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A história do lugre “Argus”, enquanto navio bacalhoeiro (1939 – 1970), é sobejamente conhecida, e está bem narrada, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Muito se deve a Alan Villiers e à sua famosa viagem no navio em questão, em 1950, de que resultaram A Campanha do Argus, o documentário com o mesmo tema, o artigo I sailed whith Portugal’s Captains Courageous, publicado no nº 5 da National Geographic Magazine, em 1952, bem como as belíssimas imagens conseguidas, que têm corrido mundo.
Foi a 1ª fase do “Argus”.
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A
segunda, embora menos conhecida, também já ocupou alguns pesquisadores,
sabendo-se, então, em estudo publicado por António Manuel Gonçalves, na Revista da Armada de Março de 2005, que
o “Argus” foi então vendido, em
1975, pela Parceria Geral de Pescarias, à empresa canadiana White Fleet Cruise Ships, por 7 000
contos. No entanto, esta empresa acabou por vendê-lo, no mesmo ano, ao
Comandante Mike Burke, para companhia com sede em Miami, nos Estados Unidos,
que procurava navios históricos, para fins turísticos.
Ao passar a ser utilizado para tal fim, esteve sujeito a várias e exigentes transformações.
Acima do convés, recebeu um novo pavimento. À ré deste
novo espaço, ficava o local onde eram servidas as refeições, com vigias
panorâmicas, que asseguravam aos passageiros, uma vista deslumbrante.
Dispunha, então, de 52 camarotes duplos e 3 camarotes de seis pessoas, todos eles com casa de banho. Relativamente ao aparelho, recebeu novos mastros e velas, e armava, enquanto navegava, em escuna americana.
Foi a 2ª fase do ex-“Argus”, “Polynésia II”.
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Foi este o navio que entrou a barra de Aveiro, às 10h e 27 minutos, do dia 6 de Abril de 2009, entre molhes, enferrujado, um pouco danificado e desmazelado, depois de uns tempos de paragem e da compra em leilão, em Aruba, pela Empresa Pascoal & Filhos, S. A., com sede na Gafanha da Nazaré.
Enfrentou longa viagem, pelo Atlântico, desde 13 de
Fevereiro até 6 de Abril de 2009, a reboque do “Sella”.
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A 3ª fase já começou… à espera de voltar a ser o “Argus”…
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Saudações marítimas para o velho/novo “Argus”.
Ontem, um novo passo se deu, que é do domínio público. Acabei de ver no telejornal.
A ver vamos!
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Ílhavo, 28 de Maio de 2021
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Ana Maria Lopes
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1 comentário:
Gostaria de saber qual a sua opinião,ao saber que o histórico Argus, após ter sido salvo da sucata, em Aruba, veio para Portugal, onde esteve 12 anos a transformar-se num ainda maior monte de sucata. Num futuro breve vai virar rotunda, porque de navio já não tem muito. A Dra. Ana Maria Lopes,há muito uma voz muito respeitada, em tudo o que diz respeito à Faina Maior, deverá ter seguramente a sua opinião sobre este caso. Gostaria de a conhecer. Obrigado
Luis Filipe Morazzo
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