sábado, 27 de fevereiro de 2016

Homens do Mar - Adolfo Simões Paião Júnior - 3

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Capitão Adolfo Simões Paião Júnior, numa bela fotografia, registada a bordo do Argus, na viagem de 1950, por Alan Villiers.
Nascido em Ílhavo (1898-1983), casou com a Senhora D. Rosinda Fonseca Paião.
Em1936, foi capitão do lugre de madeira Neptuno II, construído em Vila do Conde em 1873, passando em 1897, para a propriedade da Parceria Geral de Pescarias.
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O lugre Hortense
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Entre 1937 e 39 (inclusive), capitaneou o belo lugre Hortense, que teve o triste destino de arder no mar da Palha em 1970, depois de ter sido oferecido à Organização Corporativa das Pescas, para nele se instalar um museu de Pesca.
Em 1940, foi capitão do Argus, passando para o Creoula nos anos de 1941 a 43.
E voltou para Capitão do Argus, de 1944 a 1957. 
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À direita, no sorteio dos dóris. 1950
Foto de Allan Villiers
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Entre 1958 e 1960 estreou o navio-motor Neptuno, de ferro, construído nos desaparecidos Estaleiros de S. Jacinto.
Imortalizaram-se na pesca à linha do bacalhau, o Capitão Adolfo e o Argus, pelo triplo apontamento que registou o oficial da armada australiana, Alan Villiers na campanha de 1950, que integrou, nomeadamente, um conjunto notável de fotografias, um documentário em cinema e uma narrativa clássica da literatura marítima mundial, numa escrita límpida e envolvente, apelidada de A Campanha do Argus.
A minha avó era visita assídua da Senhora D. Rosinda, no seu palheiro típico, cuidado e alongado, riscado de vermelho e branco, sito ao norte, frente ao Bico. E eu acompanhava-a. Na Costa Nova tudo é mais perto e mais à mão, pelo menos no Verão. O Inverno alonga as distâncias. Será?...
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Ílhavo, 18 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Homens do Mar - João Pereira Ramalheira - 2

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João Pereira Ramalheira (o Vitorino), numa bela fotografia, de Paulo Ramalheira, a bordo do lugre-motor Gamo, em 1936.
Natural de Ílhavo (1898-1964), foi pai do nosso prezado e distinto amigo Capitão Vitorino Paulo Ramalheira, que fez a sua primeira viagem à Terra Nova, em 1951, como terceiro piloto do Gil Eannes velho, assim era conhecido, com o seu pai.
João Pereira Ramalheira comandou o lugre Gamo de 1936 a 1938, o lugre Creoula, nos anos 1939 e 40 e o lugre Argus, de 1941 a 1943, inclusive.
Entre 1945 e 1958 (inclusive), exerceu o honroso cargo de Comandante do navio-hospital Gil Eannes, tendo feito a transição do navio velho para o novo.
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Comandante do Gil Eannes, à direita, em 1948
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Este, cujo bota-abaixo foi em Viana do Castelo, a 20 de Março de 1955, com grande pompa e circunstância, apesar da chuva, foi benzido pelo Senhor D. Manuel Trindade Salgueiro e amadrinhado pela Senhora D. Berta Craveiro Lopes, esposa do Presidente da República, à época.
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Ílhavo, 13 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Homens do Mar - Capitão Aquiles Bilelo - 1

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Bela imagem (de autor desconhecido) de Aquiles Gonçalves Bilelo (1887-1962), pai do Cap. José Bilelo, a bordo do São Ruy, de Viana do Castelo (sd).
Juntamente com 3 navios da praça de Aveiro, Santa Isabel, Santa Joana e Santa Mafalda, Aquiles Gonçalves Bilelo, em 1931, demandou a Groenlândia no Santa Luzia igualmente da praça de Viana do Castelo.


O homem, o mar e o navio

Comandou o Santa Luzia até 1936, ano em que se perdeu no banco de St. Pierre, abalroado pelo lugre Infante de Sagres, que era comandado pelo genro Capitão José Vaz, que, curiosamente, nas viagens anteriores tinha sido piloto do Santa Luzia.
Durante os anos de 1937 e 38, capitaneou o Rio Lima. Em 1939, passou para o São Ruy, igualmente de Viana do Castelo, que comandou, ininterruptamente até 1951.
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Ílhavo, 10 de Fevereiro de 2016
Ana Maria Lopes

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A CATRAIA de ESPOSENDE


Concluído o meu modelo da masseira de Vila Praia de Âncora, tinha chegado a hora de continuar a navegar para o sul, pois era esse o caminho que vinha fazendo, ao encontro de embarcações de pesca local. 
Não foi necessário percorrer grande distância, pois chegado a Esposende, logo os olhos ficaram presos na elegante e vaidosa catraia, embarcação que foi muito utilizada, em toda esta zona da nossa costa.
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De Esposende para sul até ao Douro, era possível encontrar sempre embarcações deste tipo. Mesmo com pequenas alterações, necessárias à arte de pesca ou ao local onde tinham de trabalhar, era sempre bela a sua presença.
Mas é a catraia piladeira de Apúlia, que eu vou tentar reproduzir, seguindo os desenhos do magnífico livro «Embarcações Tradicionais: Em busca de um património esquecido» de Ivone Baptista de Magalhães, p. 80, e todas as preciosas informações que a pesquisa no computador sempre pode facultar. 

