quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A Associação Memória e Património dos Terre Neuvas visita o Museu Marítimo de Ílhavo

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Repetindo a visita que fizera ao Museu Marítimo de Ílhavo, em Março de 2016, esteve, hoje, de novo, presente, no MMI, uma representação da Associação «Mémoire et Patrimoine des Terre Neuvas», uma colectividade sediada em St. Malo, França, que visa preservar a memória e património da pesca do bacalhau na Terra Nova.
O grupo visitante
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Motivo?????????Jean Baptiste Georgelin, no ano de 1959, um jovem pescador francês, tripulante do arrastão Colonel Pleven, acabou por cair ao mar, em pleno Atlântico Norte, em águas geladas de difícil sobrevivência, sem que ninguém o tivesse visto.
Só mais tarde, a restante tripulação terá dado pela sua falta e o aviso ecoara mais tardiamente. O código de emergência foi escutado a bordo do arrastão português Águas Santas, cujo capitão era, na primeira viagem de 1959, o ilhavense Manuel Lourenço Catarino, nascido em Fevereiro de 1900.
O pescador francês não esqueceu os tripulantes portugueses, que, indo ao seu encontro, num bote, lhe salvaram a vida e tinha uma vontade férrea de os vir a conhecer.
Com um deles ainda vivo, natural de S. Jacinto, aqui ao lado, Manuel Joaquim Bola Vieira, visitou-o, hoje de manhã, na sua terra, para lhe transmitir um sentido agradecimento – o seu renascer. O outro, já falecido, natural da Murtosa, Abílio da Silva Rodrigues Brandão, foi representado pelo seu irmão, que também esteve presente.
No MMI, o nosso reencontro com os elementos da referida associação e com Jean Pierre Andrieux e sua esposa, foi extremamente afectuoso, constando de uma visita guiada em francês, para uma compreensão plena, à Sala Faina Maior e Aquário dos Bacalhaus.
Conhecer o sobrevivente, Jean Georgelin, depois de tais chocantes peripécias em bom estado de saúde e muito bem conservado nos seus 75 anos, foi emotivo e comovente.
Jean Georgelin e eu
Alguns exemplares do livro Portugal no Mar e Tributo a Capitães de Ílhavo foram oferecidos a elementos da comitiva e ao pescador «sobrevivente», tendo sido feita uma identificação visual do capitão, à época, do Águas Santas, e dos pescadores salvadores, no livro Portugal no Mar.
 
Por idêntica gentileza, foram-nos oferecidas placas simbólicas do inédito salvamento. Uma tarde agradável.
Ílhavo, 7 de Setembro de 2017
Ana Maria Lopes
 

2 comentários:

Al Marinheiro disse...

Sempre atentamente lidos os textos da Drª Ana Maria, no entanto, este causou-me uma certa estranheza. Como se explicará o facto de ter caído um homem ao mar, em tão gélidas águas, só se dando pela sua falta algum tempo depois; após o lançamento do alerta, o homem seria encontrado dentro d´água por um navio português? Eu que lá andei anteriormente, recordo-me que então se dizia que com aquelas temperaturas, apenas meia dúzia de minutos se sobreviveria. Será
que não saberão quanto tempo o homem esteve dentro d'água?..................ps: Os arrastões Águas Santas e o Pádua, assim como o lugre Maria das Flores e o n/m Lousado, pertenciam à Empresa de Pesca "Pescal", com sede em Lisboa e séca no Samouco-Alcochete, que agora, 60 anos depois, com muita emoção, tive o prazer de visitar. É que, recordar é viver .

Al Marinheiro disse...

No próximo Sábado, uma luzidia embaixada de pescadores bacalhoeiros de Vila do Conde, principalmente do lugar de Caxinas, Poça da Barca e lugares limítrofes, visitará o Museu Marítimo de Ílhavo, na qual espero participar.