sábado, 5 de dezembro de 2009

Moliceiros - Outras zonas decoradas - II



Uma ou outra inovação maliciosa no interior da ré, junto ao cagarete, surge esporadicamente, bem como, na antepara do castelo da proa. Esta esteve para ser cortada pela censura, mas, não sei como, passou.

De escondida… a escarrapachada…


As falcas, que, normalmente, não eram decoradas, muito menos pelo artista que embelezou a embarcação, por vezes, surgem com bandeira nacional ao centro, ladeada por ornatos a verde e vermelho, símbolo de patriotismo.

Decoração das falcas. Anos 80


O grande leme ostenta a divisa ou marca do construtor, um dos últimos acabamentos executados pelo próprio mestre.
A recolha das siglas existentes ao longo dos tempos também constitui um trabalho de grande interesse.

Mestre Henrique Lavoura pinta a sua sigla


O número de registo da embarcação é pintado à proa, ao lado do painel, em letras e números brancos, sobre rectângulo negro. Alguns pintores revelavam um cuidado muito especial pelos grafismos aí utilizados, já que para além da perfeição dos números, o A e o M tinham um ornato em forma de coração.
O facto de os moliceiros terem o seu nome de baptismo, em grandes letras brancas sobre a cinta negra, julgo ser uma questão de moda. Já por volta de 1930, este costume existia. Caído um pouco em desuso, umas décadas mais tarde, quase não se via, mas, ultimamente, aparece com alguma frequência.


Fotografias – Cedência de Paulo Miguel Godinho

Ílhavo, 5 de Dezembro de 2009

Ana Maria Lopes

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