domingo, 29 de março de 2015

Rotas lagunares - do sal

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O grupo uariadeaveiro, em colaboração com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, está a promover um novo ciclo de «Quintas da Ria», que inclui uma tertúrlia por mês, a uma quinta-feira, entre fevereiro e julho de 2015.
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A primeira conversa iniciou-se pelo tema «As embarcações e as rotas na Ria de Aveiro», entregue aos palestrantes Senos da Fonseca, eu própria e Helder Ventura, tendo tido  lugar a 12 de Fevereiro passado.
Senos da Fonseca ocupou-se das principais embarcações lagunares, as maiores, situando o seu aparecimento, de acordo com as necessidades dos utilizadores e a evolução geográfica da laguna, que considerou formada, a partir do século IX. Não esqueceu o xávega, que, embora operando no mar, proveio igualmente das hábeis mãos dos nossos construtores lagunares, ao longo dos tempos.
Referido o principal por Senos da Fonseca sobre as embarcações, fiquei com o caminho aberto para me deter sobre as principais rotas lagunares, já que o tempo concedido para tal, era fugaz.
Este tema implicou regredirmos no tempo, o suficiente, e não é assim tanto, em que a laguna era a grande auto-estrada líquida, pois não havia rotas terrestres, na zona, que pudessem transportar mercadorias e passageiros.
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As rotas lagunares estiveram forçosamente ligadas às embarcações – mercantel (saleiro), moliceiro, bateira moliceira, bateira do junco e bateira berbigoeira, que mais tarde, com algumas adaptações, passou a designar-se por mercantela.
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Talvez possamos considerar, sem cometer nenhuma infidelidade histórica, o mercantel como uma das primeiras embarcações de fundo chato, nascida nos tempos modernos (depois dos séculos XV, XVI) construída para sulcar a laguna, servindo vários projectos.
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De facto, teria sido o mercantel, a embarcação (comummente designada por barca) que terá servido, tão eficazmente, de vários modos, a economia lagunar.
Houve necessidade de fazer evoluir, uma nova embarcação de fundo chato, que calasse pouca água e que albergasse cerca de 15 toneladas, que se adaptasse à condição geográfica lagunar, que aproveitasse para sua propulsão, os ventos mais dominantes desta região, o norte e o noroeste, para navegar de popa (fazer popas) ou para bolinar (navegar à bolina), avançando contra o vento, aproveitando-o, na sua vela latina quadrangular, mais tarde.
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Assim nasceu o mercantel.
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É bastante conhecida uma gravura de mercantéis no Rossio, em Aveiro, datada de 1877. Tiveram o seu auge até meados, (sétimo decénio) do século XX.
Anteriormente, teria havido umas barcas de rio acima, idênticas, quantas vezes abicadas à proa e a ré, de vela tosca de pendão que aproveitavam a brisa matinal do rio e a corrente, para subirem e a brisa da tarde para descerem, trazendo outras mercancias de lá para cá, necessárias, como madeirame, vinhos, e produtos diversos artesanais para feiras.
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Barcas de rio acima de vela de pendão

Nos rios Vouga, Águeda e Cértima, são referidas nas Memórias Paroquiais escritas pelo prior de Águeda, em1758, umas barcas semelhantes, que transportavam rios acima, mercadorias, sobretudo sal e peixe, também para o cais de Águeda e para os portos secos, locais para onde era distribuído o sal por outros pontos do país.

Barcas em Águeda, em 1920
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A estrada norte/sul mais próxima passava por Águeda, Mealhada e Albergaria.
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Rota do SAL
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Tendo sido, certamente, o sal, a primeira das mercadorias a ser carregada no mercantel, foi conhecido, neste transporte, sobretudo, por saleiro.
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O sal era retirado das marinhas e era levado para os armazéns do canal de S. Roque.

Tirada de sal junto a marinha

Descarga do sal no Canal de S. Roque
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Daí, primeiro para Águeda, depois para o Cais de Ovar (Ribeira de Ovar), onde o movimento era intenso e activo, não podia também de deixar de passar também pelo esteiro de Estarreja.

Na Ribeira de Ovar, os saleiros carregados

Descarga de sal, no esteiro de Estarreja

A rota do sal não podia praticamente separar-se da rota do peixe, porque a seguir ao sal, era o peixe o produto mais transportado.
Vindo desde a Costa Nova, onde era lavado, salgado e vendido em palheirões à beira-ria, de S. Jacinto e da Torreira para Aveiro, daí seguia os destinos já designados.

Armazéns de venda de peixe, na Costa Nova
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Imagens diversas: postais, retiradas do Google e cedidas por amigos
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Ílhavo, 29 de Março de 2015
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Ana Maria Lopes
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sábado, 21 de março de 2015

Então, como estamos de galeota?