Desenho do livro citado

Como sabemos, esta embarcação que não passava dos sete metros de comprimento, era construída com uma elegância de linhas e uma beleza de formas que a meu ver, é difícil de superar.
Tendo de boca, isto é, de máxima largura, uma dimensão que à primeira vista parecia exagerada, os seus construtores conseguiram com o lançamento de proa e os bem delineados delgados de popa, fazer um casco que dá gosto observar.
Certo é, que não foi de ânimo leve que assim o idealizaram com tão grande largura. A vela que lhe estava destinada era enorme e foi essa a forma de a conseguir envergar e marear, permitindo atingir com segurança, uma considerável velocidade.
Foi com todas as informações que consegui recolher, que preparei como é meu costume, um plano de construção de modelo de uma catraia piladeira, na escala de 1/25, para juntar aos meus anteriores modelos.
Principiei então a preparação do estaleiro e a escolha da madeira para a quilha, roda de proa e cadaste. Depois para o cavername escolhi os ramos mais curvos, que melhor se adaptavam às delicadas formas da minha catraia que ia ficando cada dia mais bonita. Mas quando se aplicaram as sarretas e as primeiras tábuas da cinta, era um gosto para a vista e até mereceu a sessão de fotografias que a perícia do meu sobrinho Quim tão bem fixou e que eu vou guardar para memória futura.

Uma mão cheia …de cavername

Aos poucos fui concluindo o tabuado do casco, e depois dos arranjos interiores, apliquei por fora e por dentro o costumado tratamento para a madeira, que a deixou de cor dourada e tão bonita que nem apetecia pintá-la.
Mas era preciso fazer a porta do leme e respectiva ferragem para fixação no cadaste e em seguida tratar do mastro e da verga para definir o painel da vela.

Pormenor dos aprestos
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Pronta a vela, comecei a construir a fateixa, a polé, o vertedouro e os forcados, onde arrumei os quatro remos depois de prontos, para não estorvarem a manobra de rede, que consegui arrumar numa das casas da popa.
Ficou assim pronto o meu modelo da catraia piladeira de Apúlia, a que atribui o nome de Gaivina.
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A Gaivina – catraia piladeira de Apúlia
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Como de costume, apliquei madeira de limoeiro nas peças estruturais da ossada e choupo no forro dos costados. Para as ferragens usei arame de cobre, nos remos, madeira de tola e no mastro na verga e nos forcados, ramos de ameixieira. A vela, os cabos e a rede são de algodão.
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De proa…
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A catraia que procurei representar teria:
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Comprimento…………...7.00  m
Boca……………………..2.50  m
Pontal…………………...0.87  m
Escala utilizada 1/25

10/12/2015
António M. Silva 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Os «dóris», a bordo, no convés...do São Ruy

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(…) «De meia-nau para ré, no salto, sobre calços de madeira, estão umas embarcações miúdas com cerca de 5 metros de comprimento e 1,5 de largura máxima, quatro cavernas, costado trincado de quatro tábuas de pinho ou flandres, um número à proa, o nome do navio à popa, pintados a um e outro bordo – são os dóris.
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Em cada um deles o pescador exercerá a sua actividade de pesca: é “o seu navio”.
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Para aproveitamento de espaço, estão encaixados uns nos outros, e, para tal, assim foram concebidos: roda de proa e painel de popa, este em V, lançados, secção transversal em U aberto, que logo lhe determina o fundo chato e os braços de caverna lançados. Estão peados de proa e de popa com boças passadas a olhais fixos no convés e com cabos que abraçam transversalmente a pilha, em caso de temporal – as peias reais (…)».
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Fonte: Faina Maior, de Francisco Marques e Ana Maria Lopes (3ª edição)
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Imagem curiosa, com condições adversas de neve, a bordo do navio São Ruy, conseguida em 1953, através do saudoso Capitão Francisco Leite.

