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Mais
um homem do mar, depois de várias consultas, comparações, confronto de dados,
de fichas, de livros, de jornais, de arquivos. Trabalho bom para um fim de
semana de Janeiro, de muito frio e de confinamento, ao som da lareira que
crepita. Há que montar um “puzzle” diferente, com os materiais que se podem
consultar em casa ou a partir dela, on-line. Com Orlando Vidal, nunca tive nenhum
conhecimento, mas sabia bem a que famílias pertencia a esposa.
Orlando
Brandão Vidal, filho de Marcos Nunes Vidal Marto e de Maria Simões Ferreira
Brandão (creio que foi professora de instrução primária, cá pelas redondezas…)
nasceu em Vilamarim, concelho de Mesão Frio. Veio mesmo do frio e, por á ficou.
Nasceu
em 24 de Janeiro de 1927. Era portador da cédula marítima nº 115 466,
passada pela Capitania do porto de Lisboa, em 21 de Janeiro de 1953.
Do
casamento com Maria Fernanda Cachim Parracho, nasceu uma filha, de sua graça,
Maria João Parracho Vidal.
Andou
numa panóplia de navios que os leitores talvez gostem de recordar.
Para começar, exerceu o cargo de piloto no navio-motor “São Ruy”, da praça de Viana do Castelo, em 1953, onde se cruzou com o amigo Chico Leite, como imediato, sob o comando do Capitão Zé Bilelo.
No ano seguinte, 1954, piloto também, mas agora do lugre-motor “Santa Maria Manuela”. Em 1955, de piloto continuou, agora na viagem inaugural do navio “Sam Tiago", construído em Viana, mas para a SNAB., onde se cruzou com o Cap. Zé Leite e Chico Leite, imediato, irmãos e, ambos de Ílhavo.
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Teve
uma passagem na 2ª viagem, de piloto, pelo arrastão lateral, “Santa Princesa”,
na safra de 1956.
Sendo
o seu sogro, João Fernandes Parracho (de alcunha o Vitorino), à época, capitão
do lugre-motor “Dom Denis”, da praça de Aveiro, era natural que “tivesse dado a
mão” ao genro e o tivesse levado como imediato, nos anos de 1957, 58 59 e 1960.
Estes aconchegos e “troca de cadeiras” eram, de certo modo, vulgares, em
Ílhavo.
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Em
1961, o cap. Vitorino Parracho estreou o navio-motor “Rainha Santa”, como
capitão, e Orlando Brandão Vidal ficou com o posto de capitão no “Dom Denis”, de
1961 a 1965 (inclusive).
De
passagem pelo navio-motor “Rio Antuâ”, da praça de Aveiro, como imediato, na
campanha de 1966, voltou a capitão do lugre-motor “Luiza Ribau”, da praça de
Aveiro, de 1967 a 69, levando, desta vez, o seu sogro, como imediato, já mais
gasto pelo tempo, pelo mar e por algumas maleitas.
De
1970 a 1972, inclusive, passou a capitão do navio-motor “Vila do Conde”, da
praça de Aveiro, que, em 1971, foi transformado em navio de redes de emalhar, com
lanchas. Teve como imediato seu sogro, em 1970, Armando António Lontro Bugalho, em 1971 e Manuel da Silva Santos, de Esgueira - Aveiro - , em 1972.
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Abandonou a pesca do bacalhau e, a convite do Sr. Amaral, accionista, gerente e armador da ECONAVE, foi para a Dinamarca, a fim de assumir o comando do porta-contentores de 1ª geração "Eco-Tejo". Desembarcou e reformou-se deste navio, visto que, nos anos 80, teve um AVC, quando estava atracado no porto de Roterdão.
E
eis a biografia marítima de Orlando Brandão Vidal, a que consegui ter acesso,
navegando em vários riachos.
Homem bom, sabedor e de fibra, depois de alguns anos de reforma, deixou-nos, em “viagem sem regresso”, em 9 de Outubro de 2011, com 84 anos de idade.
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Ílhavo,
10 de Janeiro de 2021
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Ana
Maria Lopes
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