A regata de moliceiros Torreira – Aveiro, ontem realizada, não se pode dizer que tenha sido um êxito, mas ficou para a história. Não há memória de que outra tenha demorado tantas horas… Saí, ao entardecer, de Aveiro, e nem um barco havia chegado. Por curiosidade, vim pela antiga estrada da Gafanha da Nazaré e avistei, ao longe, por entre as ervagens, cinco velas que mais pareciam estáticas, imóveis, paradas.
Porquê?
– “O vento caiu completamente, os barcos vêm contrauga e alguns até tiveram de botar mão ao motor” – explicaram-me.
Ao largo do Cais dos Bacalhoeiros, avistava-se mais uma vela hirta e outro barco, de vela arriada, que se socorrera do motor fora de borda. Naturalmente, já desclassificado.
Os restantes ainda nem tinham dado a volta em S. Jacinto e teriam chegado, a Aveiro, lá pelo anoitecer.
Hoje de manhã, lá coloriam o Canal Central da cidade, no Rossio, se bem que longe da infinidade de outrora.
Dos vinte e cinco barcos, cinco eram pequenos moliceiros (7 metros de comprimento), talvez para recreio, fora dos cânones e, normalmente, também, de concurso.
Passando uma vista de olhos pelos painéis e respectivas legendas, na expectativa de encontrar alguma referência a factos actuais ou do quotidiano, tipo, crise governamental, crise petrolífera, crise futebolística ou qualquer outra…há tantas…Não!
Porquê?
– “O vento caiu completamente, os barcos vêm contrauga e alguns até tiveram de botar mão ao motor” – explicaram-me.
Ao largo do Cais dos Bacalhoeiros, avistava-se mais uma vela hirta e outro barco, de vela arriada, que se socorrera do motor fora de borda. Naturalmente, já desclassificado.
Os restantes ainda nem tinham dado a volta em S. Jacinto e teriam chegado, a Aveiro, lá pelo anoitecer.
Hoje de manhã, lá coloriam o Canal Central da cidade, no Rossio, se bem que longe da infinidade de outrora.
Dos vinte e cinco barcos, cinco eram pequenos moliceiros (7 metros de comprimento), talvez para recreio, fora dos cânones e, normalmente, também, de concurso.
Passando uma vista de olhos pelos painéis e respectivas legendas, na expectativa de encontrar alguma referência a factos actuais ou do quotidiano, tipo, crise governamental, crise petrolífera, crise futebolística ou qualquer outra…há tantas…Não!
Para se abstraírem da dita “crise”, os pintores da ria resolveram refugiar-se, salvo raras excepções, na tradicional malícia e na evocação das moribundas actividades do moliço e do sal, apelando à salvação da ria.
Notei também que alguns dos painéis do ano passado se mantinham, não tendo sido renovados, ou sofrendo, apenas, uns ligeiros retoques.
A malícia fica ao sabor de cada um, estará na mente do leitor. Os turistas sorriam…
Pelos trocadilhos, pelos duplos sentidos, pela evocação de tempos antigos, pelo apelo à salvação da ria, eis alguns com que mais engracei:
Notei também que alguns dos painéis do ano passado se mantinham, não tendo sido renovados, ou sofrendo, apenas, uns ligeiros retoques.
A malícia fica ao sabor de cada um, estará na mente do leitor. Os turistas sorriam…
Pelos trocadilhos, pelos duplos sentidos, pela evocação de tempos antigos, pelo apelo à salvação da ria, eis alguns com que mais engracei:
Curioso que este painel tem uma fonte de inspiração que me é muito familiar: uma marinha de grande dimensão, Moliceiros, óleo sobre tela, 1939, de Sousa Lopes, em exibição na Sala da Ria do MMI.
Tempos que já não voltam…
Anda, moço, que se faz noite!
Não deixem morrer a tradição!...
Fotografias – Ana Maria Lopes
Ílhavo, 20 de Julho de 2008
Ana Maria Lopes
5 comentários:
Pois é como diz aqui o Comandante Veiga, esperámos em vão por eles mas para além da falta de vento parece-me que os organizadores se esqueceram de uma coisa fundamental na organização de regatas hoje na nossa Ria, as marés.Os regateiros fizeram (ou fariam) o percurso sempre contra a maré,partiram da Torreira com a enchente e chegariam a Aveiro já na vazante.Errado,deveriam ter partido da Torreira no final da vazante de maneira a chegarem a S.Jacinto e aproveitarem o ínicio da enchente e consequente "boleia" para Aveiro.No caso de haver pouco vento, sei-o com conhecimento de causa, é quase impossível um barco progredir tal a força das correntes.
Infelizmente não são só as embarcações tradicionais que podem por vezes desaparecer. O conhecimento das águas e natureza em geral é tão importante quanto os barcos, pois faz tudo parte do mesmo. Um dia num futuro muito longínquo talvez exista nas escolas uma disciplina que ensine as tradições, das terras ou do país. Utopia talvez.
É verda ...quando estavamos a caminho da meia laranja com os meninos do IPO recebemos voz de comando para regressarmos a Aveirorapidamente para nãoatrapalhar a regata dos moliceiros...realmente vi-os aolonge...e nunca mais lhes pus a vista em cima.....ahhhhhhhh....faltou -me dizer que no barco que eu ia o comandante não queria muito acatar a ordem..estaria elepronto a dizer aos moliceiros..."Afastem-se é ferroooooooo"
Que post belíssimo e que fotografias fabulosas!!!!!
uma boa reportagem Ana Maria!
e a avaliar pelas fotos não se perdeu tudo... ficaram os painéis que são bem giros!
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