira, 22 de junho de 2009

De Altair a Vega e de Vega a Vaz



Num belo dia de pesquisas em Testa & Cunhas, já há uns anos, veio-me à mão, por lá, nem sei muito bem porquê, a sugestiva imagem, identificada, do lugre Altair. O Altair? Gostei do navio e da expressividade do nome – Altair, de origem árabe, significa "Águia voando" e é a estrela mais brilhante da constelação Áquila. Poucos dados…Há pouco tempo veio outra parar-me às mãos.

Percorridos os caminhos tortuosos habituais da pesquisa, opiniões encadeadas, monta-se mais uma vez um “puzzle”, que poderá ter alguma delicadeza, mas que creio que tem uma forte e segura dose de viabilidade.


Lugre Altair – sem data


Lugre de madeira de três mastros, foi construído por Manuel Maria Bolais Mónica, em 1918, na Gafanha da Nazaré, para a Companhia Aveirense de Navegação e Pesca. O seu lançamento à água foi em 25 de Março de 1918.
Nas campanhas de 1918 e 1919, foi seu capitão Fernando Domingues Magano e na de 1920, o Sr. Fernando Mathias.
 

Outra imponente imagem do Altair



Vendido à Companhia Portuguesa de Pesca do Bacalhau, em 1921, continua com o registo em Aveiro, mas altera o nome para Vega, outra brilhante estrela, sendo capitão das campanhas de 1921, 1922 e 1923, Júlio António Lebre.
Após a safra de 1924, é vendido à Sociedade Continental de Pesca, de Lisboa, alterando o registo para Lisboa, mas mantendo o nome de Vega.
As características não deviam diferir muito das que apresentava enquanto Vega: comprimento entre perpendiculares 35,70 metros, boca, 8,90 m. e pontal, 3,85 m; com uma tonelagem de arqueação bruta de 242,36 toneladas, não possuía motor auxiliar.
Foi capitão na safra de 1925 José André Senos (o Argau).

Também tinha gosto em editar esta imagem que me chegou às mãos, por via paterna, claramente anotada – Vaz – e tem razão de ser.

Lugre Vaz
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A fonte por onde normalmente começo é o Catálogo de A Frota Bacalhoeira, que explicita: - Vaz, lugre de madeira, ex-Vega, construído em 1918, por Manuel Maria Bolais Mónica, na Gafanha da Nazaré.

Fechou-se o circuito: só podia ter sido o Altair, depois Vega, para acabar em Vaz.

Há umas ligeiríssimas diferenças na tonelagem e no comprimento, que provarão que o navio foi reconstruído, com o seu regresso à praça de Aveiro.
O Vaz, pertença de um primeiro armador, José Cândido Vaz, nos anos de 1928 e 1929, passou para a propriedade de Brites, Vaz e Irmãos, Lda., em 1930.
Foi seu último capitão, de 1938 a 1940, João Fernandes Parracho (o Vitorino), (n. a 28.3.1906), segundo confirmação da respectiva ficha do Grémio, já que o navio naufragou, com água aberta, nos bancos da Terra Nova a 31 de Agosto de 1940, não havendo conhecimento de vítimas.

Na última imagem, para os leitores mais observadores, é curiosa a ausência de estrada, que mais parece um estaleiro, e muito menos de avenida e de cais, junto à ria (anos 30).
Sobressai, em baixo, à esquerda, a ré de um mercantel, com o seu pujante leme. Vão-se os tempos, mudam-se os costumes, é caso para evocar!

Posteriormente, existiu outro navio de nome Vaz, já navio-motor, de aço, construído na Holanda em 1948, para a mesma empresa. Inicia a faina da pesca em 1949, efectua a última campanha em 1969, sendo, então, adquirido pela Empresa de Pesca Oceano, Lda.

Imagens – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 22 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes
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quinta-feira, 18 de junho de 2009

O lugre Apollo na barra de Aveiro - 1921



Por sugestão de António Fangueiro, autor do blog CAXINAS... de "Lugar" a Freguesia, grande apreciador de navios e, sobretudo, de lugres bacalhoeiros, encontrei no Arquivo Digital de Aveiro duas fotografias do lugre Apollo, futuro Ernani, a entrar a barra de Aveiro, em 1921.
Aqui ficam, para que as apreciem, embora a qualidade não seja notável. É a possível!
Obrigada caro A. Fangueiro!

