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A
minha
mais antiga recordação deste arraial é uma fotografia, já postada, no terraço
do meu palheiro, à época, com dois
anos e um grande laçarote na cabeça. A armação da festa comprova a data – fins
de Setembro de 1946. Vivia no coração da romaria.
Outra memória, bastante mais forte e de que ainda hoje me recordo vivamente, foi a minha integração na procissão, trajada de anjinho – a primeira e a única vez.
Cá
perdura o boneco tirado à la minuta no
meu baú, como mandava a tradição.
Só
que foi uma procissão complicada e agitada, porque durante o seu trajecto,
deflagrou um forte incêndio na, à época, Pensão Pardal, na esquina norte da
Estrada do Banho.
Alterado
o percurso, o susto apoderou-se de todos. As chamas lambiam as outras casas e
todos temiam que se propagassem às residências vizinhas. Foi um alvoroço.
Lá
vieram os Bombeiros de Ílhavo acudir ao sinistro que poderia ter alcançado
proporções gigantescas, dado que as casas da proximidade eram palheiros de
madeira ressequida.
Na
ausência de data na fotografia, lá fiz algumas diligências para situar a
ocorrência no ano certo – foi no domingo da Festa de 1951 (in O Ilhavense de 10 de Outubro de
1951).
Costa Nova, 31 de Agosto de 2023
Ana Maria Lopes
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