terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

«Filinto - O Poeta amargurado», no palco do CCI, esgotou a lotação

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Segundo o Diário de Aveiro de hoje (2.2.2016) foi perante uma casa cheia, ao final da tarde do passado domingo, que o Grupo de Teatro Ribalta estreou a peça «Filinto – O Poeta Amargurado». O espectáculo, que decorreu no Centro Cultural de Ílhavo (CCI) e que é baseado num texto da autoria de Senos da Fonseca, surpreendeu o público presente, que reivindica, agora, por novas apresentações, noutras localidades da região ou do país.
A peça, que retrata a vida de Filinto Elísio – um dos mais importantes poetas do Neoclassicismo português e com raízes em Ílhavo (filho de pais ilhavenses) – contou com encenação de José Júlio Fino e subiu ao palco com o apoio da Junta de Freguesia de São Salvador.
Considero que as expectativas foram alcançadas, uma vez que já há agora muita gente a saber quem foi Filinto Elísio, destacou o autor Senos da Fonseca, depois da estreia da peça – não obstante o mérito das suas obras, o poeta foi caindo no esquecimento. Foi bonito o esforço de todos e a encenação foi excelente, frisou ainda o autor do texto, a propósito do trabalho conseguido pela equipa do grupo Ribalta.
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Esta imagem de uns carinhosos ílhavos seduziu-me…
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E encantou-me…
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Desde que conheci a peça de teatro, já pelo Verão de 2014, relativa à biografia de Filinto, manifestei uma especial predilecção pela jovialidade, pelo carinho, pelo romantismo, pela coragem das personagens deste I acto e pela linguagem extremamente bem utilizada, relativamente às manobras que conduziram o jovem par, numa singela bateira, até Lisboa, à procura de vida melhor e numa tentativa de se «pisgar» de Ílhavo, dada a gravidez prematura da Maria Manuel. Esta, saltitante, meiga e enamorada, abraçada ao pescoço do Manuel Simões, seu amado, saltitava entre a preocupação e a satisfação da vida que tinha dentro de si.
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Com o amadurecimento nas subsequentes leituras, fui encontrando outras belezas textuais e interpretativas nos outros dois actos, correspondentes a fases distintas na vida do amargurado poeta.
Depois do segundo acto, todo palaciano e bem conseguido, pareceu-me que o terceiro se tornou um pouco mais pesado, apesar de surgirem uns laivos de comicidade, resultante da interpretação adequada de algumas personagens, que, intencionalmente, atenuavam a dureza do contexto.
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Resultou muito bem a economia cénica de meios, como convinha, com a sobriedade e ligeireza com que os diversos cenários foram mudados.
O efeito de som e luzes também se tornou extremamente agradável ao olhar e ouvir dos espectadores, embevecidos e esforçados para captar o mais possível do espectáculo, em silêncio, entrecortado por aplausos
O guarda-roupa, na sua simplicidade, mas bem adaptado à época e condição social das diversas personagens, esteve perfeito, bem como a maquilhagem.
Os artistas, além de amadores, jogaram «sem rede», pois o palco não tinha ponto e o texto, na sua diversidade, não era fácil.
O que achei menos bom foi a definição e o vigor de algumas vozes, por condição, sobretudo, femininas, que não estavam direccionadas para a plateia, como a encenação exigiria.
E onde foi mais notório este aspecto, pelo menos, tendo em conta a minha localização na sala, foi no I Acto. Mas, não foi por isso que desgostei menos dele.
Um par enamorado, apaixonado, perante uma gravidez anunciada, não grita, não clama, mas sussurra ternamente, numa voz doce e melíflua.
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Apreciação construtiva, como deve ser a de professora, que sempre me acompanha, além de outras profissões que fui tendo pela vida fora.
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Ílhavo, 2 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria Lopes

2 comentários:

Senos da Fonseca disse...

Ana

Tenho -te dito,que o que me aborrece ,na nossa terrinha,é não haver o gosto,e a frontalidade pela critica. Fazermos uma coisa e não sentirmos no pelo, que ainda que criticamente, nos «apreciaram», não é compensador. Claro que aqui usaste uma apreciação. Eu como sei que a «história», um dia, aqui voltará, saberá utilizar a tua crítica. Tu sabes como sou o maior critico de mim mesmo. É uma maneira de me desafiar. Fosse há uns anos e eu teria encontrado, porventura, um caminho a explorar.Agora vou indo com a maré. João Fonseca

Ana Maria Lopes disse...

Olá:

Quando fazes um comentário ao Marintimidades, é caso para um foguete. Entendo! Mexe contigo.