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Tragédias marítimas … que enlutaram a nossa terra...
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Muito mais do que pensamos, se perderam
gentes ilhavenses no mar distante, longínquo e gelado, no mar costeiro mais
bonançoso ou alteroso, em rios e rias, em qualquer ponto do país, desde que
tocasse a pescas, transportes, comércio, etc…
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E o jornal O Ilhavense disso é testemunha, quase há cem anos. Sempre que o
consulto, as anotações de tragédias marítimas não vão faltando…
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Num número de Dezembro da década de sessenta,
o título chamou-me a atenção e li-o, claro. Acabei por o respigar, pelo
insólito do sucedido. E, consultadas as fichas do Grémio, seleccionada a pessoa
em causa, tudo corria a favor.
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Ílhavo viveu horas de profunda tristeza na
primeira semana do corrente mês.
O
mar roubara-nos três vidas de pessoas queridas, que sobre as águas labutavam
para ganhar honradamente o sustento das suas famílias.
Sem
aparentes motivos, o jovem José Manuel da Silva Correia caíra ao Tejo, de bordo
do navio-motor Neptuno, pertença da
Parceria Geral de Pescarias, ancorado em Cacilhas.
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Imaginem, no rio Tejo, já após a safra
desse ano.
José Manuel da Silva Correia, de alcunha
Zé Néu, filho de António Ferreira Correia e de Adélia da Silva Padre, nasceu em
Ílhavo a 14 de Março de 1943.
Era portador da cédula marítima nº 29.855,
passada pela Capitania do Porto de Aveiro, em 6. 12. 1961.
Exerceu a bordo do Neptuno, os cargos de criado, de 1962 a 1964 e de ajudante de
cozinheiro, em 1965.-
Ficha do Grémio
O
cadáver só apareceu passados uns dias, em Belém, tendo sido transportado para Ílhavo,
no dia cinco de Dezembro. Recebeu uma manifestação fúnebre como há muto não se
via na nossa terra.
Muita
gente se associou à dor dos pobres pais e do inditoso moço, numa grande e
acabrunhada manifestação de pesar, para a classe marítima.
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Outras tragédias marítimas virão a lume numa próxima ocasião.
Foto gentilmente cedida pelo MMI, do Portal de Homens e Navios do Bacalhau.
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Ílhavo, 9 de Novembro de 2018
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Ana
Maria Lopes-
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