segunda-feira, 17 de julho de 2023

Rememorando...A regata de S. Paio lá se cumpriu - 2012

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A regata do S. Paio – 2012 não teve o brilho que tem tido nos derradeiros anos. Tudo se conjugou.

Barcos moliceiros de tamanho vernáculo, apenas se apresentaram oito, mais alguns de tamanho inferior.

O tempo não ajudou e não saiu de um cinzentismo que envolveu o ambiente, sem grandes emoções e pouco vento.

O júri do concurso de painéis não esperou pelos moliceiros da zona sul (Costa Nova), que eram três, o Marnoto, Pardilhoense e o Inobador, a que uma neblina cerrada atrasou o andamento. Resultado – não assistimos.

A moldura humana não tinha o mesmo fervor do dia anterior.

Pairava no ar um forte pressentimento de que o moliceiro está a morrer de uma morte anunciada e velozmente concretizada. Será reversível? Parece-nos que não, apesar do empenho destes três, que vão animando a ria, frente à Costa Nova.

Passará, em breve, a sobreviver apenas como barco de museu, o moliceiro, e através dos registos escritos e videográficos que têm sido feitos sobre ele. Oxalá nos enganemos, mas os tempos não estão fáceis para nada.

A meio da regata, quando os lugares já quase pareciam estar definidos, eis que um estrondo seco nos assusta, já que seguíamos de perto a competição, em bateira, para melhor a fotografar e apreciar.

O que terá sido? O sonho do Zé Rito, homem multifacetado da ria, aguerrido e vencedor das últimas competições lagunares – regata de moliceiros, no Bico da Murtosa, regata de bateiras à vela e de chinchorros, ambas no dia anterior, na Torreira, esfumara-se. O esbelto e rijo mastro estalara, quebrara, ribombara, arrastando a grande vela, brandais e todos os outros aprestos necessários ao seu funcionamento. Nada de acidentes pessoais, apenas a aspiração ao prémio da regata maior, desfeita. Para o ano há mais…. Haverá?

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Sequência de imagens. Elas falam por si.

 


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Os auxílios foram rápidos e o Zé Rito, descoroçoado, rumou ao seu estaleiro, à borda d’água. Substituir o mastro quebrado está nas suas mãos habilidosas de Mestre, apesar do trabalho e despesas.

A classificação final foi:

1º - Dos Netos – Arrais /Ti Abílio “Carteirista”

2º - Manuel Silva – Arrais/Zé Pedro

3º - A. Rendeiro – Arrais/Ti Zé Rebesso

4º - Pardilhoense – Arrais/Marco

5º - Inobador – Arrais/ Pedro Paião


Teve azar o avô Rito, mas ganhou o 2º prémio o neto, o Zé Pedro, de 12 anos, a lemar o Manuel Silva. Filho de peixe sabe nadar – diz o povo e com razão.

Felicitações aos vencedores e ânimo para enfrentarem as dificuldades e contribuírem com garra para a manutenção da tradição.

O sábado anterior da romaria, com programa muito intenso a que também assistimos e de que nos havemos de ocupar foi bem mais alegre, divertido, entusiasmante e sonhador.

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Ílhavo, 10 de Setembro de 2012/Julho de 2023

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Ana Maria Lopes

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