quinta-feira, 11 de setembro de 2008

REGATA DOS GRANDES VELEIROS (PARTE I)




Começam a parecer os outdoors por todo o lado. Começam a aparecer as notícias, os cartazes, os panfletos. São um alerta, um convite…



Um pouco da história destas regatas



As designadas TALL SHIP'S Races existem há 52 anos, desde 1956. Foi a Inglaterra o país que tomou a iniciativa, perante o contexto de rápidas mudanças a que se assistia no mundo "náutico" de então – que determinava, concretamente, o abandono dos antigos veleiros (substituídos por navios de propulsão mecânica) e consequentemente ameaçados de extinção.

Pensou-se reabilitar estes Navios e organizar encontros e competições amigáveis entre eles, o que poderia constituir uma alternativa ao estado lamentável a que se encontravam submetidos, de abandono e desaparecimento.

Com o patrocínio da Coroa Britânica, em 1956 organizou-se a primeira regata TORBAYLISBOA. Na nossa capital também as mais altas autoridades estiveram envolvidas, designadamente na entrega de prémios.

Particularmente relevante foi o facto de os 30 cadetes da Escola Naval – que a bordo do Navio Escola SAGRES (I) realizavam a sua primeira viagem de instrução – terem, como equipa, totalizado mais pontos e conquistado mais medalhas do que todas as restantes equipas de cadetes em conjunto.
Dois anos depois, na Regata seguinte (em 1958), entre Brest e Las Palmas, foi precisamente o Navio Escola Sagres o primeiro classificado na classe dos Grandes Veleiros.

Depois dessa data, as Regatas de Grandes Veleiros têm-se realizado regularmente, no Verão, (a partir de 1964, todos os anos) – geralmente no Norte da Europa – e foi-se desenvolvendo um "espírito" próprio destes Eventos, que consiste em fomentar entre a juventude o gosto pelo Mar, proporcionar aos jovens uma experiência de aventura a bordo de um Veleiro. Simultaneamente, promover o contacto próximo e encontro entre jovens de todas as nacionalidades nos Portos de Acolhimento, constituem os grandes ideais da Organização.

A organização é inglesa – a Sail Training International (STI.) – e as Regatas são patrocinadas, actualmente, pela Câmara de Antuérpia.

Os países concorrem para tentar que um dos seus Portos seja Porto de Acolhimento dos Grandes Veleiros, mas a concorrência é verdadeiramente "selvagem".
Sabemos, por exemplo, que Portugal só voltará a ter possibilidades de receber os Grandes Navios em 2012, pois a candidatura de Lisboa foi aceite para esse concurso (e ainda falta conhecer o resultado!) – é assustadora a antecedência com que se "degladiam" as vontades das muitas Câmaras Municipais Europeias no sentido de serem reconhecidas pela Organização como um possível Porto de Acolhimento!

O facto de Ílhavo ter conseguido este feito é de destacar, pois aventavam-se várias possibilidades para a escala dos Veleiros entre Falmouth e o Funchal, entre as quais La Coruña.

Portugal já se constituiu como País anfitrião da Regata por diversas vezes, mas apenas ao nível das cidades de Lisboa e Porto. Ílhavo será, pois, uma grande novidade neste contexto.


Os veleiros participantes são 21, distribuídos pelas classes A, B, C e D, oriundos de diversos países, e começarão a chegar, conforme as condições de tempo, a partir de 18, prevendo-se que a 20 estejam todos acostados no Terminal Norte do Porto de Aveiro, para receber os visitantes e para o desfile final de saída, a 23 de Setembro.


Lista de todos os participantes:

CLASSE A

Alexander von Humboldt – 1906 – Alemanha

Astrid – 1918 – Holanda



Capitan Miranda – 1930 – Uruguai


Creoula – 1937 – Portugal

Cuauthémoc – 1982 – México



Kaliakra – 1984 – Bulgária

Mir – 1987 – Rússia



T S Pelican – 1948 – Reino Unido
Pogoria – 1948 – Polónia

Sedov – 1920 – Rússia


Shabab Oman – 1971 – Oman
Steppe

CLASSE B
Far Barcelona
Tecla

CLASSE C
Gedania
Juan de Langara
Spaniel
Viva

CLASSE D

Challenger 1
Challenger 4
Endeavour
Steppe

À laia de “rebuçado”, para ir fazendo crescer água na boca, aqui fica a imagem de alguns dos mais imponentes grandes veleiros (Classe A) que participam na Regata do Funchal 500 Anos, incluindo o nosso Creoula.

(Cont.)

Ílhavo, 11 de Setembro de 2008

Ana Maria Lopes

3 comentários:

fangueiro.antonio disse...

Bom dia.

Sem dúvida um grande evento para Ílhavo, que o merece pela sua tradição marítima, numa região de gentes que vivem em sintonia com a água desde há milhares de anos.
Que enorme pena ainda não me encontrar em Portugal este ano.

www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Marieke disse...

Olá Ana
Como sempre as tuas notícias são completíssimas..Parabèns
Parabéns pela saída no nosso Ilhavenses do teu artigo sobre tal evento

Um Abraço
Maria
PS:Não te esqueças do pedidoque te fiz sobre o livro do Dr. Jorge Godinho

garina do mar disse...

ainda pensei que conseguia ir aí na 3ª feira mas já não vai dar ;(