sábado, 25 de novembro de 2023

"Artistas D´Aveiro". Curiosidade.

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Quando, há cerca de dois meses, comprei o livro “Artistas D´Aveiro”, ainda na livraria, folheei-o e deparei com o nome de Porfírio da Maia Romão (1897-1962), que não me era desconhecido, mas, de onde? Fez-se-me luz e, de repente, associei-o ao Museu Marítimo de Ílhavo. Estava certa. Pelo texto de uma sua neta que o apresenta no livro, soube que ele, natural do Bairro da Beira-Mar, foi calafate de profissão, e construtor de miniaturas de embarcações e de alfaias de exploração das marinhas.

Nada mais certo. Já me tinham passado pelas mãos, para apreciar, classificar, catalogar, medir todas as peças que ele fez para o Museu Marítimo de Ílhavo:

Uma colecção completa dos barcos da Ria, aparelhados com tudo quanto é preciso, construídos em 1937, não decorados, ao natural. Presentemente, encontram-se em reservas, porque se optou pela apresentação de uma colecção, também perfeita, à escala, mas policromada.

Maqueta de marinha, construída em 1937, miniatura pormenorizada de uma marinha de sal, em madeira policromada, com palheiro e monte de sal, cobertos de bajunça.

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Inauguração da Sala da Ria, anos 90
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Alfaias de exploração de marinhas, construídas também em 1937: tranqueira e bombeiro, balde, pá de amanhar, pacõva, pá do sal, pajão, ancinho, ugalho da lama, ugalho de bulir, rasoila, enxada, rapinhadeira, anafador, canejeiro, fundeador de canejas, limpador de canejas, muradoiro. canastra, par de punhos, círcio e moeiras, almanjarras e outras. Coincidências… conhecimentos cruzados.

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Alfaias de marinhas
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Ílhavo, 25 de Novembro de 2023.

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Ana Maria Lopes

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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

O ILLIABUM e eu...

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Eu e o ILLLIABUM CLUBE somos da mesma "criação". Nascemos no mesmo ano e mês. Hoje, andei por outro "baú" a codrilhar o que tinha do 25 º aniversário do ILLIABUM, sobretudo, relativo a uma exposição de filatelia, em que andámos envolvidos. Foi criado um carimbo filatélico, para comemorar a data - 1.12.1968 - que se podia apor ao que se entendesse - postais, envelopes, fotografias, condizentes. O CONVITE era de arromba. E aí segue, em imagens, o que encontrei – documentos com melhor ou pior leitura, sempre com o carimbo filatélico alusivo – foi o que consegui arranjar.

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Convite
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Convite recheado…
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Postal da Escola Nova
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Postal dos Bombeiros Velhos
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Postal das Torres da Igreja Matriz
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Postal do Velho Mercado
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Sobrescrito comemorativo
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Sobrescrito do Illiabum
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Foto da Inauguração
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Foto da inauguração
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Ílhavo, 24 de Novembro de 2023

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Ana Maria Lopes

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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Encontro no Museu

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No passado sábado, encontrei no MMI, o amigo Reinaldo Delgado, que, por coincidência, também me procurava. Queria dar-me a conhecer que, na senda do livro sobre sinistros marítimos, tinha já apresentado em Vila do Conde e Leça, o II volume intitulado “Sinistros Marítimos, no país e no estrangeiro, desde 1823 até 2020”.

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Capa do livro
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Folheei-o, matei a primeira curiosidade, mas não tive tempo de perguntar ao autor, se também o apresentaria em Ílhavo, à semelhança do primeiro volume. A imagem da capa chamou-me a atenção e sobre ela falámos. Era uma apelativa imagem do lugre-patacho bacalhoeiro ”Vencedor” (1903-1909), encalhado numa das linguetas na Cantareira, à Foz do Douro.

Construído na Suécia, em Maio de 1871, o “Mary”, para N. Olsson Helsingborg, foi comprado pelo armador do Porto José Joaquim Gouveia, ao antigo armador, J. F. Ribeiro de Magalhães & Filhos, em 1903, também do Porto, quando era ainda denominado “Minho”.

Com as seguintes dimensões, Pp 36,79 mts – Boca 7,99 mts – Pontal 3, 87 mts, tinha só propulsão à vela. Com uma equipagem de 37 tripulantes, usava 32 canoas.

Ancorado no Douro em local situado em frente ao Gaz, devido à força da corrente da cheia de 1909, partiram-se-lhe as amarras, vindo rio abaixo na manhã do dia 23 de Dezembro, até encalhar numa das linguetas da Cantareira, próximo à Foz. Depois de desencalhado em virtude das avarias sofridas no casco, deve ter sido mandado desmantelar no final do mês de Janeiro de 1910.

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Lugre-patacho “Vencedor”
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Ílhavo, 20 de Novembro de 2023

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Ana Maria Lopes

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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Artistas D´Aveiro com quem convivo.1.


Na senda de Artistas d´Aveiro com quem convivo, passo dezenas de vezes por um quadro de Zé Penicheiro, que me seduz e me lembra cenas idênticas, que abundavam na Costa Nova, em tempos idos.

 Postal de bateira labrega com toldo, na ria
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Perguntar-me-ão. Mas o artista é de Aveiro? Não, Zé Penicheiro adoptou Aveiro. Tendo nascido em Candosa (1921), escolheu Aveiro para residir e a Figueira da Foz, como local de última morada (2014).

O azul da nossa ria e do céu foram a sua fonte de inspiração. Comecei a ter contacto com a obra pictórica de Penicheiro, pelo fim dos anos 70, em algumas exposições por Aveiro.

Depois de se ter dedicado à publicidade, abraçou outros trabalhos e criou alguns painéis de azulejo, bem conhecidos.

A partir de 1977, dedicou-se em exclusivo à pintura. Assumiu-se um auto-didacta e um verdadeiro amante da arte. O seu traço, esquartejado por diversas linhas geométricas, é inconfundível.

As duas obras de arte, que presentemente possuo e com quem convivo, são: uma Bateira com toldo, óleo sobre platex, em tons azulinos, datada de 1980.

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Bateira com toldo

e Pescadores vareiros, gouache em tons avermelhados, datado de 1979.

 

Pescadores vareiros

Ílhavo, 6 de Novembro de 2023

Ana Maria Lopes

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