domingo, 12 de janeiro de 2025

Aquário dos Bacalhaus reabriu, ontem, com 23 novos "inquilinos"

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Ontem, tiveram lugar no Museu Marítimo de Ílhavo, as Jornadas “Aquários e Cidadania Azul”, evento que marcou a reabertura do Aquário dos Bacalhaus e que celebrou o 12º aniversário do mesmo, inaugurado, em 13 de Janeiro de 2013.

Nestas jornadas, entre as 14 e as 16 horas, participaram vários especialistas que falaram do papel dos aquários na “consciencialização, comprometimento e proactividade”, em defesa do futuro do planeta, sobre a importância de preservar os recursos marinhos para as gerações futuras.

Na ausência de imagens de ontem, recordo algumas, tais “linhas de água”, em tons de verde, de Cesariny, da primeira real inauguração, em 2013.

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Ílhavo, 12 de Janeiro de 2025

Ana Maria Lopes

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

João Sílvio Matias

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João Sílvio Serrano Matias

 João Sílvio Serrano Matias
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João Sílvio Matias, marítimo, nasceu em 26 de Agosto de 1931. Filho de João Fernandes Matias, conhecido Homem do Mar, e de Sílvia da Conceição Serrano. Solteiro, não deixou descendência. Era irmão de Lucília Serrano Matias e de António Manuel Serrano Matias. Sem grande amizade, sempre fomos vizinhos – entre as ruas Ferreira Gordo e João de Deus – e conhecíamo-nos.

Era possuidor da cédula marítima nº 27718, passada pela Capitania do Porto de Aveiro, em 10 de Janeiro de 1955.

Embora, já tendo tirado o curso, em época da pesca à linha em fase terminal, ainda fez algumas viagens, em navios- motor e no lugre-motor “Creoula”.

Na campanha de 1955, fez uma campanha, no arrastão” António Pascoal”, como praticante de piloto, sendo o seu pai imediato. Na safra de 1956, estreou como piloto, o navio-motor “São Jorge”.

Nas campanhas de 1957 e 58, foi piloto no navio-motor “Lutador”, sendo o seu pai, capitão.

Na safra de 1959, passou a imediato do navio-motor “Vimieiro”.

Nos anos de 1960 e 61, foi imediato no lugre-motor “Creoula”, tendo acabado a pesca à linha em 1963, no navio-motor “Soto-Maior”. Entretanto, passou para o comércio.

Na década de 90, sempre que o NTM “Creoula”, em consonância com a Câmara de Ílhavo e o Museu, visitava a Gafanha da Nazaré, sempre esteve presente , juntamente com outros seus colegas que tinham sido oficiais do navio, para uma agradável recepção a bordo.

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A bordo do “Creoula”, anos 90, atrás, à esquerda.
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No dia 7 de Janeiro, com a vetusta idade de 93 anos, partiu para uma viagem, sem retorno.

Ílhavo, 9 de Janeiro de 2025

Ana Maria Lopes

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

António Marques da Silva

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Capitão António Marques da Silva

Partiu um dos últimos e dos Grandes...

António Marques da Silva, grande amigo, filho de Manuel Marques da Silva e de Ana Nunes Pereira da Silva, nasceu na Lapa, em Lisboa, em 23 de Junho de 1931. Casou com Maria Júlia, de cuja união, nasceu o filho João Silva. Seguiu o Curso Geral da Escola Náutica, sendo possuidor da cédula marítima nº 115393, passada pela Capitania do porto de Lisboa, em 13 de Agosto de 1951. Residiu em Caxias, com largas estadias na Gafanha da Nazaré, cada vez mais longas...

O seu primeiro cargo marítimo foi como praticante de piloto, desde Março de 1952 até Fevereiro de 1953, no arrastão lateral, “Santo. André”.

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ArrastãoSanto André

Neste ano de 1953, numa larga emposta, deixou a praça de Aveiro, para a Parceria Geral de Pescarias e passou ao lugre-motor de aço, “Creoula”, em 1953, como piloto e de 1954 a 57, inclusive, como imediato.

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A bordo do lugre motorCreoula

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Numa nova emposta, entre 1958 e 64, inclusive, foi o capitão do lugre-patachoGazela Primeiro”, com muito orgulho.

De saco às costas, mudou para o lugre-motorArgus”, entre 1965 e 68, da mesma empresa, com o cargo de imediato.

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                                 A bordo do "Argus", em 1965

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Terminou a sua carreira na pesca à linha do bacalhau, como capitão do lugre-motorCreoula”, de 1969 até 72, inclusive.

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A bordo do “Creoula”, 1971

Entre 1973 e 1987, andou embarcado em navios da companhia Econave, onde desempenhou funções de comandante em vários navios de carga geral e porta-contentores. Em 1981, acompanhou a execução do projecto e supervisão das obras de recuperação e adaptação do lugre Creoula a navio-escola, obras que acabaram em Agosto de 1987.

Em 1982, foi contratado para professor da disciplina de Marinharia, na Escola Náutica Infante D. Henrique, cargo que exerceu até Janeiro de 1993.

Por limite de idade, aposentou-se, em Janeiro de 2002.

Mas o seu grande trabalho começou a partir daqui, com a sua entrega à escrita e ao modelismo, de uma forma exímia.

Entre os vários livros escritos, salienta-se ”Memória dos Bacalhoeiros – Uma contribuição para a Sua História”, editado pela Editorial Presença, em 1999.

A Comissão Cultural de Marinha deu-lhe ao prelo os livros “A Força do Vento”, “O Pequeno Herói” e “Quem Vai Pró Mar”, repectivamente em 2003, 2004 e 2005.

Em Agosto de 2016, foi editado pela CMI/MMI e AMI o seu livro “Barcos da Ria de Aveiro – Memórias e Modelos”.

Em 18 de Novembro de 2017, foi editado pela CMI/MMI e AMI o seu livro “Traços de Construção Naval em Madeira – Mastreação e Aparelho do Navio”.

Em Novembro de 2021, foi editado pelo Grupo de Amigos e pelo Museu Marítimo de Ílhavo, o seu livro “Navios dos Descobrimentos – Memórias e Modelos”.

Em Agosto de 2024, foi editado pelo Grupo de Amigos do Museu, o seu livro “ Embarcações da nossa Costa – Memórias e Modelos”.

Pelo seu bom préstimo, exímios conhecimentos e extrema habilidade, foi alvo de diversas homenagens, a saber:

Em 2006 foi condecorado pela Marinha de Guerra Portuguesa com a medalha da “Cruz Naval de Primeira Classe”, na cerimónia do Dia da Marinha que teve lugar em Sines a 20 de Maio desse mesmo ano.

Em Dezembro de 2011, foi eleito por unanimidade, membro emérito da Academia de Marinha.

Em Março de 2017, foi homenageado pela Escola Náutica Infante D. Henrique.

Em Abril de 2022, foi entronizado Confrade de Honra pela Confraria do Bacalhau de Ílhavo.

Em Agosto de 2022, foi homenageado pelo MMI. com a abertura de uma exposição temporária da sua colecção de modelos e aprestos de bordo lá depositada.

Em Abril de 2023, foi homenageado pela Câmara Municipal de Ílhavo, com a atribuição da medalha de mérito cultural prateada.

Hoje, dia 2 de Janeiro. com a vetusta idade de 93 anos, partiu para uma viagem sem fim.

Ílhavo, 02 de Janeiro de 2025

Ana Maria Lopes

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