Com o Argus na Gafanha da Nazaré…presente, mesmo ao longe, pela
imponência dos seus quatro mastros, pela sua história e memória, tive vontade, ao serão, de reler o I sailed with Portugal´s Captains Courageous
escrito por Alan Villiers e traduzido pelo caríssimo Amigo Capitão Vitorino
Ramalheira. Não resisti a respigar uns curtos parágrafos do excelente texto.
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Ainda menos resisti a evocar
alguns dos rostos dos grandes homens da pesca bacalhoeira, no Argus, na campanha de 1950, eternizados
pela notável objectiva de Alan Villiers.
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Cedo, na Primavera de 1950, fiz viagem com a frota de pesca portuguesa,
de 32 veleiros, no Argus, gracioso
lugre em ferro, de quatro mastros, construído em 1938 – 1939, um rei entre os
navios portugueses (…).
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O piloto, um jovem bem disposto, de 22 anos, fazendo a sua 5ª viagem,
disse-me que era o Primeira Linha, da Fuzeta, Francisco
Emílio Baptista, o campeão dos pescadores de toda a frota. Em média
apanhava uma tonelada de bacalhau por dia. Uma tonelada por dia! Olhei para ele
espantado, porque não fazia a mínima ideia de que o peixe podia ser pescado em
tal quantidade, na pesca à linha.
Os companheiros do Francisco tinham uma piada acerca das suas façanhas
– “Ele tem o seu próprio viveiro” – explicou o segundo piloto. – “Vai lá e tira
o seu peixe!”
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Especial, Francisco Emílio Baptista (Laurencinha)
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(…) António Rodrigues, de 63
anos, soube-o depois, fazia a sua 43ª viagem aos Bancos. Era um velhote
simpático, cara castanha, mas o seu corpo era ainda activo e ágil, como um
jovem (…).
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Especial, António Rodrigues faz leme... de Olhão
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Pescador especial, Joaquim
Pedro Rolão, de Olhão
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Espero que apreciem, tanto como
eu, texto e imagens. Foi essa a minha intenção…ao rememorá-los.
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Fotografias
de Alan Villiers – Cortesia da National Geographic Society
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Ílhavo, 14 de Abril de 2020
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Ana Maria Lopes-
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