Proas de dóris com neve – 1953

O São Ruy, em Viana do Castelo, em 1953
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Já agora, recorda-se que foi a bordo do São Ruy (1939-1987) que Frederico Cruz escreveu a reportagem Fainas do Mar (Lisboa, 1946).
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Imagens – Arquivo pessoal da autora
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Ílhavo, 18 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Júri visitou lancha Praia da Costa Nova

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A lancha Praia da Costa Nova candidatou-se, pela primeira vez, aos prémios «Luigi Micheletti», atribuídos a património cultural de cidades europeias. Com a candidatura aprovada, a lancha histórica, devolvida à cidade pelo jovem empreendedor Gustavo Madeira Barros, recebeu ontem a visita do presidente do júri dos prémios, Karl Murr, na Navalria. Um reconhecimento «in loco» das características e potencialidades da lancha, enquanto motor de desenvolvimento cultural e representatividade da história local, que ajudará ao júri na atribuição dos prémios. A lista de vencedores (20 concorrentes) será divulgada dentro de dois meses, estando a cerimónia de entrega agendada para Abril, na Grécia.
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Durante a festa da Senhora dos Navegantes (2015)
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A Praia da Costa Nova é a embarcação com mais história e prestação de serviço público que navega pela ria de Aveiro, promovendo passeios e que se quer revelar como um museu flutuante ao serviço do turismo da ria. Com 16, 78 m de comprimento, a lancha, coberta, foi construída em madeira de pinho e cavernas em riga, com o casco chapeado a cobre, o que faz dela um verdadeiro «tesouro flutuante».
Após a candidatura, a lancha foi posta em seco na Navalria, onde tem vindo a sofrer vários melhoramentos, bem visíveis.
 
Com novo colorido…e não só

Com lotação para 89 passageiros e três tripulantes, o texto de candidatura ao prémio revela que «na década de 40, devido à grande necessidade do transporte dos militares da Base Aérea, colaboradores dos Estaleiros, habitantes da vila e até bens essenciais, como peixe, hortaliças, correio, foram mandadas construir várias lanchas de carreira, tais como, Praia da Torreira e Costa da Luz. A Praia da Costa Nova, curiosamente, foi uma das primeiras lanchas a serem construídas a pedido da Empresa de Transportes da ria de Aveiro, vindo a terminar o serviço público em 2006».
Durante décadas, ligou São Jacinto, Aveiro, Gafanhas, Ílhavo, Ovar e Murtosa, transportando diariamente centenas de pessoas e bens, desempenhando um importante papel na dinâmica local.

Chegada do júri e comitiva

O jovem empreendedor Gustavo Madeira Barros salvou a lancha do abate, recuperando a embarcação sem apoios e com grande entusiasmo. Actualmente, revela-se um museu navegante, honrando as memórias da ria e o peso da tradição.

Foto de grupo…

Oxalá o júri tenha ido satisfeito com o diálogo e observação, parecendo que ficou «impressionado» com a embarcação. Desejo as maiores felicidades ao Gustavo, para que o seu sonho navegue em beleza, divulgando a «nossa» ria e as suas paisagens deslumbrantes e mutantes, consoante as fases do dia. Tenho o prazer de lhe agradecer o convite que me dirigiu para estar presente.
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Fotos – cedidas gentilmente por Etelvina Almeida
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Ílhavo, 12 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Hipólito Andrade - pintor da Ria e mestre da aguarela

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Nascido em Ílhavo, no ano de 1933, tendo residido em Ovar, Hipólito Andrade foi designado como «pintor da Ria de Aveiro e mestre da aguarela».
Soube, há tempos, no Leilão de obras de arte para o jornal O Ilhavense, que faleceu, em 2015, em Ovar, e que havia sido colega na fábrica da Vista Alegre do Mestre Alberto Capucho.
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Amaro Neves, historiador aveirense, escreveu um artigo na revista Patrimónios, nº 9, 2011, intitulado HIPÓLITO ANDRADE – «mestre da aguarela e pintor da Ria», comunicação apresentada às Jornadas de História Local, em 25 de Novembro de 2011.
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O artista iniciou a sua carreira na escola de desenho, pintura e escultura da Vista Alegre. Ainda jovem, emigrou para Luanda, cidade onde a sua veia artística começou a ser notada com a realização de algumas exposições individuais, iniciando também uma colaboração profícua com a imprensa, como ilustrador. Durante a sua permanência em Angola, na década de 60, foi distinguido com alguns prémios de pintura.
De regresso ao continente, e com o reconhecimento artístico já granjeado em Angola, Hipólito Andrade afirmou-se como um dos nomes incontornáveis da aguarela portuguesa, entre as décadas de 1970 a 1990, tendo ainda deixado uma obra notável ao nível da pintura, do desenho e da caricatura. Fez 115 exposições individuais, em Portugal, tendo também exposto no estrangeiro, com destaque para França.
Nos seus quadros, alguns dos quais também a óleo, o artista demonstrou a sua grande capacidade para o desenho, arte que aperfeiçoou ao limite, com trabalhos notáveis na área da paisagem, da ria e do meio rural, tendo transposto para a tela as mais diversas paisagens de Portugal, do Minho ao Algarve, e do litoral ao interior serrano.
Nos anos 80, visitei algumas exposições dele em Coimbra (Galeria Primeiro de Janeiro) e em Leiria.
Os seus quadros de temática lagunar eram os mais cobiçados e daí, nunca ter conseguido nenhum. 

