sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Argus regressa a Ílhavo



É a grande notícia desde ontem nos media, embora já transparecesse há uns tempos. Hoje, é a grande novidade dos blogs de tema marítimo. De alguma maneira, repetem-se, mas não querem deixar de “passar” a novidade. Agitou os interessados, atiçou curiosidades, despertou emoções.

A todo o pano – Finais dos anos 40


O histórico lugre Argus, construído na Holanda há setenta anos (1939 - 2009), foi comprado em 22 de Janeiro passado, em leilão, no porto de Aruba, pela Empresa Pascoal & Filhos, sediada na Gafanha da Nazaré, Ílhavo. Parabéns, pois, aos novos proprietários, pelo seu espírito arrojado e empreendedor. Muitas felicidades!!!

À saída de Lisboafoto do Capitão Almeida

Aquele que foi um dos mais emblemáticos navios bacalhoeiros portugueses, o Argus, deverá, em breve, regressar a Portugal, depois de ter estado cerca de 30 anos nas Caraíbas ao serviço do turismo marítimo, com o nome de Polynesia II. O veleiro, que ficou imortalizado no documentário e livro A Campanha do Argus, da autoria de Alan Villiers, virá fazer companhia ao também histórico lugre Santa Maria Manuela, da mesma Empresa, em adiantado projecto de recuperação.

O Polynesia II, em cruzeiro

O Argus foi palco fundamental da pesca à linha do bacalhau até 1970, acabando por ser vendido para o estrangeiro em 1974, tal como aconteceu, em 1971, com o Gazela Primeiro. Com esta aquisição do Argus por uma firma nacional, a memória da epopeia dos portugueses na pesca do bacalhau – em especial, a da Faina Maior, feita nos pequenos dóris por um só homem – pode-rá, a médio prazo, ganhar um novo testemunho vivo, bem junto a nós, ilhavenses, que tanto lhe demos.

O Argus, 1939, com o casco cor sangue de boi

Os novos armadores do navio contam a história pormenorizada da aquisição no site THE NEW QUEST FOR THE SCHOONER ARGUS.
Saiba mais, pois, aqui.


Fotografias – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 27 de Fevereiro de 2009

Ana Maria Lopes

3 comentários:

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

É de facto uma notícia muito boa. Há algum tempo que andava a seguir o possível destino do antigo ARGUS, construído para substituir o navio cedido em 1936 à Empresa de Pesca de Viana, que tinha previsto ser baptizado como ARGUS e que veio a ser o MANUELA...

Quem diria que os três navios da classe CREOULA iriam ser todos preservados...

Tive a sorte de assistir à ressurreição do CREOULA nos meus tempos da Escola Náutica, e agora os seus irmãos... Um verdadeiro privilégio. Parabéns a todas as pessoas de boa vontade envolvidas nestes projectos. Merecem a nossa estima e admiração.

J.pião disse...

BOA NOITE LUIS CORREIA E BÉM HAJA DRA .ANA MARIA ,AINDA HOGE ESTOU A VIVER ESSA EUFORIA ,PARA MIM FOI UMA FÉSTA AO SABER DO REGREÇO DO FILHO PRÓDIGO ,MÁS COSTUMA-SE DIZER ,QUE BÓM FILHO A CASA TORNA.PARABÉNS A EMPRESA PASCOAL E FILHOS QUE ASSIM CONSEGUIU JUNTAR OS IRMÃOS VELEIROS DOS MARES DOS GELOS E DOS BACALHAUS BÉM HAJAM A TODOS QUE FIZERAM UMA FORÇINHA PELO NOSSO ARGUS ...UM ABRAÇO J.PIÃO...

reimar disse...

Cara Dra. Ana Maria,
Na presunção de ter lido o meu post, confesso que estou contente com o regresso do "Argus", mas estou longe de euforias.
Habituei-me a confiar no que o passado nos revela e a história nos ensina.
E interrogo-me sobre os objectivos traçados para cada um dos navios, pois até agora não consegui entender em que uso ou serviço vão ser utilizados.
Esperam lucros para acorrer às despesas de transferência desde Aruba, reconstrução e futura manutenção, tripulações, combustível, etc.? Apoios ?
Sinceramente faço votos para que os Exmos. Directores da Pascoal,
consigam ter ambos os navios a navegar por longos anos, independentemente do que o destino lhes reserva.
Acredite que ficaria destroçado por vê-los partir novamente. O presente diz-me que o Governo da Ucrânia, muito recentemente, devolveu o navio escola "Tovarich" à Alemanha, para que esse navio histórico não fosse desmanchado. E pior do que isso, tenho bem presente o desastre económico do industrial Júlio Ribeiro de Campos, com a compra da "Foz do Douro", do "Cidade do Porto" e do "Ultramarino", já postados.
A vida ensinou-me que não se deve temer um bom negócio. O que me assusta nesta hora é o futuro...
Cumprimentos,
Reimar