segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bateira erveira de Canelas - Modelo

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Mais uma vez, o Amigo Marques da Silva enriqueceu a sua colecção de bateiras com o exemplar que se segue:


Bateira Erveira de Canelas


A bateira erveira é uma embarcação da Ria de Aveiro, utilizada pelos lavradores do Baixo Vouga nos trabalhos ligados aos campos de arroz, na foz dos rios Ul e Antuã.
Presentemente está extinta.

Contudo, pode ainda ser observada na Sala da Ria do Museu Marítimo de Ílhavo, onde, uma das últimas que existia foi felizmente recolhida e preservada.

Sala da Ria do MMI


Nas suas características gerais, tem semelhança com o barco moliceiro, mas é de menores dimensões, de construção menos cuidada e não tem pinturas nem caras, nas amuras nem nas alhetas.
É toda breada, sendo portanto negro o seu casco. O fundo é empaneirado, e a primeira caverna da popa, a seguir à forcada, sai cerca de quinze centímetros acima da borda, formando dois golfiões idênticos aos da proa.
Para se deslocar usa varas de mão e vela de pendão de amurar ao mastro, talhada como é costume na da Ria de Aveiro.

O leme é de xarolo como o dos barcos moliceiros.

Comprimento……..……...…10.00 metros
Boca………………………...02.00 metros
Pontal…………………….....00.48 metros


Para construir o meu modelo desta embarcação, fiz primeiro um levantamento pormenorizado da bateira que está no Museu de Ílhavo e, com essas medidas, um desenho na escala de 1/25, por ser essa a dimensão mais apropriada.


Modelo


Apliquei balsa para o fundo, madeira de choupo para os costados e paneiros, de limoeiro para as cavernas, roda de proa, de popa, bancada e leme. Para o vertedouro usei madeira de tola.
No mastro e verga, utilizei ramos de ameixieira e, na vela, pano de algodão.


Pormenor do modelo


Nas ferragens, fateixa e engaço, arame de cobre.

Obs. – Designada com o nome de bateira erveira de Canelas por Domingos José de Castro, também é conhecida por bateira moliceira ou de Canelas por Lamy Laranjeira e por moliceiro de Salreu por Octávio Lixa Filgueiras.


Lisboa, 31 de Janeiro de 2010
António Marques da Silva

Fotografias – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 17 de Maio de 2010

Ana Maria Lopes


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3 comentários:

Alfredo Pinheiro Marques disse...

Belíssimo e meritório trabalho. Parabéns

fangueiro.antonio disse...

Boas.

Que bonito é ver modelismo de barcos portugueses tão raros, e que têm tanta importância como quaisquer outros.
Respeitando os gostos de cada um, o modelismo do que é nosso deveria ser muito mais desenvolvido, mas os barcos e navios "da praxe" acabam sempre por ser os favoritos.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Terça-feira, 18 de Maio de 2010
Como esmpre o Senhor Marques da Silva, surpreende-nos com os seus maravilhosos trabalhos.
Parabéns.
José Alberto.