domingo, 4 de março de 2012

Terceira Exposição sobre o Titanic - a grande revelação - 4

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E uma terceira exposição a não perder fora, entretanto, anunciada, no espaço Rossio, em Lisboa, – Titanic The artifact exhibition, em Julho de 2009.
A terceira exposição sobre o Titanic que visitei e a emoção já não foi a mesma, mas, lá, tive oportunidade de apreciar muito mais peças do que em 1994, porque as expedições ao local do naufrágio, para estudos e recolha de peças, foram-se sucedendo.

E aprende-se sempre mais. A meu ver, a exposição estava dignamente montada, de uma forma séria e criteriosa.

Resumia, um pouco, a história do navio desde o nascimento da lenda da construção (1907), do design naval rigoroso, criado em 1908, do início da construção em Março de 1909, do dia do lançamento à água, em 31 de Maio de 1911, do seu acabamento até Março de 1912, da viagem inaugural com partida de Southampton, em 10 de Abril de 1912, até ao desfecho dramático do Iceberg à vista!, pelas 23 horas e 40 minutos de 14 de Abril de 1912.

A RMS Titanic tem-se empenhado em reunir, preservar e restaurar o máximo possível de objectos.
A história já foi contada e recontada, mas nunca de uma forma tão intensa e apaixonante como o fizeram os artefactos diversos apresentados nesta mostra.

Os objectos estavam lá, na hora, pertenceram ao navio e às pessoas que navegaram nele. Não pretendiam afastar a dor da perda dos passageiros, mas demonstravam a importância de recordar e celebrar todos aqueles cujas vidas desapareceram com o naufrágio.

O achamento do Titanic contou com a colaboração de cientistas, aquanautas, historiadores, arqueólogos, engenheiros marítimos, arquitectos navais e conservadores de todo o mundo.
Antes da recuperação dos artefactos do Titanic, não havia uma especialização na conservação de materiais, retirados de uma profundidade de 3800 metros e sujeitos a uma pressão colossal!
Cada objecto exige um tratamento especial e a enorme variedade de materiais impõe a intervenção de especialistas não só em papel, mas também em têxteis, madeiras, metais, cerâmica, couro, etc.
Infelizmente, não existem técnicas de preservação do próprio navio, que está lentamente a ser consumido por micróbios que comem ferro. Parece impossível como a opulência do Titanic alimenta a sofreguidão de micróbios exíguos…
Então, o que mais me impressionou?
O ambiente lúgubre e escuro criado, a meu ver, apropriado à ambiência que pretendia retratar.
Os painéis expositivos eram apresentados continuamente, em andares diversos, separados por escadas metálicas, que simulavam o interior de um navio. Bancos de convés, criteriosamente colocados, permitiam o descanso dos visitantes e a observação rigorosa das peças.

O ruído de fundo imitava o barulho surdo das caldeiras a vapor, que, pela força da rotina, se deixava de ouvir!
Sempre que possível, um apontamento referente aos passageiros, donos das peças em exibição:
 - objectos íntimos, desde óculos, lorignons, lâminas e pincéis da barba, botões de punho, alfinetes de senhora e outras jóias mais requintadas;
 - peças de vestuário, desde meias, papillons, um casaco de empregado de mesa, uma cartola de tecido acetinado;
 - peças do próprio navio, como ornamentos luminosos, um querubim de bronze, suportes metálicos de bancos de convés, candeeiros em pêndulo, sinos que deram o alarme do acidente, telégrafo da casa das máquinas, telefones com altifalantes, megafone com  que o Capitão Smith terá dado a última ordem para abandonarem o navio, coletes salva-vidas, manivelas de turco, etc…
 - entre os objectos de cozinhas e diversas salas de jantar, conforme as classes, podiam apreciar-se grandes caçarolas e panelas, peças de louça e as tais “pratarias” decorativas funcionais, que englobavam os serviços de faqueiros.

 Ainda nos foi dado observar garrafas de champagne, néctar da melhor qualidade, garrafas de cerveja e botijas de cerâmica.
Se citasse tudo, a enumeração seria infindável.

E o mito das “ditas colheres do Titanic” que, por Ílhavo existem, continuava.
Exactamente iguais às que conhecia, apenas com a estrela relevada da WSL, no cabo, só nessa altura me foi dado observar. Os sóbrios talheres ilhavenses, de prata, teriam sido mesmo do Titanic! Prova das provas! Que emoção!


In Catálogo

Ao natural…
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A partir do momento em que na Costa Nova, este verão de 2011, tive o prazer de conhecer, através do Zé Paulo Vieira da Silva, Christopher Davino, membro de topo da RMS Titanic, organizador desta Exposição e autor do Catálogo, tudo, para mim, ganhou uma nova dimensão.


Christopher Davino e AML
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Além das colheres de sopa, também se expunham de doce, garfos de servir, de dentes tremidos, e concha de sopa, em plaqué, com o mesmo motivo.

Foto da Net, com alguns talheres em exibição

A recriação da cena do iceberg, que pretendia ser uma das mais fortes, nem sempre me pareceu bem conseguida. No entanto, ao tocar a algidez da falsa parede gelada, percebemos quão frias estavam as águas do Atlântico Norte, na fatídica noite do afundamento, provocando muitas mortes por hipotermia, além do pânico e do afogamento.
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O que se seguirá?
Uma exposição em Ílhavo? Nunca se sabe…Pelo menos a esperança de ver o documentário, que apenas contemplou Ílhavo, em Portugal, Suíça, França, Reino Unido e Estados Unidos. Será exibido em França, no dia 30 deste mês e, em Portugal, nos primeiros dias de Abril, na TV 5.
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Imagens – Arquivo pessoal da autora
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Ílhavo, 4 de Março de 2012
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Ana Maria Lopes
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2 comentários:

Sara Bandarra disse...

Faça o favor de me (nos) lembrar do dia em que o comentário irá passar em Portugal. Obrigada.

José Costa disse...

parabéns leas lindas fotos e pelo trabalho que podemos ver e partilhar com os amigos obrigada, adorei de ver pois adoro também a fotografia