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Na sua moradia na Costa Nova, debruçada
sobre a ria, onde passou a maior parte da sua aposentação, visitei-o já há uns
anos, para me falar da faina marítima de seu Pai.
Agradável, culto, bom conversador, simpático,
atencioso, atendeu-me amavelmente, e tirou-me todas as dúvidas relativas ao
pai. Já agora, a sua vida profissional
também veio para a baila. Afinal, também um Homem do Mar e, hoje, o decano da
Faina Maior, dos últimos que ainda restam.
Nado e criado em terras de Ílhavo, o Cap. Manuel Machado veio ao mundo a 12 de Dezembro de 1926. Já contava 93 invernos, de delicadeza primaveril. Descendente de família de homens do mar, de entre os quais o seu pai, António Augusto Marques, seguiu-lhe as pisadas.
Pertencendo já à última geração de capitães da Faina Maior, concluiu a Escola Náutica, em 1948, sendo portador da cédula marítima nº 112.324, passada pela Capitania do Porto de Lisboa. Começou a sua vida de mar, no comércio, a bordo do paquete "Sofala", como 3º piloto, entre 1948 e 1951, cujo comandante, Gustavo Peixe, também era de Ílhavo. Viagens? ... muitas - para África, Canadá, Europa, etc.
Enamorado da sua noiva, professora Maria Nunes Rocha, abandonou, então, este tipo de viagens, para governar a sua vida na pesca do "fiel amigo", com a finalidade de se casar, o que fez em Dezembro de 1951. Desta união, nasceram três rapazes, não tendo seguido nenhum deles a vida de mar.
A sua
primeira viagem ao bacalhau aconteceu em 1951, ao embarcar como piloto do
arrastão “São Gonçalinho”, tendo-se sucedido o “Estêvão Gomes”, o lugre
“Ilhavense II”, os navios-motor “Celeste Maria” e “Senhora do Mar”, como
imediato. Neste, na campanha de 1958, cruzou-se com Bernardo Santareno,
pseudónimo de António Martinho do Rosário, médico a bordo, de quem me contou
algumas histórias curiosas. Identificou-se,
sem dúvida, com o “seu” navio, o “Avé Maria”, que comandou de 1960 a 1970,
inclusive.Nado e criado em terras de Ílhavo, o Cap. Manuel Machado veio ao mundo a 12 de Dezembro de 1926. Já contava 93 invernos, de delicadeza primaveril. Descendente de família de homens do mar, de entre os quais o seu pai, António Augusto Marques, seguiu-lhe as pisadas.
Pertencendo já à última geração de capitães da Faina Maior, concluiu a Escola Náutica, em 1948, sendo portador da cédula marítima nº 112.324, passada pela Capitania do Porto de Lisboa. Começou a sua vida de mar, no comércio, a bordo do paquete "Sofala", como 3º piloto, entre 1948 e 1951, cujo comandante, Gustavo Peixe, também era de Ílhavo. Viagens? ... muitas - para África, Canadá, Europa, etc.
Enamorado da sua noiva, professora Maria Nunes Rocha, abandonou, então, este tipo de viagens, para governar a sua vida na pesca do "fiel amigo", com a finalidade de se casar, o que fez em Dezembro de 1951. Desta união, nasceram três rapazes, não tendo seguido nenhum deles a vida de mar.
A
bordo do “Avé Maria”, em 1969
Com a
aproximação do fim da pesca à linha do bacalhau, rumou para África, em 1971,
onde ocupou vários cargos ligados ao mar, de prestígio, tendo-se aposentado em
1991.
Decano
dos capitães de Ílhavo, depois de vários achaques que foi vencendo com bonomia
e resistência, sempre agradável, afável e delicado, embarcou para a sua última
viagem, sem retorno, em 26 de Janeiro de 2020.
Ílhavo,
26 de Janeiro de 2020
Ana Maria
Lopes-
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