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Em maré de naufrágios, recordemos o do iate “Favorita”, que me levou a fazer uma visita ao local, para o ver “claramente visto” e poder contar como foi. Já eram prenúncios do Marintimidades.
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Na madrugada do dia 15 de Setembro de 1966, há 54 anos, pelas 3 horas da manhã e, devido ao intenso nevoeiro que envolveu o nosso litoral, encalhou, entre as praias da Vagueira e de Mira, o iate “Favorita”, elegante embarcação que parece ter sido do ex-Rei Faruk, do Egipto, e que agora, pertencia a um capitalista belga e arvorava a bandeira panamiana.
Segundo informação do jornal “O
Ilhavense”, de 20. 9.1966, a tripulação do iate encalhado salvou-se e era
composta por sete homens, embora viessem também, a bordo, os Srs. Américo Bolais Mónica e
António da Silva Mónica, da Gafanha da Nazaré, para cujos estaleiros
vinha a embarcação, a fim de ser reparada.
A notícia correu célere na Costa-Nova e nós não pudemos faltar. Fica “o boneco” para a posteridade.
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Alguns objectos foram dando à costa e o espaço circundante esteve cercado e vigiado pela autoridade competente.
Foram feitas várias tentativas para
salvar o iate, que estava seguro em 20 000 contos, mas em vão.
Lá apanhei no areal um bonito ornato de madeira, em forma de vaso floral, já um pouco surrado e batido pela pancada insistente do mar, vestígio de algum bonito móvel, que teria decorado o iate encalhado.
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Imagens – Arquivo pessoal da autora
Costa Nova, 15 de Setembro de 2020
Ana Maria Lopes
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