A obra, edição de A Esfera dos Livros, será apresentada pelo Contra-almirante José Luís Leiria Pinto.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
GRANDES BATALHAS NAVAIS PORTUGUESAS
A obra, edição de A Esfera dos Livros, será apresentada pelo Contra-almirante José Luís Leiria Pinto.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A Marinha atrai milhares à Barra
A Barra de Aveiro desde há muito nos vem habituando a espectáculos altamente concorridos e comoventes.
A barca Sagres aproxima-se…
Folheando as páginas do tempo, os mais fortes e emocionantes de que me recordo foram as alvoroçadas chegadas e as amarguradas partidas dos lugres bacalhoeiros, para a sua difícil e dura missão.
Mas, na senda da história bem recente, que convém não esquecer, outros episódios, recriados, fizeram com que acudissem milhares de espectadores ao molhe da Meia-Laranja: a saída e entrada do lugre Creoula, que, no Verão de 1998, pretendeu homenagear os grandes heróis da Faina Maior, em viagem organizada, com a mesma rota até St. John’s, tal e qual nos seus velhos tempos de lugre bacalhoeiro.
Além deste, são de relembrar o Desfile das Unidades Navais no encerramento das Comemorações do Dia da Marinha em Ílhavo (2003) e o desfile final da Regata dos Grandes Veleiros que constaram da Tall Ships (23.9.2008), a que assisti, por um fiozinho, devido ao atraso provocado por um cerrado nevoeiro que teimara em irritar a assistência e me permitir chegar a tempo, de Lisboa, para observar o memorável espectáculo.
Noutra dimensão, mas também atracção para os amantes de navios, foram a saída da Gafanha para Marin do lugre Santa Maria Manuela (29.12.2008), onde está a ser concluído e o “regresso” (6.4.2009) à Gafanha da Nazaré do Polynesia II, histórico lugre ex-Argus (1939-1970), com vista à realização de viagens de turismo marítimo-cultural, após restauro.
E ontem foi o encerramento das Comemorações do Dia da Marinha em Aveiro (2009), com toda a pompa e circunstância que a Marinha envolve.
O brilhante e entusiasmante concerto da Banda da Armada, no sábado, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, com cerca de 100 instrumentistas, sob a batuta do maestro Capitão-de-fragata Carlos da Silva Ribeiro, no final, com o som penetrante e marcante do Funiculì, Funiculà de L. Denza, animou e entusiasmou uma sala, que aplaudia, de pé, na ânsia dos encore. Conseguiu que fosse tocado um exuberante arranjo, hino ao mar e à liberdade, de um cantar de Zeca Afonso, autor aveirense, nascido a 2 de Agosto de 1929. E a Marcha dos Marinheiros não podia faltar, bem como o entusiasmo redobrado da assistência, que, com palmas, a acompanhou, de pé. Fazem-nos falta espectáculos destes, que exaltam os valores fraternos e patrióticos, ultimamente tão arredios e fugazes.
Motivadíssima desde sábado por este admirável e magnífico concerto, sabia, de antemão, que não podia, por razões familiares, assistir ao Desfile Naval.
Mas, ao descobrir notícias, blogs e ao ouvir relatos de alguns amigos, não queria deixar de imaginar o que se teria passado na Barra, na minha ausência.
O dia incerto, por vezes, ameaçador, acabou por proporcionar uma tarde agradável e amena.
A Barra foi pequena para acolher os espectadores/ visitantes, que se estendiam, às camadas, ao longo do paredão, até ao Forte, incluindo outros que se acomodaram em rochas e se instalaram nos molhes, sobretudo, no molhe sul.
Na Meia-Laranja, instalaram-se todas as individualidades: o Almirante CEMA., o Ministro da Defesa, os Presidentes das Autarquias, o Governador Civil e muitas outras.
Foi aprazível e esclarecedor o espectáculo com os botes anfíbios, helicópteros, fuzileiros e zebros, um desembarque na praia, largadas de mergulhadores-sapadores dos helicópteros para o mar, recuperação de tropas dentro de água e socorros a náufragos.
Mas, eis que o desfile das onze embarcações começa, com o Navio-escola Sagres a encerrá-lo, com a majestade a que já nos habituou, nas suas 23 velas arvoradas, mas não prenhes, já que o vento não ajudou.
Além da missão relacionada com a instrução de cadetes, o navio funciona também como embaixada itinerante de Portugal, na representação da marinha e do país.
A figura, em talha dourada, do Infante D. Henrique, como carranca, e a Cruz de Cristo, vermelha, de hastes simétricas, vazada ao centro, postada nas principais velas do traquete e do mastro grande, são os seus símbolos inconfundíveis.
