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José António Bóia Paradela nasceu em
Ílhavo, em 30 de Outubro de 1937, filho de José António Paradela Júnior e de
Rosa de Jesus Bóia. Foi casado com Matilde Ventura Nunes Henriques, amor de uma
vida. Adoptaram dois filhos, o Marco e o
Jorge.
Subiu a pulso. Foi embarcadiço na
pesca do bacalhau, tendo feito uma campanha de moço, em 1955, no navio-motor
“Lousado”. Depois, bolseiro da Fundação Gulbenkian, durante cinco anos, formou-se
em Arquitetura, na Escola Superior de Belas Artes.
O seu curriculum vasto
compreendeu várias disciplinas e tipologias, desde as arquitecturas,
especialmente habitação colectiva e equipamentos, ao ordenamento do território
e ao planeamento urbanístico. Nesse aspecto, podemos dizer que na ilha da Madeira,
teve um papel fundamental.
No planeamento
urbanístico, a sua área de trabalho preferida foi o POTRAM (1990) –
Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira, em que coordenou
uma vasta equipa pluridisciplinar.
Para Ílhavo, a sua terra natal, fez o projecto dos
Paços do Concelho, o Centro
Cultural da Gafanha da Nazaré, o edifício antigo dos Bombeiros Voluntários, que
adaptou ao Centro de Religiosidade Marítima e o Jardim Henriqueta Maia.
Usava como pseudónimo
literário Ábio de Lápara.
Na escrita, deixou-nos dois livros de crónicas e
pequenas estórias sobre os lugares onde cresceu e conviveu “Uma Ilha no Nome” e
“A Rua Suspensa dos Olhos”, e um livro de textos poéticos, “O Livro das
Santinhas de Apegar”.
O Zé António era um homem bom, honesto, culto, sem pretensões e com humor. E a juntar a tudo isto – um grande arquitecto e urbanista. Apresentou-nos, em Ílhavo, com saber e boa vontade o livro “Moliceiros” – A Memória da Ria”, em 2012.
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Depois de doença
prolongada, a que resistiu estoicamente, faleceu em 21 de Fevereiro de 2023,
com 85 anos.
A
título póstumo, foi-lhe concedida a medalha de ouro, de mérito cultural, em
2023, pela CMI.
Ílhavo,
8 de Março de 2024
Ana
Maria Lopes
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