sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Na senda das exposições do Titanic - 3

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Em 1985, uma equipa de oceanógrafos franceses e americanos descobriu o Titanic naufragado, dividido em duas partes; em 1986, iniciaram-se os trabalhos de mergulho na extensão dos escombros numa área equivalente ao centro de Londres. Mais três expedições foram levadas a cabo até 1994, tendo sido recuperados 3600 objectos, para o que foi utilizado o submergível Nautili, símbolo de alta tecnologia.
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No final de 1994, em grandes parangonas, o National Maritime Museum – Greenwich – London anuncia THE WRECK OF THE TITANIC – Exhibition.
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Sorvi a informação. Mesmo com tempo limitado, porque não soube logo, não podia faltar e então fui até Londres. Que emoção!

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Não perdi o meu tempo. A exposição estava organizada em nove secções, com cerca de 150 objectos. Alguns destes sectores eram recordados através de documentação da época.
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Para além da extraordinária maqueta que representava o Titanic dividido em duas partes, as secções que mais me cativaram foram os objectos e as técnicas da sua preservação. O reconhecimento da baixela em prata atraía-me: estão mesmo a imaginar o motivo. Mas não vi talheres exactamente iguais aos ditos…. Mas, havia várias classes, a bordo, com decorações e equipamentos diferentes – pensei eu.



Peças da baixela de prata do Titanic


 
O que pude ainda observar?
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Coletes de náufragos, lustres de um dos luxuosos salões, restos das cadeiras dos deques, porcelanas, cristais, peças da baixela de prata, instrumentos náuticos e objectos pessoais de passageiros desde pincéis de barba, agendas, pentes, palitos, botões de fardas e jóias (relógios, voltas de ouro com pingentes, alfinetes de gravata, etc.) até…
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O produto encontrado muito dizia da soberba qualidade do navio, da nobreza dos materiais nele utilizados e do nível social dos passageiros que fizeram a sua primeira e última viagem.
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Incrível, um exemplar do jornal Southern Echo, do dia 9 de Abril de 1912, ainda legível!
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A limpeza e manutenção de tão delicados objectos são uma verdadeira lição na arte da preservação, levada a cabo, entre outros, pelos laboratórios da Electricidade de França.
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Sempre alerta de outras possíveis exposições, em 2004, tive conhecimento da que se realizou no Porto, no grande espaço do mercado Ferreira Borges. Não pude faltar, eu e o meu neto mais velho lá fomos, para lhe incutir o fascínio pelo Titanic.

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Bastante pomposa, esta exibição, recriava imensos cenários, mas, para mim, não transmitia um espírito tão sério, científico e investigador, quanto a de Londres. De modo algum.
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(Cont.)

Fotografias – Arquivo pessoal da autora


Ílhavo, 24 de Fevereiro de 2012
Ana Maria Lopes


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