À passagem pelo farolim da Meia-Laranja, onde estavam todas as individualidades, a Sagres fez uma bonita manobra de pano e aproou à Meia-Laranja, cumprimentando S. Ex.ª o Almirante CEMA. Foi um delírio, pois com essa manobra, o navio aproximou-se consideravelmente do molhe, como nenhum outro tinha feito.
Foi-se afastando da multidão, no rumo certo, seguida por algumas pequenas embarcações! Volta Sagres! Ílhavo e Aveiro receber-te-ão sempre com nobreza e de braços abertos.
A barca Sagres vai-se afastando…
Ler, no Diário de Aveiro de 24 de Maio de 2009, a notícia – Aveiro: Desfile de despedida promete espectáculo único no Dia da Marinha e outras relacionadas.
Fotografias – Gentil cedência do Professor Fernando Martins
Ílhavo, 25 de Maio de 2009
Ana Maria Lopes
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Navio - Escola Sagres chega a Aveiro
O sino da Sagres
Sugestiva carranca representando o Infante D. Henrique
A PÁTRIA HONRAE QUE A PÁTRIA VOS CONTEMPLA
Acostada ao cais
Fotografias - Arquivo pessoal da autora
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Dia da Marinha em Aveiro - 2009
O Dia da Marinha, depois de ter sido comemorado, de entre outros locais, em Ílhavo, em 2003, e no Funchal, em 2008, volta a Aveiro, em 2009, após 18 anos (1991).
Poderá ser consultado o Programa, em post já editado.
Está aberta ao público, no aprazível edifício da Antiga Capitania de Aveiro, debruçado sobre a Ria, uma Exposição de Actividades da Marinha (Operacionais, científicas, culturais e simulador de navegação).
Gostei especialmente de apreciar um modelo à escala do lugre com motor Creoula, uma maquette igualmente à escala (1/25) do Farol de Aveiro, um quadro gigantesco de perto de duzentos exemplos de exímios trabalhos de marinharia, mostra das últimas publicações das Edições Culturais de Marinha, documentação antiga relativa a episódios lagunares e pesca do bacalhau e fotografias. Toda a encenação é apelativa e realçada pelos tradicionais têxteis azuis-marinhos, bordados, em arte aplicada, com âncoras, e pelos brilhantes e insinuantes latões, polidos com o maior zelo, de complexos instrumentos náuticos.
Para além desta exposição e de outra similar, nos Paços do Concelho, têm lugar actividades radicais, diversas actividades náuticas e desportivas, no Rossio, baptismos de mar, a bordo de duas lanchas, no Porto de Aveiro, Ílhavo.
Os momentos altos dos festejos ocorrem no dia 24: Cerimónia Militar, pelas 11 horas, no Cais da Fonte Nova, junto ao Centro de Congressos de Aveiro; Demonstração Naval, pelas 15 h., na Praia da Barra e Desfile Naval, pelas 15,30 h, no Canal da Barra, frente ao “nosso” Farol.
Destacam-se as presenças do Navio-escola Sagres, do submarino Barracuda e das Fragatas Bartolomeu Dias e Álvares Cabral. Lamentamos a ausência do Creoula, a que já nos habituámos.
A visita às unidades navais, disponíveis dos dias 20 a 23, no Porto de Aveiro, também constitui sempre um ponto de grande atracção. Para “aguçar o dente” para as visitas, divulgo imagens recentes das embarcações.
EMBARQUEMOS, pois, NESTE EVENTO!
Submarino Barracuda
…e outras unidades navais …
Fotografias – Gentil cedência de Luís Miguel Correia
Ílhavo, 18 de Maio de 2009
Ana Maria Lopes
quarta-feira, 13 de maio de 2009
A arte xávega na Vagueira
Após a observação, em várias épocas, do que ainda resta da arte xávega, chegámos à conclusão, in REGRESSO AO LITORAL – Embarcações Tradicionais Portuguesas, que a região costeira que medeia entre Espinho e Vieira de Leiria, incluindo a zona lagunar de Aveiro, é aquela em que ainda mais sobrevivem as chamadas “embarcações tradicionais” e, apesar de algumas adulterações que têm sofrido ao longo dos tempos, ainda vão sendo agradáveis à vista. Saibamos continuar a mantê-las.
O barco do mar já não é o mesmo de há quarenta anos em local nenhum, bateiras do mar genuínas já não existem… Mas a arte xávega, embora de menores dimensões, ainda continua, neste espaço geográfico, a ser lançada em embarcações de madeira, de linhas elegantes e sóbrias, mas alegre policromia.