Nas traseiras da Vista Alegre. 1971

Satisfiz-me com uma aguarela relativa aos pescadores da Nazaré, que sempre também apreciei muito.
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Pescadores nazarenos.1980

Hipólito Andrade era filho de Armando Andrade, um antigo mestre escultor cerâmico que se notabilizou na fábrica de porcelanas da Vista Alegre.

Carga de moliço. Ovar. Anos 80

Apesar de uma carreira notável nas artes plásticas, Hipólito Andrade é praticamente desconhecido em Ílhavo, tal como o pai.
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Tento assim, dá-lo mais a conhecer com estes singelos apontamentos.
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Ílhavo, 8 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

«Filinto - O Poeta amargurado», no palco do CCI, esgotou a lotação

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Segundo o Diário de Aveiro de hoje (2.2.2016) foi perante uma casa cheia, ao final da tarde do passado domingo, que o Grupo de Teatro Ribalta estreou a peça «Filinto – O Poeta Amargurado». O espectáculo, que decorreu no Centro Cultural de Ílhavo (CCI) e que é baseado num texto da autoria de Senos da Fonseca, surpreendeu o público presente, que reivindica, agora, por novas apresentações, noutras localidades da região ou do país.
A peça, que retrata a vida de Filinto Elísio – um dos mais importantes poetas do Neoclassicismo português e com raízes em Ílhavo (filho de pais ilhavenses) – contou com encenação de José Júlio Fino e subiu ao palco com o apoio da Junta de Freguesia de São Salvador.
Considero que as expectativas foram alcançadas, uma vez que já há agora muita gente a saber quem foi Filinto Elísio, destacou o autor Senos da Fonseca, depois da estreia da peça – não obstante o mérito das suas obras, o poeta foi caindo no esquecimento. Foi bonito o esforço de todos e a encenação foi excelente, frisou ainda o autor do texto, a propósito do trabalho conseguido pela equipa do grupo Ribalta.
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Esta imagem de uns carinhosos ílhavos seduziu-me…
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E encantou-me…
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Desde que conheci a peça de teatro, já pelo Verão de 2014, relativa à biografia de Filinto, manifestei uma especial predilecção pela jovialidade, pelo carinho, pelo romantismo, pela coragem das personagens deste I acto e pela linguagem extremamente bem utilizada, relativamente às manobras que conduziram o jovem par, numa singela bateira, até Lisboa, à procura de vida melhor e numa tentativa de se «pisgar» de Ílhavo, dada a gravidez prematura da Maria Manuel. Esta, saltitante, meiga e enamorada, abraçada ao pescoço do Manuel Simões, seu amado, saltitava entre a preocupação e a satisfação da vida que tinha dentro de si.
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Com o amadurecimento nas subsequentes leituras, fui encontrando outras belezas textuais e interpretativas nos outros dois actos, correspondentes a fases distintas na vida do amargurado poeta.
Depois do segundo acto, todo palaciano e bem conseguido, pareceu-me que o terceiro se tornou um pouco mais pesado, apesar de surgirem uns laivos de comicidade, resultante da interpretação adequada de algumas personagens, que, intencionalmente, atenuavam a dureza do contexto.
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Resultou muito bem a economia cénica de meios, como convinha, com a sobriedade e ligeireza com que os diversos cenários foram mudados.
O efeito de som e luzes também se tornou extremamente agradável ao olhar e ouvir dos espectadores, embevecidos e esforçados para captar o mais possível do espectáculo, em silêncio, entrecortado por aplausos
O guarda-roupa, na sua simplicidade, mas bem adaptado à época e condição social das diversas personagens, esteve perfeito, bem como a maquilhagem.
Os artistas, além de amadores, jogaram «sem rede», pois o palco não tinha ponto e o texto, na sua diversidade, não era fácil.
O que achei menos bom foi a definição e o vigor de algumas vozes, por condição, sobretudo, femininas, que não estavam direccionadas para a plateia, como a encenação exigiria.
E onde foi mais notório este aspecto, pelo menos, tendo em conta a minha localização na sala, foi no I Acto. Mas, não foi por isso que desgostei menos dele.
Um par enamorado, apaixonado, perante uma gravidez anunciada, não grita, não clama, mas sussurra ternamente, numa voz doce e melíflua.
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Apreciação construtiva, como deve ser a de professora, que sempre me acompanha, além de outras profissões que fui tendo pela vida fora.
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Ílhavo, 2 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes