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Segundo o Jornal Regional
de 29 de Março de 1994, há 25 anos, a Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo
e a Câmara Municipal, adquiriram um óleo sobre tela com 2x3 metros, do pintor
Adriano de Sousa Lopes, que retrata Moliceiros
em plena apanha do moliço.
Esta aquisição custou
3.500 contos, tendo a autarquia ilhavense pago 1.000 contos e a Associação dos
Amigos do Museu contribuído com 2.5000 contos.
Entretanto, a AMI realizou
uma subscrição pública de apoio à aquisição desta obra de arte. A esta
distância de 25 anos, posso confirmar que realizou e com sucesso.
Sousa Lopes nasceu no ano
de 1879 na região de Leiria, tendo sido discípulo de Luciano Freire e Veloso
Salgado, em Lisboa e em Paris.
O seu primeiro trabalho
foi uma pintura de inspiração poética, «Ondinas», exposto no Museu de Arte
Contemporânea. Na sua primeira fase, dedicou-se a um impressionismo de cor e
luz, pintando aspectos festivos e coloridos de feiras e romarias, apreciados na
então capital da pintura, Paris. Afirmou-se como paisagista emotivo e
marinhista pujante em trechos de praia ou de penedias ciclópicas, e em cenas
movimentadas e saborosas da vida piscatória.
Foi director do Museu do
Chiado.
Na sua última fase, Sousa
Lopes dedicou-se a vastas composições murais, tendo viajado por Itália, onde
estudou, de perto, a técnica fresquista do Renascimento.
Moliceiros,
de Sousa Lopes, adquirido em leilão
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A tela adquirida pelo
Museu, de 1939, mostra de uma forma realista o grande esforço muscular dos
homens, de dorsos bronzeados e luzidios e impressiona pelo seu ritmo poderoso e
empolgante, numa preocupação de largo decorativismo, a faina do moliço na Ria
de Aveiro.
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Ílhavo, 28 de Março de
2019
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Ana Maria Lopes-
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