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A dar molhaduras…
Ainda
na preparação da marinha, se cura, se arreia, se deixa morrer ou se ugalham
as praias numa tomada de águas
novas para bom sal produzir.
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E
é com sentido e com querer que as tarefas se cumprem – ritmadas, repetidas,
esforçadas e precisas.
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E
é numa entrega total, num consolo que alenta estas almas crentes de homens
valentes, que colaboram de sol a sol, que a marinha
ganha vida.
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Entre
neblinas matinais, ei-los prontos para a jornada, homens do sal!
Ugalhar é necessário!
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Ó
marnoto, que estás nessa praia salgada, leva teu moço e, em uníssono, «cantem» os mesmos
movimentos, atirem essa água velha contra o ugalhadoiro.
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Moço laborioso,
tostado e habilidoso, que, em movimentos lépidos, lanças água para lá... borrifando e respingando como que se de uma
dança de águas se tratasse.
E
é com sabor a maresia no rosto que te refrescas e atiras essas águas, usando
teu ugalho, de baixo para cima, e
repetes e repetes…essas molhaduras. E
que bem que o fazes!
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Equilibristas natos
correm pelas travessas e com precisos
movimentos braçais, de cima ugalham.
Puxam com esforço redobrado essas águas frias da manhã, que lhes correm pelos
pés, engelhando-os.
Nota – Para esclarecimento de
linguagem técnica, consultar GLOSSÁRIO de Diamantino Dias.
Imagens | Paulo Godinho | Anos 80
13 | 06 | 2013
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Texto | Etelvina Almeida |Ana Maria Lopes
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1 comentário:
Lindo!
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