O Apollo na barra de Aveiro, em 1921


Fotografias – Arquivo Digital de Aveiro

Ílhavo, 18 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

O lugre ERNANI

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Por ser um dos lugres de Testa & Cunhas de que se conhecem menos dados, e de que não existem fotos, isoladas, tentei recolher os que encontrei em diversas fontes, alargando, ao máximo, a sua história. Quem, porventura, souber mais e queira contribuir, pode participar. Aceitam-se, de bom grado, informações.

Soube, com a colaboração do Amigo Reimar, que o lugre Ernani, de madeira e de três mastros, foi construído na Gafanha da Nazaré, por Manuel Maria Bolais Mónica e lançado à água a 26 de Dezembro de 1918, com o nome de Estrella do Mar, para o Armador Santos, Moreira & Cª., de Aveiro, na posse do qual se manteve até 1920.
Foi pertença da Companhia Aveirense de Navegação e Pesca, Lda., de Aveiro, entre 1920 e 1921, tendo navegado com o nome de Apollo.
Passou a chamar-se Ernani, aquando da venda, em 1921, à Empreza de Navegação e Exploração de Pesca, também de Aveiro, à qual Testa & Cunhas o adquiriu, em 20 de Dezembro de 1927, com o mesmo nome. Simpatizou com a designação e manteve-a, até porque havia um conceituado familiar de um sócio, assim chamado.

O Ernani media 37,10 metros de comprimento, fora a fora, 8,90 m. de boca e 3,85 de pontal.
Com arqueação bruta de 256,70 toneladas e arqueação líquida de 182,92, não tinha, nem nunca veio a ter, motor auxiliar.
Depois de vendido, manteve as mesmas características.

Foram seus capitães: Augusto Fernandes Pinto, (1922 a 1924), Júlio Fort’ Homem (1925), Júlio António Lebre (1925 a 1930) e Joaquim Fernandes Agualuza, pelo menos, em 1934, segundo pesquisa feita no jornal “O Ilhavense”.

Na campanha de 1928 o lugre navegou com 44 tripulantes, dispondo de 39 dóris. Pescou 1446,7 quintais de peixe, que renderam 173 600 escudos. Na de 1929, com o mesmo número de tripulantes e de dóris, pescou 1 503,3 quintais que renderam 180 400 escudos. Na de 1930, com 43 tripulantes e o mesmo número de dóris, pescou 1 105,7 quintais que renderam 132 680 escudos. Na campanha de 1933, o lugre navegou com 42 tripulantes, dispondo de 40 dóris; registou, nesse ano, a magnífica captura de 4 560 quintais de peixe, tendo ainda produzido 2 000 quilos de óleo de fígado de bacalhau. O valor do pescado rendeu 548 000 escudos.

Com algum encanto e fascínio que atenuam um pouco o cansaço da visão, tenho consultado as actas da Empresa proprietária do Ernani e na de 11 de Agosto de 1934, encontrei alguns dados que passo a resumir:
(…) Depois de elaborado o presente relatório, chega-nos a notícia infeliz do desaparecimento do nosso lugre Ernani, nos bancos da Groenlândia. Ignoramos pormenores, nem sabemos como se liquidarão os seguros efectuados. Uma dificuldade nos surge.
Como suprir a baixa daquela unidade?
Três soluções se apresentam:
1ª – Reparar e apetrechar o Silvina, há uns anos desactivado;
2ª – Adquirir um navio já feito;
3ª – Mandar construir um navio novo.
Um só navio não defende a sociedade das suas despesas.
Há falta de informações acerca da ocorrência e está ausente o capitão Manuel Simões da Barbeira, cuja opinião técnica convém apreciar (…).

A falta de informação e de notícias que sabemos ter existido, naqueles anos difíceis, é prova da crueldade, desumanidade e dureza de tal vida!...

