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No
“Diário de Aveiro” de anteontem, 7 de Novembro de 2024, este título de uma crónica
de João Pires Simões chamou-me a atenção.
No
início dos anos 80, um navio (…) teve um piloto do sexo feminino, uma rapariga
de Oeiras, destemida, que entrava nas lanchas e trabalhava juntamente
com os pesadores, nos bancos da Terra Nova. O comportamento dos homens passou a
ser diferente, onde não se ouvia uma asneira, pois ela sabia dar-se ao
respeito. De seu nome Helena Julião, não foi fácil, pois a pesca requer uma
“endurance” física e psicológica e passou por tudo, para depois passar a
imediato de outro navio.
Perante o que, para mim, era uma novidade, na posse do nome, fui consultar o “Portal de Homens e Navios”.
Helena Julião
Pesquisei
Helena Julião e, então, apareceu-me o nome completo, Helena Maria Rodrigues da
Costa Julião, natural do Socorro, Lisboa.
Nascida
em 12 de Junho de 1957, era possuidora da cédula marítima nº 13, passada pelo
Porto de Lisboa, em 15 de Fevereiro de 1984. Na ausência de mais dados, com
excepção de fotografia, a ficha do Grémio regista que exerceu o cargo de
praticante de piloto, na arrastão “Santo André”, 2ª viagem, em 1985, com
o capitão Manuel Silva Santos e, no ano seguinte, 1986, o de imediato, no navio “Neptuno”. São muito
poucos dados, mas não deixaram de despertar a minha curiosidade. Terá sido a
primeira mulher a embarcar na pesca do
bacalhau.
O
Amigo João David Marques chamou-me a atenção que tem um depoimento no livro “Santo
André – Memórias de um navio”, editado pelo Museu Marítimo de Ílhavo em 2019, pp. 163-164.
Ainda
me informou que houve outra mulher na pesca do bacalhau, esta, Bela Cardoso, da
Gafanha da Nazaré, que, em 1986, embarcou no “Almourol” com o capitão Manuel
Pedreiro e o imediato David Calão. Fez, pelo menos, 3 viagens, e, depois, passou para o comércio.
Imagem
gentilmente cedida pelo MMI.
Ílhavo, 9 de Novembro de 2024.
Ana
Maria Lopes
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