domingo, 27 de junho de 2010

Amigos do Museu visitam o Santa Maria Manuela


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Ontem, lá foi a visita dos Amigos do Museu ao mui nobre lugre Santa Maria Manuela. Pretendia-se uma visita informal, mas organizada e esclarecedora, sobretudo, para quem, pela primeira vez visitava o navio. E julgo que assim foi.

Boas-vindas a bordo…


Depois das boas-vindas de Aníbal Paião aos visitantes, estes foram divididos em pequenos grupos, acompanhados por cada um dos oficiais. À medida que a visita se desenrolava, fomos ouvindo os pormenores e as valências de cada um dos espaços: de uma simplicidade luxuosa e confortável, com um equipamento do mais moderno e sofisticado, com bom gosto e funcionalidade.

Assistência interessada…


O convés, praticamente, fiel reprodução do navio genuíno, construído em 1937, nos estaleiros da CUF., em Lisboa, está notável.

Tem 73 anos de história, o velho lugre. Presente esteve um dos seus capitães mais emblemáticos, nos anos de 1966 a 1969, o Amigo Vitorino Ramalheira, imortalizado no admirável documentário The White Ship, realizado por Hector Lemieux, na campanha de 1966.

Depois de visitarmos o salão dos oficiais, com a mesa original e cadeiras também reproduzidas através de uma igualmente original, seguimos para os diversos tipos de camarotes (do Comandante, de duas pessoas, de quatro e de seis, com casas de banho privativas), com adereços de cama e atoalhados sóbrios e personalizados.

Curiosidade: Falta ainda no salão dos oficiais a fotografia da Senhora D. Maria Maria Manuela, tradição à época, esposa do armador, Sr. Vasco d’Orey, de Viana do Castelo, santa Senhora, que a família fará todo o gosto em oferecer. Fica assim esclarecido o nome de SMM e da existência ou não de uma Santa Maria Manuela, que não era conhecida.

Seguiu-se a exploração da moderna casa das máquinas, bem como da zona polivalente, onde descansámos um pouco, ouvindo pormenores do investimento, da reconstrução, da construção original, das teimosias, ajudas e dedicação da geração dos «velhos» capitães, Vitorino Ramalheira, Marques da Silva e Francisco Paião.

A zona nobre do navio…


Num discurso dinâmico, entusiasta e com visão de futuro, como sempre, Aníbal Paião, deu-nos conta das perspectivas que tem para esta unidade para cerca de meia centena de passageiros, que servirá diversos fins, desde o cultural (promovendo viagens de lazer e turismo), ao educacional (permitindo a aprendizagem náutica), e o científico.
Apesar de receoso, esperançado e desafiador.

Foi merecidamente destacado o empenhamento do Comandante António São Marcos, que, com a sua paixão e saber, se dedicou plenamente a esta causa.

Para já, está prevista a apresentação internacional do navio, com a presença na Regata da STI 2010, na segunda quinzena do mês de Agosto, em Amsterdão.

Do êxito da exploração do navio, dependerá a reconstrução do Argus, que, por enquanto, inveja a sorte do seu companheiro já recuperado.

Em segundo plano, o Polynésia, ex-Argus


Oxalá o investimento tenha o retorno desejado.
Ventos favoráveis e boas marés para a Pascoal, para o Santa Maria Manuela e para o Argus.

Fotografias – Paulo Godinho e J. Reinaldo

Ílhavo, 27 de Junho de 2010

Ana Maria Lopes
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2 comentários:

fangueiro.antonio disse...

Boa tarde.

E finalmente me esclarece a Dr.ª a enorme questão que há muito tinha sobre a origem do nome do SMM.
Espera-se agora a abertura oficial do "sítio web" deste nosso lugre.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

A reconstrução do SMM é um grande acontecimento para a cultura marítima portuguesa contemporânea, sendo desejável que em termos comerciais se consigam os objectivos propostos, para bem de todos e achega ao apregoado regresso ao Mar...

Luis Miguel Correia

BLOG DOS NAVIOS E DO MAR