Costa-Nova – 1984 (embarcação da Vagueira)
Relembremos:
– A extensão de areal tem vindo a diminuir gradualmente em toda a costa portuguesa, havendo pontos de incidência mais forte em zonas como Esmoriz, Aveiro, Ílhavo Vagueira e Costa da Caparica;
– A legislação marítima no geral, como a que adveio da integração do país na Comunidade Europeia, é muitíssimo mais rigorosa;
– O pescado tem vindo a diminuir em quantidade e qualidade;
– As despesas por conta da classe piscatória têm vindo a aumentar: manutenção das embarcações, preço dos combustíveis, quantidade de licenças exigidas pela autoridade marítima, etc.
Pena é que a Costa Nova não consiga manter uma companha, mesmo com algumas adulterações a que os tempos obrigam, para fazer jus aos barcos de grandes dimensões que já lá houve, até aos anos 50.
Fotografia – Postal de Paulo Miguel Godinho
Ílhavo, 13 de Maio de 2009
Ana Maria Lopes
terça-feira, 12 de maio de 2009
Atlântico - Navio Perdido...
Há muito que os naufrágios na barra de Aveiro, nos princípios do século XX me atraem, mas, só há uns tempos, tive disponibilidade para me entregar mais à sua redescoberta.
Em pesquisa sistemática do jornal “O Ilhavense”, eis que a notícia do encalhe do lugre Atlântico, nos finais de 1925, no regresso dos bancos da Terra Nova, me fez pensar e revirar os apontamentos.
Para chegar ao lugre Atlântico, tive de regredir no tempo e com trocas de impressões com amigos interessados, parece que cheguei a porto seguro…
Pesquisa ali, pesquisa acolá, listas de navios, jornais, catálogos e o tal “puzzle” marítimo encaixa gradualmente.
O lugre Atlântico, ex-Dolores, de madeira, (tendo navegado sob bandeira dinamarquesa com os nomes de Urda, de 1892 a 1907, e Sylphe, de 1907 a 1909), foi construído em 1892, em Odense, Dinamarca, por N. F. Hansen. De comprimento, media, entre perpendiculares, 33,85 metros, 7,40 m. de boca e 3,14 de pontal. Registava uma arqueação bruta de 152, 68 toneladas e líquida de 101,10.
A partir de 1910, surge registado no porto de Aveiro, com o nome de Dolores, tendo sido seu capitão até 1916, António José dos Santos e Augusto Fernandes Pinto (1916 e 1917).
Por informação da lista de navios portugueses de 1914, temos, então, a certeza de que era, pois, pertença da Parceria Marítima Aveirense e foi-o até 1917.
Entre 1918 e 1921, passou para a Companhia Aveirense de Navegação e Pesca, mudando o nome de Dolores para Atlântico, em 1920.
Alcançámos o Atlântico…
Por ele passaram os Capitães Jorge Fort’Homem (1919 e 1920) e Joaquim Gonçalves Guerra (1921).
Mas, a dança das sociedades não pára e a partir de 1922 até 1925, é propriedade da Parceria Marítima Africana.
De 1922 a 1924, inclusive, comandou o Atlântico Adolpho Francisco da Maia e no ano de 1925, assumiu o mesmo cargo o ilhavense Marco Luís Fraco, para quem estava reservada a desdita do fatídico sinistro.
Por informação da Marinha, o Atlântico naufragou por encalhe a sul da barra de Aveiro, em 30 de Outubro de 1925, por motivo de avaria no leme, tendo sido salvos todos os tripulantes, através do cabo de vaivém.
O relato do nosso jornal é muito mais emocionante e pormenorizado, pelo que me selecciono alguns parágrafos:
Quando ao largo da barra pairava uma quantidade de navios esperando a entrada no porto […], o rebocador Vouga tentou sair, não o podendo fazer em consequência da agitação do mar.
Entretanto, o Atlântico vendo o sinal do Forte, foi-se aproximando, à espera de ocasião propícia. Como o rebocador não se aproximasse […], o navio veio singrando ligeiro, passou o banco de areia e, ao chegar perto da “Meia-Laranja”, ficou sem governo, em consequência de uma vaga lhe ter despiado a gaiúta e esta ter quebrado a roda do leme.
De terra, onde uma multidão esperava a entrada dos navios, ao ver-se que o Atlântico corria o risco de se perder, houve um grito de angústia por aqueles marinheiros, que estavam prestes a serem tragados pelas ondas, tão perto de suas famílias e seus lares!
Sem governo, à mercê do vento e da corrente […], o Atlântico é arremessado pelas vagas que lhe varrem o convés, um pouco a sul da Meia-Laranja. Na impossibilidade de salvação do navio, o capitão ordena que a tripulação (no total de 28 homens) se prepare para o abandonar. Estava salva a tripulação!