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Já o Março passou a vintena e ainda não ouvi nenhum pregão de galeota! Este ano tem tardado…
Comi noutro dia, mas comprada, lá em baixo, perto da peixaria. Haverá pouca? Ou haverá problemas com a certificação da «arte», como já me zuniu?
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Galeooooota!
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Pregão único, mas bem timbrado, prolongado e amiúde!
Faz-me falta, sobretudo, o pregão. Faz-me bem à alma e ao paladar – dizia um apreciador.
Marca esta época – a época da galeota.
É tempo dela! Amanhã, vou «investigar» à Costa Nova, mas, atenção, não sou «fiscal» e não vou vigiar nada. Só tentar recolher informações.
Parece que os grandes apreciadores estão ògadinhos por ela – lê-se pelo facebook, perante a imagem de um prato bem apresentado e cativante à vista e ao paladar.
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Costumava durar, cerca de um mês a mês e meio (de Março a Abril), a venda da galeota pelas ruas de Ílhavo e zona das Gafanhas, porta a porta. No início da safra, é sempre cara como fogo; pudera! há um ano que não se lhe chinca!!!! Mas à medida que se banaliza (por se ir transformando no lingueirão), o preço desce, permitindo que bolsas menos folgadas já lhe acedam.
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Sempre mais apoquentada com as embarcações e processos de pesca usados do que com os prazeres gastronómicos, ia frequentemente até à Costa Nova (junto à Biarritz e San Sebastian), observar a sua apanha e ver as redes, bastantes sui generis, nos trapiches, a secar.

Arte a secar nos antigos trapiches, à borda da ria

Hoje já não teria forças para andar de botas de água, pela borda da ria ou junto às coroas, para gravar conversas e bater chapas.
Já abordei esta apanha da galeota no Marintimidades, por umas duas vezes, mas não é que, ontem, numas arrumações do «baú de memórias», encontrei mais umas tantas imagens que cliquei em 11 de Março de 1986 de um lanço de galeota? Que maravilha! Já com trinta aninhos…registadas por mim, «à coca» de todos os pormenores. Conheço a «arte» de cor e salteado. Toca de ordenar as imagens e de preparar a conversa para captar os leitores/amantes do peixinho milagroso.
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Trata-se um aparelho envolvente, tipo chincha, especialmente adaptado para a apanha da galeota, uma espécie de recém-nascido lingueirão.
Consta, essencialmente, de uma tira de rede, que adelgaça para os calões, tendo, no centro, um rectângulo de pano branco, um pano tipo mosquiteiro, muito franzido e folgado, que substitui o saco da chincha. O comprimento da rede é de cerca de 40.00 metros, tendo o pano mosquiteiro cerca de 2 de comprimento. A arte é feita com rede usada, de traineira.
Uma bateira vulgar (ou qualquer outro género de embarcação de fundo chato), é o tipo de embarcação utilizada neste processo de pesca.

Fica um camarada em terra…

Fica um pescador em terra aguentando o cabo do reçoeiro, enquanto a bateira se afasta da margem, largando a rede, a favor da corrente.
A partir do meio da rede, a embarcação dirige-se para a margem, completando o cerco, para o que fez um percurso, sensivelmente, em semicírculo.

Já completo o percurso em semicírculo

Aproada a bateira, os pescadores saltam para a água e, em conjunto com o que havia ficado na margem, alam a rede. Vão-lhe dando sacudidelas rítmicas, para espantar e conduzir o peixe para o pano.

Camaradas alam a rede

Percorrem a tralha da cortiça, até que ao chegar ao centro, com a galeota agrupada junto ao pano, levantam a rede fora de água, fechando a boca do saco.

Pescadores vão fechando o saco de pano branco

A galeota, quando perseguida, esconde-se na areia branca, enterrando-se rapidamente. A arte aproveitou engenhosamente esta particularidade, pois o pano branco consegue enganar a galeota, dando-lhe a ilusão de areia. Por vezes, apenas dois pescadores lançam a rede.
Finalmente escolhem-na dos moliços e de outas mínimas ervagens, para a passarem para um balde ou para o quete da bateira.

Escolha da galeota

A galeota mais apreciada pelos entendidos é a primeira, por ser mais pequena (a larva do lingueirão). Depois de crescida, já não é tão saborosa (dizem os degustantes).
Apanhado o petisco sazonal, é preciso fazer o seu escoamento imediato no mercado da Costa Nova, nos restaurantes da zona, porta a porta, em grito estrídulo:
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Galeooooota! É tempo dela!...cantava o pregão.
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E compradoras assomavam às portas!
Mas pareceu-me que o pregão estridente e bem-sonante foi interrompido por exigências marítimas que transtornam os pescadores. Continuemos de atalaia!...
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Fotografias – clichés da autora do blogue, nos anos 80
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Ílhavo, 21 de Março de 2015
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Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 16 de março de 2015

