quarta-feira, 25 de março de 2020

Abria hoje a Feira de Março..., mas os tempos são de calamidade


Isto é só para lembrar… Para mim, a Feira de Março, apesar da vetustez dos seus quase 600 anos, já foi, já era. Neste ano maldito de 2020, pelos motivos que todos sabemos, até faz falta…

Para aí, há sessenta anos, quando vinha de férias da Universidade de Coimbra, que agradável era ir até à Feira de Março! Era mesmo obrigatório experimentar as sensações dos divertimentos mais ousados, para a época – comboio-fantasma, cadeirinhas voadoras, poço da morte –, ir ao Circo, flanar, pavonear as toilettes já primaveris, almejar encontros agradáveis, flirtar, renovar as bijouterias, etc., etc.….
O ambiente favorecia a diversão!

Mas porquê no “Marintimidades”, estas intimidades? Apesar dos meus verdes anos, os barcos moliceiros já não me eram indiferentes. E daí ficou a chapa que bati em 25 de Março de 1961. Não há dúvida que já atraíam as minhas atenções. Eis a prova.
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Inauguração da Feira de Março – 1961
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A ria, inspiradora e calma, espelhava a paisagem!
Estava um bonito dia primaveril! O Rossio é, era, (será?) sempre o Rossio! Alimentava-se da água que bebia! ….

Além do mais, era hábito os barcos moliceiros estarem presentes, por iniciativa dos arrais, movidos pela tradição, em razoável número, no Canal Central, para exibirem as suas elegantes formas e garridismo cromático. Com eles vinham, também, alguns mercantéis, mais pesadões, mas sempre pujantes senhores da Ria.

Esta imagem deixa-me alguma saudade. Apesar de continuar a apreciar a beleza do Canal Central, algo mudou e, se calhar, não foi para melhor. Opiniões!...
Já agora, recordemos o postal que a Comissão Executiva da Feira de Março editou em 1952.
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Em 1952…postal editado pela Comissão Executiva
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Ílhavo, 25 de Março de 2020
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Ana Maria Lopes-

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