terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Nevou em Ílhavo há 33 anos


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Fez, precisamente neste dia catorze de Janeiro, trinta e três anos que nevou em Ílhavo.
O tema não é bem o habitual do Marintimidades, mas anda lá por perto – água em estado sólido.
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Há quem nunca tenha visto o mar e fique horas a olhá-lo, pela primeira vez, na ânsia de transpor o horizonte. Nós, que temos a benesse de usufruirmos das dádivas do litoral, pelo contrário, não podemos apreciar, com frequência, o espectáculo da neve a cair e a matizar de branco, montes, vales, bosques, animais, praças e pessoas.
Com uma atracção por datas, o meu arquivo fotográfico não me deixou ficar mal. Procurei e, rapidamente, encontrei as imagens catalogadas de Neve em Ílhavo – 14.1.1987 – os tais 33 anos.
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Pretendo fazer com que os ílhavos recordem este dia, pois não podemos ficar indiferentes ao temporal, frio e neve, que têm assolado alguns países.
Apesar do frio e de alguma chuva que temos suportado, não deixemos de abençoar o cantinho da Europa, à beira-mar plantado, em que vivemos… vamos lá ver o que a meteorologia nos augura, com as alterações climáticas tão em voga.
Como há 33 anos, a minha agilidade para trepar aos telhados, em busca de imagens diferentes, era mais que agora, consegui alguns «clichés» de Ílhavo, menos vulgares. Ei-los, para quem não viu ou nem sequer era nascido.
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Telhados da Rua Ferreira Gordo
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Telhados ao longo da Rua João de Deus
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As torres da nossa Igreja, ao longe…
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Flocos salpicam a Praça da República
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Ílhavo, 14 de Janeiro de 2020
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Ana Maria Lopes-

domingo, 12 de janeiro de 2020

"Chovem cavacas" em Aveiro

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"Chovem" cavacas em Aveiro, apesar do céu azul, com uma diáfana e ofuscante luz. Simpatizo com São Gonçalinho, o menino/santo, padroeiro da Beira-Mar e de Aveiro. Ontem, sábado, dei por lá uma voltinha, mas não se rompia pela cidade, não só pela festividade em si, como pelo programa em directo, da RTP1, AQUI PORTUGAL, que atraiu, também, muita gente.
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Tive sorte, porque ao chegar, estava a ser anunciado pelo badalar do sino, um lançamento de cavacas, do varandim que circunda o telhado da capela. Apanhá-las com as mãos, com guarda-chuvas e com as malditas "nassas" açambarcadoras - vale tudo! Cuidado com as cabeças!...
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Não tendo encontrado nenhum fotógrafo amigo, socorro-me de memórias de anos anteriores - de 2013 e 2017, na companhia de amigos.
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De atalaia... lá vem uma!...
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Na fila, para a entrada do varandim... da capela
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Em pleno vôo...
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Para a fotografia...
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Ílhavo, 12 de Janeiro de 2012
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Ana Maria Lopes-

Bateira "ílhava" já mora no Museu Marítimo de Ílhavo

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Foi com este título que o Diário de Aveiro de 12 de Janeiro de 2014 noticiou a apresentação pública da bateira “ílhava”, no Museu Marítimo de Ílhavo, oferta da Associação dos AMIgos do Museu Marítimo. Já seis anos voaram.
Belíssima aquisição, expressiva, singular, elegante, da qual não nos arrependemos!
Estiveram presentes muitos amigos, para a receber. Bem-hajam!
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Em exibição no MMI

Ílhavo 12 de Janeiro de 2020
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Ana Maria Lopes-

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Muita neve vai na serra!!!...

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Já deu para entender que, pelas publicações que tenho vindo a fazer, ando a «chafurdar» em baús, gavetas, gavetões, caixas, caixotes, álbuns, escritos, rascunhos de escritos e quejandos. Para ganhar espaço e seleccionar eu, o que entendo.

Uma frase de Alice Vieira, noutro dia, deu-me para reflectir – o que fazer ao que não queremos pôr fora, mas que não serve para nada?
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Toca a escolher, seleccionar, rasgar, aproveitar, digitalizar, etc... Daí resultaram estas imagens, em tempos de neve, e outras. «Muita neve vai na serra!!!... Já, senhor, é tempo dela...». Era e não era! Estava no fulgor da minha juventude… Mas, … estas relíquias mereceram o trabalho da digitalização e da imortalidade, em Janeiro de 1967, em inverno de muita neve, no Caramulo/Caramulinho, onde fomos dar uma passeata e fazer uns bonecos. Bons tempos, que, assim, ficaram congelados na minha memória…, para sempre.
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Qualquer dia, não seremos mais do que uma fotografia exibida num móvel de uma casa! – li algures. 
É verdade. E lá parei eu para pensar!... E, se for assim, já não é mau, antes de chegarmos ao grupo dos antepassados.
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Ílhavo, 10 de Janeiro de 2020
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Ana Maria Lopes--


quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O Capitão Pisco... um destino

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No primeiro de Janeiro de 1986, quando dava os últimos retoques à mesa, para o almoço de boas-vindas ao Ano Novo, toca o telefone… Está? O que acabei de ouvir, pela voz perturbada do Dr. Cunha?...
Sem perdas pessoais, até porque, na altura, não estava ninguém a bordo, o Capitão Pisco naufragara. Faz, exactamente, hoje, trinta e quatro anos.
Como fora, como não fora…Todos comentámos que o Novo Ano (1986) estava a começar com “óptimas” entradas…

Junto à Marginal da Figueira da Foz, onde hoje é o porto comercial, durante a invernosa noite, o arrastão costeiro Capitão Pisco estava atracado por fora do Santa Mãe Laura, arrastão igualmente costeiro, pertença da empresa de pesca Sociedade Brasília.

Por força da corrente, na vazante, os cabos do Santa Mãe Laura partiram e os dois navios foram de enxurrada, com a força da correntia, pela barra fora, quais brinquedos de criança.
O Santa Mãe Laura estatelou-se nas pedras do molhe e partiu-se de imediato – era de madeira.
O Capitão Pisco saiu a Barra, contornou o molhe e foi encalhar no Cabedelo, a sul da Figueira da Foz.
O mestre pedira para o levarem para bordo, de helicóptero, a ele e ao motorista, mas, impossível, devido às péssimas condições de tempo e mar. Ali ficou, meses e meses, dado como perdido.

A mútua considerou a perda total do navio e indemnizou a empresa, tendo ficado com os salvados que vendeu.
Com o alvará, construiu-se, para substituição da unidade, no Estaleiro Naval do Mondego, na Figueira da Foz, o arrastão costeiro para crustáceos Cygnus.
Fiquei, mais tarde, com um salvado de grande importância afectiva para mim, o sino, embelezado por um primoroso trabalho de marinharia.

Além de alindar a entrada da casa de praia, anuncia visitas e serve de mote a uma história “verdadeira” para os netos. Era uma vez… um barquinho verde, que, numa noite de mau tempo, …
No domingo seguinte, num soalheiro, mas gélido dia de inverno, eu e o Miguel fomos “ver para crer” e imortalizámos o naufrágio com estas “chapas que batemos”.
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Comentários para quê?
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O Capitão Pisco encalhado

No baixa-mar

No preia-mar

O belo horrível…

Imagens – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 1 de Janeiro de 2020

Ana Maria Lopes-