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Dos
Postais
da CASA do BICO que Senos da
Fonseca tem escrevinhado, já há uns anos, no blogue Terra da Lâmpada,
não há dúvida que, para mim, o que
relata um parto improvisado a bordo de uma bateira
labrega, seduziu-me mais profundamente. Todos eles têm o seu atractivo, porque
relatam histórias ficcionadas entre figuras características da Costa Nova, que,
por sua vez, lhe são hipoteticamente relatadas pela Zefa e pela Bernarda, em
encontros de passeios matinais.
Elogio
no autor, a capacidade criativa, a preocupação do registo dos nossos linguajares,
em contexto, bem como o entusiasmo com que nos brinda com os seus relatos.
No
entanto, a «estória» do parto da Joana Labrega fascinou-me demais …Porquê?
Por
ter a ria como cenário, a bordo de uma bateira
labrega, de vela bastarda, com toldo espalmado (pata de rã)?
Por
registar os tais linguajares (vertedouro,
escalamãos (escalamões), saltadouro, castelo da proa, traste, orça, etc.),
sobretudo, de cariz marítimo?
Por
nos contar um parto improvisado, o desabrochar de uma vida, com toda a sua emoção?
Eu,
que assisti a partos e, principalmente, fui mãe, sem os artifícios que envolvem
os partos actuais, pensei, depois de ter acabado de ler a história:
– há cinquenta e 5 anos, quase que preferia ter parido a bordo de uma labrega que numa «cama de bilros», de pau-santo.
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E
fiquei ferrada naquele
pensamento!!!!!!!!!! que navegou comigo até
de manhã. Que beleza!
Ílhavo,
17 de Dezembro de 2021
AMLopes
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