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O lugre “Guerra II” desliza na calmaria pacífica, inspiradora, reflectora, espelhenta, das águas lagunares… Que belo veleiro, reflectido em tão tranquila ria… Tem a elegância de manequim, em passerelle, ao exibir todo o seu velame.
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Segundo o Catálogo “A Frota Bacalhoeira – Navios de pesca à
linha”, editado pelo MMI. em Maio de 1999, o lugre de madeira “Guerra II” foi construído em 1919 na
Figueira da Foz por Sebastião Gonçalves Amaro para a Empresa Nunes, Guerra
& Cª Lda., de Ílhavo, tendo participado nas campanhas de
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Após a campanha de 1936, foi vendido
à Companhia Transatlântica Lda., Porto, onde terá passado a ser o “Granja”, já
com motor instalado. Participou nas campanhas de
Naufragou em 1941, nos baixios a
norte do Cabo de São Francisco, Terra Nova, quando se dirigia a portos da Terra
Nova para carregar bacalhau seco.
Notícia do jornal “O Ilhavense» de 1
de Agosto de 1941 relata que, “por telegrama de Manuel São Marcos, capitão
do lugre “Granja”, à proprietária deste navio, Sociedade de Pesca
Transatlântica, naufragou, no domingo, dia 20, devido ao nevoeiro, nas proximidades
do cabo de S. Francisco, junto à Costa da ilha da Terra Nova, aquele barco, que,
em 30 de Junho havia largado de Lisboa, com carregamento de sal para aquelas
paragens, a fim de trazer para Portugal um carregamento de bacalhau. O “Granja,
que, ultimamente, não tem ido à pesca do bacalhau, empregou-se durante muito
tempo no transporte de encomendas para os prisioneiros de guerra, entre Lisboa
e Génova.
Na sua última viagem, tinha estado
prestes a naufragar perto do estreito de Gibraltar, tendo ainda perdido dois
dos seus tripulantes.
Além do ilhavense Sr. Manuel São
Marcos que o comandava, o piloto, Jorge Fort’ Homem, e toda a restante
tripulação está a salvo, devendo ser repatriada nos primeiros navios que venham
daquelas paragens”.
“Guerra II”, “Corça”, “Granja”, que dança de nomes e de armadores…o que, acontecia, com frequência.
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Ílhavo, 13 de Junho de 2021
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Ana Maria Lopes
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