Numa
arte ou noutra, gente da ria…
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Não
fazia ideia que, ao fazer uma pergunta no FB sobre o Salvador Arrojado, no
grupo Moliceiros com História, desse origem a uma conversa longa,
interessante e tão participada. Por isso, vou tentar respigando-a, fixá-la.
AML – Talvez alguém, por aí,
conheça ou tenha conhecido. Falei com ele na sua casa, onde fazia velas, como
se vê pela imagem, pelos anos 80. Com o tempo, perdi-lhe o rumo e apenas (além
das descrições exemplificativas que me fez), me lembro e registei que era
conhecido por Ti Arrojado, Alguém reconhece ou sabe mais?
A mosquear…
AML – Na primeira imagem está
a mosquear.
Pois, gostam, gostam
e eu agradeço, mas ninguém me sabe dizer mais nada dele – se também o conheceram, etc. Penso
que foi por Pardilhó ou arredores, onde falei com ele. E, uma vez, encontrei-o
no S. Paio, nesses anos 80. A sua grande paixão eram as velas.
AMF – O ti Salvador Arrojado já faleceu
há uns anos mas menos de quinze. A sua casa é agora pertença do filho Albino, que
o acolheu na sua velhice. Este filho dedica-se à pesca na ria.
JC – Se é o que eu penso, ele era
Arrojado e Salvador, da Murtosa. Se é ele já faleceu!!!
A citada casa fica no
lugar da Balsa logo aqui ao norte da minha.
AMF – Portanto, agarradinha ao Bico.
Convivi com ele muito de perto. Passava-me à porta diariamente e no final de
vida visitava-o, levando-lhe a comunhão.
AML – Obrigada, por me recordarem esses dados. Imaginava sim,
que já tivesse falecido. Eu não o conhecia só por Salvador. Era mesmo por Ti
Salvador Tavares da Silva Arrojado, nascido em 1918, do Bico da Murtosa. Quando
na segunda edição, em 2010, do meu livro Moliceiros – A Memória da Ria, quis
saber a data do falecimento, e não encontrei quem me desse dados.
São as duas únicas
fotos que tenho dele – a mosquear (aplicar
as moscas, na vela) e a coser uma vela que havia talhado. Havia
segredos que não me queria revelar. Que iam com ele para a cova, dizia-me ele.
A coser uma vela…
MJ – Ele era o Pai do Sr. Albino
Arrojado?
AML – Ah, isso já não sei.
JRM – Parece mesmo o Albino Arrojado. Tal
pai tal filho.
RP – Conheci muito bem o senhor Salvador.
Trabalhou com o meu pai na faina do moliço e aprendeu a fazer velas Eu também
sou testemunha e ajudei a cozê-las e a fazer o molde. Eu era amiga de sua filha
no tempo de escola. A Ana Maria Faustino devia conhecer o meu Pai, no Canto da
Caneira, José Paiva e a minha Mãe, Ascensão Carrocha. Saudades desse tempo. Um
abraço.
AMF – Rosa, claro que conheci os teus pais.
Fui colega da tua irmã na escola, por quem tenho muita estima. O vosso caminho
era muito utilizado por mim e pelo meu irmão quando íamos para a escola. Era a
aventura possível daquele tempo.
Dra. Ana Maria, pelo
que a Rosa Paiva nos conta, também as mulheres davam o seu contributo na confecção
das velas!
AML – Sim, era. Obrigada.
MTM – Não deixo de fazer o meu comentário.
Esta gente toda vizinha e conhecida com muitas recordações… E bem me lembro do
(ti Salvador) como era conhecido... Rosa numa das tuas casas ainda viveu um
filho dele que está na América. De tudo que está para traz resta a
recordação...
PHC – Recordo-me dele vir comprar o pano
da vela lá à loja (não me lembro é como se designava o tecido).
AP – «Lona». Também servia para as
sacolas das escolas. Dura…dura.
AML – Havia-a mais e menos dura, de
vários números. Agora, é complicada de encontrar.
AMF – Falei com a Helena, a nora doTi
Salvador Arrojado. O nome é de facto o que mencionou a Dra. Ana Maria. Faleceu
a 31 de Julho de 2005. José Maria era o filho mais velho, que morreu de
acidente.
AML – Obrigada. Tiraram-me as dúvidas.
Fiquei a saber. Anoto no livro.
EA – Maravilhoso, Ana Maria!
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Estas minhas dúvidas
acerca do Ti Arrojado vieram proporcionar a um grupo de «murtoseiros»
conhecidos e amigos uma romagem de saudade.
E eu advim muito mais
enriquecida, também.
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Imagens – Da autora
do blogue (1986)
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Costa Nova, 26 de
Julho de 2015
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Fixação do diálogo – Ana Maria Lopes
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