Pequenos fragmentos vão engrossando o relato e no nosso Jornal de 19 de Agosto de 1934, o título Lugre Hernani chamou-me a atenção:

Como é sabido, êste navio bacalhoeiro foi pasto das chamas na Groenlândia, onde estava pescando.
Sabia-se que a tripulação se havia salvo, mas ninguém tinha conhecimento do seu paradeiro.
A Empresa Testa & Cunhas enviou dois telegramas a saber dos náufragos, que ficaram sem resposta.
Teve, então, que apelar para o Ministério da Marinha que, por sua vez, reclamou do Ministério dos Estrangeiros, providências, no sentido de saber do paradeiro do lugre Hernani.
A resposta veio, por fim, que eles se encontram distribuídos pelos vários pesqueiros que estão naquelas paragens.


Na acta de 15 de Agosto de 1935, lê-se:
(…) A empresa tinha dois navios em safra, que tiveram de ser totalmente apetrechados. Devido ao lamentável sinistro que incendiou o Ernani, só tirámos resultado da safra do Cruz de Malta.

Entre o prejuízo da perda do Ernani e o respectivo pagamento do seguro, a empresa teve um prejuízo efectivo de cerca de 80 contos (…), que têm de ser suportados pelos lucros desta safra, e que foi levado, na devida proporção, às contas de prejuízos dos sócios (…).

Importa-nos comunicar aos dignos sócios que é de salientar o acto de solidariedade dos capitães dos demais navios pesqueiros e a actividade do nosso capitão (Joaquim Fernandes Agualuza) e demais pessoal do lugre Ernani, quando do seu incêndio, que, recolhendo a outros veleiros onde produziam serviço, evitaram à nossa Empreza, despezas de repatriação, que importariam em cifra superior a um cento de contos.

Segundo informação oficial (Lista de Navios Portugueses, secção dos naufrágios), o incêndio deflagrou a partir da cozinha, propagado por uma porção de azeite que estava a ser utilizado para fritar peixe.

É caso para repetir que a história da Faina Maior nunca estará acabada…

Ílhavo, 17 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes
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sábado, 13 de junho de 2009

Bateira dos cagaréus


«Durante as minhas visitas ao Museu de Marinha, verifiquei que na vitrina das embarcações do norte de Portugal, havia uma pequena bateira que tinha por referência Bateira dos cagaréus.
Procurei informações no departamento do património e lá encontrei o respectivo plano de formas e de arranjo geral comprovativo de que se tratava de uma bateira observada pelos funcionários de H. Mauffroy Seixas, que, a seu tempo, tinham efectuado o levantamento e preparado os respectivos planos e o modelo.
Várias vezes, em conversa com os Amigos do Museu tinha recordado um tipo de bateira que no meu tempo de liceu, costumava ver passar no Canal das Pirâmides, quando, à tarde, regressávamos, de bicicleta, à Gafanha.
Lembrava-me que não eram grandes, que não tinham a proa direita como as caçadeiras, mas que também não eram tão arfadas como as murtoseiras que costumava ver em S. Jacinto, quando iam ao caranguejo.

As dos cagaréus passavam junto às muralhas, normalmente movidas à vara por um dos camaradas que, sem esforço aparente, as fazia deslocar muito a direito, como que orientadas pelo leme que não possuíam. Normalmente, verificava-se pelos cestos da merenda, que serviam de transporte do pessoal que regressava das marinhas.
Mas já lá vão sessenta anos e, agora, por mais que as procurasse, não as consegui encontrar em lado nenhum.
Pela observação deste modelo e dos planos existentes, julgo ser esta a
bateira que eu recordava e, sendo assim, resolvi fazer um modelo para mim, seguindo a escala de 1/25, como fiz para os anteriores.
Logo no início do trabalho, constatei que havia uma notória diferença no método de construção.
Nesta embarcação, as balizas não são formadas por cavernas com braço, aplicadas alternadamente de um e outro lado, como estamos a costumados a ver. Tem peças assentes no fundo formando as cavernas, às quais se pregam lateralmente, os dois braços.

Pormenor de construção


Este tipo de baliza embaraçada ou embraçada é o que normalmente se aplica nas embarcações de quilha, não sendo comum nas embarcações da ria de Aveiro.
Por esta razão, procurei ver se havia outros barcos com este tipo de construção e, com alguma surpresa, verifiquei que o saveiro da Caparica que está à entrada do M. M. é assim construído.
Para bateiras de similares dimensões, esta tem maior número de balizas, mas menos robustas. Não tem ferragens pare leme nem antepara para fechar a casa da proa e, embora com carlinga na coxia e enora na bancada de remar, não tem mastro nem vela.

