quarta-feira, 31 de agosto de 2022

O FAROL em datas, hoje, 31 de Agosto...

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Parece que a luz dos faróis nos norteia, também em terra, sobretudo quando gozamos férias na Costa-Nova. E quem não deu os seus passeios até ao farol, a pé ou de bicicleta? E quem não o subiu, na escalada dos seus 271 degraus, ou mais recentemente, de elevador, para apreciar, de perto, os tais metais polidos e “repolidos” da sua óptica reluzente? E o panorama deslumbrante, assombroso, quer da imensidão do verde prateado do mar calmo ou revolto, sob um céu azulino ou violáceo, quer da planura recortada por estradas, laguna e casario esmagado, que nos alongam a visão até ao recorte das serranias mais próximas – Caramulo?

E se um nevoeiro denso, qual pano de cena, nos absorve em nós próprios, numa ambiência ensimesmada, misteriosa e acinzentada?

Com um primeiro projecto datado de 1841, vicissitudes várias fizeram com que a obra fosse apenas iniciada em 1885 e confiada ao Engenheiro Benjamim Cabral. Foi concluída em 1893, pelo Engenheiro José Maria de Mello e Mattos.

 

 

Em construção desde 1885 até 1893
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Algumas curiosidades sobre o Farol de que todos nos orgulhamos:

 

demorou oito anos a construir (1885 a 1893);

 

– a sua construção importou, sensivelmente, em     60.000$00 réis;

 

– tem uma torre de alvenaria de secção circular, em que foi utilizado o grés de Eirol e alguns granitos, encimada por uma lanterna cilíndrica, terminada em cúpula com cata-vento;

 

– inicialmente, uma trompa de Holmes de ar comprimido instalada nas proximidades do farol, constituía o sinal sonoro, para aviso à navegação, em dias de nevoeiro; conhecido pelo termo ronca, foi, ao longo dos tempos, alvo de várias transformações; hoje, é um quase imperceptível sinal sonoro;

Antigo postal, escrito, datado de 10 – 9 – 1911
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em 31 de Agosto de 1893 foi inaugurado oficialmente pelo Ministro das Obras Públicas, à época, Conselheiro Bernardino Machado;

 

– a 15 de Outubro do mesmo ano, fez-se ver, pela primeira vez, a sua luz, através da projecção de quatro clarões brancos, de 24 em 24 segundos, separados por eclipses;

 

– em 1936, foi electrificado, através da instalação de grupos electrogéneos;

 

– em 1947, após intervenções sucessivas de conservação, instalou-se-lhe um novo equipamento óptico, com um alcance luminoso de 23 milhas;

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Praia da Barra e Farol em 1987

 

– em 1948, foi-lhe instalado um radiofarol Marconi;

 

– em 1950, passou a ser alimentado pela energia da rede pública;

 

– em 1958, foi provido de um elevador de acesso à torre, alternativa aos seus 271 degraus graníticos;

 

– em 1987, esteve representado numa emissão filatélica e na Exposição “Faróis de Portugal”, tendo sido igualmente objecto de uma medalha mandada cunhar pela Direcção de Faróis;

 

– em 1990, foi automatizado;

 

– em 1993, foi alvo, em Ílhavo, de festejos do centenário, com pompa e circunstância;

 

– em 30 e 31 de Agosto de 2008, com alguns festejos bastante mais singelos, foram lembrados os seus 115 anos de existência, pela CMI.

 

– ao longo dos tempos, tem servido de fonte de inspiração a artistas plásticos: Amadeu Teles, em 1912, numa bonita paleta de cores envelhecidas, Eduardo Alarcão, em 1987, numa interpretação original e “naïve”, Alfredo Luz, em 1989, com um certo toque surrealista. Dele existem igualmente, registos, em azulejaria.

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Licínio Pinto – 1917

Fonte Nova – Aveiro

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– é o mais alto farol de Portugal e o segundo maior da Europa.

 

Foi inserido no livro “Faróis – a terra ao mar se anuncia” de J. Teixeira de Aguilar, com a boa apresentação e qualidade que caracterizam as edições dos CTT, em Abril de 2008.

Todos nós olhamos o nosso farol, é um ponto de referência, quer lhe chamemos da Barra, de Ílhavo ou de Aveiro, com carinho e alguma admiração.

É alto e imponente, numa torre de 62 metros de altura e 66 de altitude, listrada de branco e vermelho e… já centenário.