Postais da Costa Nova - 2

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Ainda o Bico…

Os postais, que ultimamente têm surgido em alfarrabistas sobre a Costa Nova, não trazem propriamente nada de novo, mas deixam-nos visualizar cenas que nunca tínhamos presenciado antes, com tanto pormenor.
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Porventura, um pouco a norte do Bico, com a Senhora da Maluca, na banda de lá, como cenário, desenrolam-se várias cenas de trabalho, que passamos a listar.
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Em primeiro plano, pescadores descalços, de ceroulas atadas e de camisa lisa ou sarapintada, de bonés ou barrete negro tradicional, de borla na ponta, sentam-se à beira-ria, sobre uma rede da chincha que, entretanto, com agulha de rede, cuidam e remendam. São notórios os pandulhos usados na tralha dos chumbos, em primeiro plano, e as pandas, flutuantes, na tralha oposta.
A sua bateira chinchorra, ancorada, possivelmente com toldo enrolado, com varas e cabos, apetrechada, aguarda-os para a faina lagunar.
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De passagem, dois moliceiros, norteiros, com tudo a que têm direito, embelezam e completam a cena.
Numa bolina suave, auxiliada pela vara, homens-moliceiros aproveitam para, com os ancinhos trilhados entre tamanca e forcada, «raparem os cabelos verdes da ria».
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Um autêntico quadro de Raul Brandão.
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Ílhavo, 16 de Março de 2015
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Ana Maria Lopes
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domingo, 8 de março de 2015

O litoral e eu


O litoral e eu temos uma história de vida…
Desde moçoila que o palmilhar as praias piscatórias marítimas, se revelou, para mim, uma delícia. O mar, na sua imensidão, em tons de azul e espuma branca, enrolava-se e espraiava-se na areia cálida e macia, num vaivém constante e sempre surpreendente.
Os cenários eram deslumbrantes a qualquer hora. Desde o alvorecer ao anoitecer, homens e mulheres em alarido, guiavam bois, ajudavam barcos a varar, remendavam redes, corriam com cabos às costas, enquanto, à margem, se faziam lanços no areal cálido e amplo.
Dirão…ou pensarão: convenceu-se que conhece alguma coisa de marítimo e que apanhou essa paixão pelas embarcações tradicionais assim sem mais nem menos. Não foi moda, não. Nem delírio. Também não. Foi gosto, dedicação, observação e estudo.
Finalista de Filologia Românica na UC, defendia a tese O Vocabulário Marítimo Português e o Problema dos Mediterraneísmos, quando a vida me desafiou para mudar e, de solteira, passar a casada, tomando outro rumo familiar.
Sucedeu que a dita «lua-de-mel» foi feita litoral abaixo, entre Cascais, Sesimbra e baía da Baleeira, passeando mesmo até ao sotavento algarvio.
Palmilhávamos as praias, calcorreávamos areais, sentávamo-nos em rochas. Eu, alcandorada, em embarcações, adorava assistir directamente na beira-mar às lotas de peixe prateado e saltitante. O movimento, o alarido, o colorido, o vaivém de barcos e artes entontecia-me apaixonadamente.
Pelos anos 60, continuava o estertor das embarcações tradicionais e da navegação à vela, a que fui assistindo com alguma mágoa. Mas todo aquele movimento, essa balbúrdia, esse bulício, momentos de extrema beleza, ficaram no meu gosto pelo «marítimo».
 
Em Sesimbra. A lota do peixe-espada, na praia. 1965
 
Ao final da tarde, o peixe prateado estrebuchava na areia, no estertor da morte. Vários lanços decorriam em simultâneo, enquanto aiolas se aquietavam em terra e chatas, grosseiras e pesadonas regressavam ao mar prateado…
Anotei, apontei, fotografei, escrevinhei, voltei várias vezes a vários pontos litorâneos, sempre numa perspectiva etno-linguística, até que em 1971, a tese ficou pronta.
Estas imagens dos anos 60 falam mais do que «mil palavras».

P. de Varzim. Barquinhos com muregonas
 
Embarcações diversas na praia da Nazaré
Barco do mar na Caparica
 
 Sines. Lota na praia
 
Albufeira. Vai um bote à água

Lancha da sacada. Albufeira

Monumental calão. Quarteira

O gosto não esmoreceu. Pelo contrário
Pelos anos 80, visitei todos os locais já então percorridos, para fazer uma avaliação entre o que a história tinha feito desaparecer e o que ainda perdurava. Esta comparação gorou as minhas expectativas, quanto ao que ainda havia de tradição.

No primeiro decénio do século XXI, eis-me de novo ao terreno, de norte a sul do país. E o resultado foi o livro REGRESSO AO LITORAL, dado ao prelo pela Comissão Cultural de Marinha, em 2008, que muito me orgulhou.