Aspecto geral


Os remos são curtos, próprios para remar em esteiros pouco largos e tem uma pequena vara, para ser usada em fundos baixos.

Aspecto geral


As dimensões indicadas são:

Comprimento – 6, 50 metros
Boca – 1,50 metro
Pontal – 0,50 m.
Com este pequeno modelo, procurei recordar um tipo de bateira da nossa ria que já não existe e que só alguém da minha idade pode recordar».


António Marques da Silva


Embora eu já estivesse por dentro da feitura da minuciosa embarcação, depois de também ter observado e fotografado a da Colecção Seixas, só agora pude apreciar a fiel miniatura e o texto, que divulgo de bom grado.

Fotografias – Autora do Blog

Ílhavo, 13 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes
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terça-feira, 9 de junho de 2009

TITANIC - Morreu a última sobrevivente



Mais uma vez o indestrutível navio…

Millvina Dean, a última sobrevivente do naufrágio do Titanic, morreu, aos 97 anos, em Southampton, no lar onde decidira passar os últimos dias da sua vida, a 31 do passado mês de Maio. Com 97 anos, a 97 anos do naufrágio…
Ironicamente, quando os problemas financeiros do resto da sua vida haviam sido resolvidos pelos consagrados actores do film Titanic (1997) – Leonardo Di Caprio e Kate Winslet – que promoveram um fundo que lhe permitiria pagar a mensalidade da casa de repouso e as despesas médicas, expirou.

Millvina Dean


Há uns meses (18.10.2008), anunciara que iria leiloar todos os objectos que tinha, da época, para poder arcar com as suas despesas. E assim o fez. Millvina era, então, a única sobrevivente do Titanic, depois da morte da sua compatriota, Barbara Joyce Dainton, em 2007.
Dean tinha apenas dois meses quando seguiu a bordo do famoso navio, ao colo da mãe, tendo, mais tarde, contado a história da sua vida, pelos quatro cantos do mundo, mesmo sem ter memória exacta, propriamente dita, do sucedido.
A mãe e um irmão mais velho de Millvina sobreviveram, enquanto o pai perdeu a vida no terrível acidente, quando a família ia emigrar para o Kansas, nos Estados Unidos, para começar uma vida nova.
Os amantes do misticismo do Titanic, terão agora, na estação do Rossio de Lisboa, até ao início de Agosto uma grandiosa exposição para visitar, a que tenciono não faltar, para passar a conhecer mais alguns dos segredos do Titanic. Para mais informações, poderão consultar o site http://www.titaniclisboa.com/


O Titanic, famoso pelo luxo das suas instalações, era notável, também, para a época, pelas suas dimensões.

Modelo do navio, à escala de 1/350


Tinha 269,10 metros de comprimento, 28 de largura e 46,328 toneladas de arqueação, com uma altura da linha de água até ao tombadilho das baleeiras, de 18 metros.
As máquinas, accionadas a vapor, eram as maiores, construídas até então, com 28 caldeiras. Estas geravam uma pressão de 15 Kg/cm2, consumindo 728 toneladas de carvão em cada 24 horas. O vapor produzido accionava as turbinas Parsons, que desenvolviam 51 000 hp e impulsionavam o navio a uma velocidade máxima de 23 nós.
Podia transportar um total 3 547 pessoas, entre passageiros e tripulação.

Curiosidade:
A partida de Southampton, a 10 de Abril de 1912, não aconteceu sem incidentes – assim que os rebocadores começaram a afastar o Titanic do cais, a água deslocada provocou a quebra de amarras de outro navio, o New York, que se aproximou do Titanic, faltando apenas pouco mais de um metro para que os dois colidissem.