Com a vazante da maré, iniciaram-se os trabalhos de recuperação dos salvados e de grande parte da carga, constituída por 2 200 quintais de bacalhau.
Ao local acorreram milhares e milhares de curiosos, de Ílhavo, Aveiro, Gafanhas, Costa-Nova, para verem o navio naufragado.
Pena é que entre tantos “mirones”, nenhum tivesse feito disparar a objectiva, de modo a que um documento visual tivesse chegado, hoje, até nós, para enriquecer a narrativa, já por si, tão forte e impressionante!
Fotografia amavelmente cedida pelo MMI.
Ílhavo, 12 de Maio de 2009
Ana Maria Lopes
sábado, 9 de maio de 2009
Dia da Marinha de 16 a 24 de Maio de 2009
Este ano, as comemorações principais do Dia da Marinha vão decorrer em Aveiro, associando-se, assim, a Marinha às celebrações dos 250 Anos de Elevação a Cidade e dos 1050 Anos da primeira referência escrita à mesma.
Programe bem, atempadamente, os seus dias, de modo a poder usufruir, ao máximo, dos tão diversificados festejos.
Fonte – Revista da Armada de Maio de 2009
Ílhavo, 9 de Maio de 2009
Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
Amigos do Museu enriquecem o «Faina Maior»
«Certo dia, quando o nosso saudoso amigo Capitão Francisco Marques terminava a construção do Faina Maior e com grande satisfação me foi mostrar o seu trabalho, perguntei-lhe se não pensava instalar-lhe um molinete. Ele olhou para mim e, com amargura, disse-me que não se sentia com forças para isso. Não mais se tocou no assunto.
Mais tarde, já em Lisboa, conversei com o meu bom amigo Dr. Manuel Leitão, que, com a sua sempre pronta solicitude, logo me apresentou um conjunto de desenhos detalhados dos molinetes que se usavam nos palhabotes de Gloucester. Era completamente igual ao que eu conhecia do Gazela, só que de dimensões apropriadas a um navio como o Faina Maior.
Guardei estes planos, mas não falei no assunto a ninguém, por não ter oportunidade.
No ano passado, construi uma maquette à escala e apresentei ao Sr. Director do Museu e ao Sr. Presidente da Associação dos Amigos do Museu a ideia da sua possível construção.
A minha proposta foi aceite em reunião da AMI e o Dr. Aníbal Paião, de imediato, deu ordem para a iniciação dos trabalhos, pondo à disposição as oficinas, os armazéns e o apoio logístico necessário para se dar início à obra.
Contactei o mestre José Vareta, a quem mostrei os desenhos e a maquette, para saber se estava disposto a dar seguimento a esta tarefa.
Observou tudo com atenção, e aceitou o trabalho, com a condição de ter apoio do serralheiro para acompanhar e executar os trabalhos em metal, para os transportes e suporte financeiro para a aquisição das madeiras necessárias.
O trabalho começou e logo se mostrou a todos os que o acompanharam, de uma atracção invulgar.
Foi bom voltar a ver riscar, serrar, unir e dar forma àquelas grandes peças de madeira que, dia a dia, iam mostrando as colunas, o tambor e as bonecas que começavam a dar vida à «velha» peça feita agora de novo.
Depois, voltámos a ver trabalhar a enxó de ribeira, guardada há tantos anos, mas que o mestre ainda manobra com mestria.
Agora começava o acerto das ferragens que, depois de devidamente aplicadas, davam movimento ao nosso molinete.
Trabalhava, rodava e até “cantava” como os seus “irmãos” a bordo dos navios.
No MMI…
Chegava o dia de partir para o seu lugar e lá seguiu desmontado na camioneta que o levou até ao Museu de Ílhavo, onde o mestre Zé Vareta, que já tinha construído o Faina Maior ia agora terminar o seu trabalho colocando no castelo de proa o molinete para virar a amarra».
No MMI…
28.4.2009 – António Marques da Silva
Fui acompanhando o trabalho, sempre com curiosidade e entusiasmo, e fotografando as suas diversas fases.
Mais uma vez, estamos muito gratos ao Amigo Marques da Silva, pela boa vontade, espírito de pesquisa, saber e paciência.
Obrigada Capitão Marques da Silva!
Fotografias – Autora do Blog
Ílhavo, 28 de Abril de 2009
Ana Maria Lopes
sábado, 2 de maio de 2009
Desafio...2
Já em Dezembro último, lançámos um desafio de observação deste género, de que os leitores gostaram, pedindo até que se repetissem mais vezes actividades deste estilo.