Na contagem decrescente em que entrámos, hoje foi um grande dia.
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Folheámos, apreciámos, saboreámos o livro, pela primeira vez, numa ânsia muito apetecida. Na ausência de palavras, vivemos e revimos momentos, com emoção.
E em jeito de tributo, uma lembrança para dois dos grandes mestres da Ria, já desaparecidos, onde acompanhámos a construção de dois destes belos barcos. Com paciência e saber foram-nos explicando todos os detalhes e segredos do princípio ao fim, em meados da década de oitenta.
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Ambos pardilhoenses, provindos de gerações de construtores navais lagunares, exibiam as suas obras de arte, em galpões escuros e exíguos, a caminho da Ribeira da Aldeia, que palmilhámos com entusiasmo.
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A saber, Mestre Agostinho Tavares (1922-1996), com quem convivemos dias inteiros, em semanas a fio, e Mestre Henrique Ferreira da Costa (1930-2011), mais conhecido pelo Ti Lavoura.
A obra nasce do pau de pontos…
O Ti Lavoura e o proprietário ultimam a proa…
O princípio e o fim…
À semelhança da alma que os barcos têm, escritos e imagens como estas também a têm, pois transmitem-nos o saber de gerações.
Ílhavo, 14 de Março de 2012
Ana Maria Lopes
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