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 Farol actual
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Costa-Nova, 31 de Agosto de 2022

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Ana Maria Lopes

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Chinchadas na Costa Nova, "in illo tempore..."

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Nesta Costa-Nova-do-Prado, não conheço outra, promoviam-se chinchadas com frequência, durante a época balnear, in illo tempore

Mas, uma vez por ano, pelo menos, “realizava-se a chinchada monumental, quase sempre em meados de Agosto”.

Uma chinchada na nossa praia e…monumental, em Agosto de 1970, provavelmente…

Tive a sorte de me vir parar às mãos uma foto da dita, assim como a identificação de alguns intervenientes.

João Fonseca, ao centro, “mandador” e organizador da mesma, segundo me informou, em tempos, a minha prima Milú. Agora, já não informa ninguém, mas eu não me esqueço dela.

Da esquerda para a direita, Capitão José Vaz, José Ançã, José Manuel Parada, Manuel Cândido Amador, Ferreira Jorge, Júlio Bela, Carlos Duarte Amador e outros mais.

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Chinchada na Costa Nova, 1971
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Imagem – Do Arquivo da Milú.

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Costa Nova, 23 de Agosto de 2022

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Ana Maria Lopes

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Recordando Exposições do "TiTANIC"... 2018

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Fez quatro anos (1918), há bem pouco tempo, que visitei a exposição TITANICA Reconstrução, a convite especial de Paulo Trincão, a quem muito agradeço, presente na Expofacif, em Cantanhede, durante dez dias.

Foi acarinhada com muito interesse e visitada por 18 mil e quinhentas pessoas, num espaço de tempo bastante limitado.

 

Foi a quarta exposição sobre o Titanic, que visitei. A primeira, em 1994, no Museu de Greenwich. A segunda, no Mercado Ferreira Borges, no Porto, em 2004 e a terceira, no espaço Rossio, em Lisboa, em 2009.

 

A emoção não foi a mesma da sentida nas anteriores, em que pretendia creditar a existência dos mágicos talheres do Titanic, pertença de algumas famílias figueirenses e, sobretudo, ilhavenses. Já o tinha conseguido na terceira exposição no espaço Rossio, em Lisboa, em 2009. Mas, aprende-se sempre mais e a exibição estava dignamente montada, de uma forma séria e criteriosa, deixando para o final a sumptuosa surpresa.

Resumia, um pouco, a história do navio desde o nascimento da lenda da construção (1907), do design naval rigoroso, criado em 1908, do início da construção em Março de 1909, do dia do lançamento à água, em 31 de Maio de 1911, do seu acabamento até Março de 1912, da viagem inaugural com partida de Southampton, em 10 de Abril de 1912, até ao desfecho dramático do Iceberg à vista!, pelas 23 horas e 40 minutos de 14 de Abril de 1912.

Recriou alguns míticos espaços, começando pela  fotografia em grande formato da escadaria sumptuosa de acesso aos salões de 1ª classe, alguns pormenores das instalações de lavabos, diversas peças de louça, de garrafas de champagne Henri Abelé, alguns instrumentos da orquestra que teria tocado, enquanto o Titanic se afundava, a cabine telegráfica Marconi, muitas fotografias conhecidas, mas sempre emocionantes, em tamanho fantástico de cenas fulcrais no naufrágio, os cadeirões do casal Strauss, de história empolgante,  no deck da primeira classe, e a simulação de uma das várias caldeiras a carvão, do navio.

E a ansiedade foi-se cultivando, à medida que os cenários nos conduziram até ao simbólico e gigantesco iceberg, que destruiu o dito indestrutível.

E chegamos ao climax… à simulação do iceberg e da fenomenal «maquette», de cerca de dez metros de comprimento, que a todos espantou, numa escala de 1/30, bem como do estaleiro White Star Line, onde o navio foi magistralmente construído.

De bombordo, uma plataforma aproximava os visitantes a nível do modelo, que era aberto, de modo a serem observados todos os pormenores dos diversos conveses, iluminados e em movimento.

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A famosa escadaria
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Pormenores dos lavabos individuais
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Garrafas de champagne, louças e outros artefactos
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Alguns dos instrumentos da orquestra
 

 Cabine Marconi
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O iceberg e o passo para o modelo gigante
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Panorâmica do modelo, a bombordo

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Fotos Paulo Godinho

Costa Nova, 18 de Agosto de 2022

Ana Maria Lopes

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