sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A bateira caçadeira NAMY - I



A vinda do Amigo Marques da Silva à Gafanha da Nazaré traz sempre novidades. E lá nos sentámos à mesa, para trocar impressões, consultar informação, fotografar e tomar o agradável chazinho das cinco. Desta vez, a embarcação homenageada é a bateira caçadeira, que, por grande acaso, tinha sido a minha segunda bateira de recreio, na ria, frente à Costa Nova.

A NAMY na ria da Costa Nova, em 1981


Não fora tão feliz nela, como na primeira (bastava a juventude), mas aproveitemos-lhe o que teve de bom.

Refere Marques da Silva: A caçadeira é um tipo de bateira dos mais usados da Ria de Aveiro. Mesmo nos nossos dias, ainda é fácil observá-la, ao serviço de vários trabalhos da Ria, desde a ponta mais a norte dos canais de Ovar e Murtosa, até à lagoa de Mira, no extremo sul da zona lagunar.
A caçadeira navega por todo o lado, fazendo parte da paisagem. Quer se encontre transportando pessoas e coisas, ou nas fainas dos pescadores e mariscadores, na procura de berbigões, de amêijoas ou das enguias, é esta bateira a que se mostra mais apta para tudo.
Não sendo de grandes dimensões, é de formas airosas e bem proporcionadas. Constrói-se segundo moldes tradicionais, com madeira de pinho, sendo utilizado o pau de pontos para lhe manter a forma.
Banhando a Ria, diferentes vilas ou cidades, é fácil encontrar nesta embarcação pequenas diferenças, que não modificando o tipo, lhe conferem algumas características locais específicas, próprias dos seus diferentes construtores.
As dimensões podem igualmente apresentar ligeiras alterações, que, facilmente, se reconhecem pelo número de cavernas.
Para recolher medidas, escolhi uma das que me pareceu mais representativa que encontrei no Museu Marítimo de Ílhavo, na Sala da Ria, a bateira NAMY:
Comprimento (sem o leme) – 6,05 metros
Boca máxima – 1,55 m.
Pontal – 0,55 m.
O número de cavernas é de catorze.

Caçadeira de pesca NAMY, no MMI


(Cont.)

Ílhavo, 11 de Dezembro de 2009

Ana Maria Lopes
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