A
regata da ria (deixemo-nos cá de folclóricos week-ends) deste ano, a 27 de Junho de 2015, interessou-me
sobremaneira, porque nem houve mais moliceiros,
pelo contrário, mas porque mexeram com os próprios, já de si tão ousados. E com
os apreciadores, também.
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Executou-se
num tempo record, pois, em pouco mais
de uma hora, fui avisada da chegada, eu, que ainda estava para estar por casa.
Tudo a favor – vento, maré e cumprimento de horário. Zarpei e fui direita à
lota velha. Muito desmazelo, poucos assistentes, sempre os mesmos, só mesmo aqueles muito,
muito interessados.
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Já
não sou daquelas que pode acompanhar a regata, como tantas vezes o fiz, portanto
não tenho imagens de garra, que não faltarão por aqui em toda a sua pujança e
elegância. Vim moribunda de calor e de cansaço… Mas constou-me que foi
extremamente renhido, imensamente disputado, o alcance do primeiro lugar, entre
dois grandes homens da ria – o Marco Silva e o Zé Rito, com diferença de apenas
um minuto, à chegada à bóia. No entanto, parabéns a todos os participantes.
Não
quero salientar alguns aspectos negativos da prova, não merecem os homens da
ria, mas sim destacar o arrais MARCO
SILVA, por quem tenho um apreço especial, arrais do moliceiro estreante, com o seu nome. Enquanto houver homens com
este saber e desta fibra, há-de haver um verdadeiro moliceiro tradicional na
ria.
Nem o ramo à proa lhe faltou…
Destacar igualmente o arrais MIGUEL MATIAS, que conheço de rapazote, por ter salvado o São Salvador da folsa profunda em que se encontrava e tê-lo voltado a pôr a navegar em ria aberta.
Painel de ré, EB,
do São Salvador
Devido
ao escasso tempo, alguns pormenores lhe faltava cuidar, mas o amigo Pedro Paião
assumiu o seu comando. A amanhação
foi a contra- relógio.
Mais
uma vez a todos, o meu apreço. Este reduzido texto, mas sentido, ainda tem de ser «postado», hoje. Uma das características da notícia é esta - o tempo de informação.
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Imagens
da autora do blogue.
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Ílhavo,
27 de Junho de 2015
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Ana Maria Lopes
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2 comentários:
Também eu não fui ver a regata da ria de 2015, com muita pena minha. No ano passado assisti e fotografei, empolgada, do Moliceiro Pardilhoense, que esteva para ir a concurso este ano.Não fui porque não sabia a quem me dirigir, nem fui convidada para barco nenhum - bem podia ter acontecido, com um pouco mais de atenção. Mas tal não me impediu de ir ver os moliceiros a chegar à Troncalhada. E também não vi dali a chegada, porque tudo foi muito rápido no ano em curso e, quando lá cheguei, apenas os últimos executavam as manobras para aceder ao Canal das Pirâmides. Fiquei por ali, a fotografar e depois segui para o cais da Fonte Nova, onde colhi alguns instantâneos da entrega das medalhas e da satisfação das vitórias. Admirei também a genuína força e persistência daqueles que, com paixão, guiam os seus moliceiros, cuidam deles, amam-nos. A sua tez é morena, continuamente beijada pelo sol. As mãos fortes e calejadas. As caras, genuínas. Os sorrisos, dos mais autênticos e emanam daqueles que, humildemente, amam a sua terra e os seus barcos, num poema de labuta continuadamente épico. Teresa Soares
Obrigada, Teresa, gostei do seu texto. Avistei-a, como aconteceu consigo, pela foto que me enviou. Resto de bom domingo.
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