O tempo foi passando, as embarcações tradicionais e as minhas forças atingiram o seu crepúsculo. Poderia ter sido um pouco antes, mas considero que ainda o fiz a tempo de me ter deixado a alma cheia.
Neste dia dito da mulher, que não aprecio, poderei dar a mim própria a prenda de escrever de mim e para mim, recordando o «tal passado à beira-mar».
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Ílhavo, 8 de Março de 2015
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Ana Maria Lopes
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quarta-feira, 4 de março de 2015

Postais da Costa Nova - 1

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Será que a Costa Nova terá sempre algo a acrescentar? Relativamente à «minha bíblia» sobre esta língua de areia que já nos deleitou muito mais, este postal não é novidade (p. 123 da obra já citada); só que, de tão diminuto que está, não permite apreciar toda a informação que nos faculta.
Há muito que vimos sentindo a falta de uma praia lagunar, num contacto aberto, solto, franco, doce e libertador, com as águas correntes lagunares. Além de nos ter sido afastada da vista, uma boa dezena de metros, a ria, ainda nos foi levado esse refrescar directo dos pés ou dos corpos, nas suas macias águas. Isto consegue-se na ilha, na dita «Ilha Branca» de formação recente (pelos anos 70), mas convenhamos que aí abicar, a quem não tem embarcação, não é fácil.
Desde que a nossa estância balnear se começou a afirmar como pousio de veraneantes, o Bico começou por ser a primeira praia lagunar de renome, aí, até aos anos 30 do século XX.
Quem sabe, hoje, o que foi o Bico?
Um espraiado de areia, mais ou menos defronte ao actual e degradado parque infantil, enamorado de sol, apaixonado de água e luz, onde as beldades chapinhavam em grupo, para se sentiram mais afoitas. Foi a praia lagunar do tempo dos meus pais, onde chegaram a ser montadas, algumas, não muitas, barraquitas riscadas, para aconchego dos grupos de jovens veraneantes e possível troca de vestimenta molhada.
A actividade piscatória na zona era muito razoável e as embarcações, ao longe, na ria, pontilhavam-na de marcas mates ou brilhantes, empasteladas no casario embaciado ou reluzente da Gafanha da Maluca.

Postal da Costa Nova (Banhos no rio) – o Bico

Ainda reconheci este Bico, já só com umas restos de areia e vegetação (tramagueiras), onde nos reuníamos, em tardes mais ventosas, para apanhar búzios e «concharinhas» para colares, para jogar as cartas, o prego, o encarreirar ou o ringue. O banho, mesmo para as mais afoitas, já era impossível, dado que ao caminhar pé ante pé, logo atolávamos num lodaçal que nos atemorizava.
No nosso tempo de menina e moça, usámos uma praia lagunar mais a norte (entre 1935 e 70), a que foi dado o pomposo nome de Biarritz (praia famosa do sul de França), frente a um casario que começaria a nascer e a desenvolver-se no redondo conhecido ainda hoje por esse nome.
A pé, de bicicleta ou de bateira, para aí nos dirigíamos em bandos, quais gaivinas ou gaivotas esvoaçantes.
Saboreávamos-lhe a areia branca, macia, em declive, o sol quente, luminoso e acariciador, bem como a água corrente, límpida, agitada ou calma, consoante o vento ou a ausência dele.
A ria era o palco de um sem número de malabarismos – mergulhos corridos, saltados, pinoteados, braçadas em diversos estilos (bruços, crawl, mariposa). Mas, para deleite mesmo ao sabor da corrente, fruindo o quentura do sol, nada como boiar directamente na água ou em colchões ou bóias insufláveis.
Pelos anos 50, os vários banheiros da praia (Sr. Portugal, Abreu e Maiaia) ainda dispunham na faixa de areal, as suas barracas riscadas e coloridas, onde, mediante aluguer, nos vestíamos, despíamos e abrigávamos da canícula, vento ou nevoeiro em excesso.

Na Biarritz, em 1963

E, por aqui, foram despontando os primeiros amores que, ainda hoje, deixaram as suas marcas.
Logo a seguir ao aparecimento da Biarritz, começou a moda de San Sebastian (praia do norte de Espanha), uns trezentos metros mais a norte, junto a uma antiga seca de Lavadores, que não chegou a gozar do brilho do primeiro espaço.

Na enseada, ao fundo, avista-se San Sebastian.1967

A rapaziada, que fruía de belos mergulhos de dunas altas para água límpida e profunda, era mais a clientela de San Sebastian. Ficava, mais ou menos antes da actual ponte da Barra, frente à actual moradia do arquitecto Cravo.
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Foram estas as praias lagunares da Costa Nova, até ao grande desfalque, a que foi submetida a ria, pelos princípios de setenta.
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Ílhavo, 4 de Março de 2015
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Ana Maria Lopes
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