A lancha Praia da Costa
Nova candidatou-se, pela primeira vez, aos prémios «Luigi Micheletti»,
atribuídos a património cultural de cidades europeias. Com a candidatura
aprovada, a lancha histórica, devolvida à cidade pelo jovem empreendedor
Gustavo Madeira Barros, recebeu ontem a visita do
presidente do júri dos prémios, Karl
Murr, na Navalria. Um reconhecimento «in loco» das características e
potencialidades da lancha, enquanto motor de desenvolvimento cultural e
representatividade da história local, que ajudará ao júri na atribuição dos
prémios. A lista de vencedores (20 concorrentes) será divulgada dentro de dois
meses, estando a cerimónia de entrega agendada para Abril, na Grécia.
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Durante a festa da Senhora dos Navegantes (2015)
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A Praia da Costa Nova
é a embarcação com mais história e prestação de serviço público que navega pela
ria de Aveiro, promovendo passeios e que se quer revelar como um museu
flutuante ao serviço do turismo da ria. Com 16, 78 m de comprimento, a lancha,
coberta, foi construída em madeira de pinho e cavernas em riga, com o casco
chapeado a cobre, o que faz dela um verdadeiro «tesouro flutuante».
Após a candidatura, a lancha foi posta em seco na Navalria, onde
tem vindo a sofrer vários melhoramentos, bem visíveis.
Com novo colorido…e não só
Com lotação para 89 passageiros e três tripulantes, o texto de
candidatura ao prémio revela que «na década de 40, devido à grande necessidade
do transporte dos militares da Base Aérea, colaboradores dos Estaleiros,
habitantes da vila e até bens essenciais, como peixe, hortaliças, correio, foram
mandadas construir várias lanchas de carreira, tais como, Praia
da Torreira e Costa da Luz. A Praia da Costa Nova,
curiosamente, foi uma das primeiras lanchas a serem construídas a pedido da
Empresa de Transportes da ria de Aveiro, vindo a terminar o serviço público em
2006».
Durante décadas, ligou São Jacinto, Aveiro, Gafanhas, Ílhavo,
Ovar e Murtosa, transportando diariamente centenas de pessoas e bens,
desempenhando um importante papel na dinâmica local.
Chegada do júri e comitiva
O jovem empreendedor Gustavo Madeira Barros salvou a lancha do
abate, recuperando a embarcação sem apoios e com grande entusiasmo.
Actualmente, revela-se um museu navegante, honrando as memórias da ria e o peso
da tradição.
Foto de grupo…
Oxalá o júri tenha ido satisfeito com o diálogo e observação,
parecendo que ficou «impressionado» com a embarcação. Desejo as maiores
felicidades ao Gustavo, para que o seu sonho navegue em beleza, divulgando a
«nossa» ria e as suas paisagens deslumbrantes e mutantes, consoante as fases do
dia. Tenho o prazer de lhe agradecer o convite que me dirigiu para estar
presente.
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Fotos – cedidas gentilmente por Etelvina Almeida
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Ílhavo, 12 de Fevereiro de 2016
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Ana Maria
Lopes
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