Erro fatal:
Indubitavelmente, o navio mais luxuoso que alguma vez cruzara os oceanos, não reunia um dos aspectos mais importantes do projecto – a segurança.
Levava 3 560 coletes salva-vidas individuais, mas apenas 16 baleeiras (para 1 178 pessoas), das 64 previstas pelo primeiro desenhador, que teriam sido suficientes para salvar os 3 547 passageiros.
Mas, como o mito da indestrutibilidade do Titanic era tão radical, assim aconteceu…

Os últimos momentos do Titanic, segundo um dos sobreviventes:

“O navio levantou-se lentamente, girando sobre o seu centro de gravidade, para adoptar uma posição vertical e ficou imóvel!
As luzes, que tinham permanecido acesas durante toda a noite sem falharem, apagaram-se de imediato, voltaram a acender-se e, finalmente, desapareceram para sempre…
O Titanic estava direito como uma coluna e descia a pouco e pouco para se afundar definitivamente… Os gritos dos náufragos, que a princípio eram fortes, enfraqueceram lentamente, até cessarem por completo.”


Se puder, não perca, no Espaço Rossio, em Lisboa, mais uma exposição majestosa e histórica, espero.

Postal e fotografia do navio – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 9 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

domingo, 7 de junho de 2009

Memórias... de Testa e Cunhas - II



Em “O Ilhavense” de 18.12.1927, quase que obtinha a resposta, mas quem seriam “ alguns dos nossos patrícios” citados?


Pela coincidência das datas e dos navios, fácil era concluir que a formação da firma Testa & Cunhas teria sucedido como consequência da aquisição dos bens da Empresa de Navegação e Exploração de Pesca de Aveiro. Mas devia ter na minha posse um documento que mo garantisse, e não apenas basear-me em suposições…

Rumei ao ADA (Arquivo Distrital de Aveiro), um pouco incrédula, disposta a consultar os Livros de Actos e Contratos da Comarca Notarial de Aveiro, do ano de 1927.
Com alguma sorte, as dúvidas ficaram sanadas.

Sempre associara o Avô Pisco (Manuel Simões da Barbeira) só a Testa & Cunhas e, passada uma vida, vim a descobrir que, antes disso, ele já fora armador da Empreza de Navegação e Exploração de Pesca Lda., que Testa & Cunhas, recém-formada, comprara, quatro dias depois da sua formação.

Cabeçalho da escritura da compra – 20.12.1927


Na folha 75 (verso), da escritura acima referida, de que possuo cópia, se escreve (…) que Manuel Simões da Barbeira, também pertencendo à sociedade vendedora, faz também parte da sociedade compradora (…).

Compra do Silvina, Ernani e Laura20.12.1927


E, na representação abaixo, se exibem, garbosos, os lugres, apesar de não terem mastaréus, na única foto que conheço, pelo menos, do Ernani.


Vista aérea do secadouro – anos 30


Nesta imagem, já o Laura, após reconstrução, tinha dado origem ao Cruz de Malta.


Fotografia – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 7 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

terça-feira, 2 de junho de 2009

Memórias ... de Testa e Cunhas - I


De post em post, de consulta em consulta, de arquivo em arquivo, de jornal em jornal, tenho descoberto algumas “novidades” da história da formação de Testa & Cunhas, que achei bem divulgar pelos interessados.
Tinha conhecimento, por razões pessoais, de que Testa & Cunhas lembrara os seus 50 e 75 anos com medalhas alusivas e comemorativas, em Dezembro, respectivamente, de 1977 e de 2002.

Medalha dos 75 anos – 2002


Reverso da medalha – 2002


Quase centenária, nascera em 16 de Dezembro de 1927. Era um dado adquirido. E estava convencida de que Manuel Simões da Barbeira teria estado entre os sócios fundadores. Confirmei-o, ao revisitar a escritura da constituição da Sociedade:


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As minhas conjecturas estavam confirmadas.

Durante os dias chuvosos, pesados e frios deste inverno, fui consultando, sistematicamente o jornal “O Ilhavense”.
Eis que, logo a 4.12.1927, deparei com este anúncio que, de alguma maneira, mexeu comigo:



Idênticos anúncios, creio sabê-lo, foram inseridos pelos fins de Novembro de 1927, em alguns jornais nacionais.

O nome dos navios- Silvina, Ernani e Laura, pelo menos, era-me muito, muito, familiar… Teria sido vendida a sociedade publicitada? Quem a teria comprado?

(Cont.)


Ílhavo, 2 de Junho de 2009

Ana Maria Lopes

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