As «NAMY» da minha vida…
São hoje objectos de museu as minhas bateiras.
Cada uma com a sua história e a sua época. Estão, presentemente, em exibição, na Sala da Ria do MMI.
A que época remontar?
A primeira, graciosa, apitorrada, branquinha e verde, a NAMY, A 7892. H existe pelo menos desde 1935, com 76 anos e pertencera, primeiro, a minha Mãe, com o nome de NENÉ. Tenho muita pena de nunca me ter vindo parar às mãos nenhuma foto dela com esse nome, mas sei bem que assim foi.
NAMY, na Sala da Ria do MMI
Foi na NENÉ que as meninas dos anos trinta, na Costa Nova, passaram a sua meninice na Ria, em competições de remo, em são convívio, no então Bico, nas coroas, na apanha de bivalves, à pesca de recreio, já que as espécies piscícolas abundavam, então, nessa época: grossas enguias, belas e espalmadas solhas, robalinho prateado, alguma tainha distraída e, frequentemente polvos de olhar fixo e aspecto repugnante. Era assim a nossa ria.
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Notícia escrita, fidedigna, da sua existência, obtenho-a através de O Ilhavense de 15 de Setembro de 1935, em que aparece como participante, na modalidade caçadeiras, em grandiosa regata então efectuada na Costa Nova (Costa-Nova-do-Prado, 200 Anos de História e Tradição, de SF., p. 131), no dia 15 de Setembro de 1935.
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Lemava- a D. Felicidade Mano e era remador Mário Graça.
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E todos os longos verões, a NENÉ ia para a Costa, enquanto passava os invernos bem acolhida e vigiada no travejamento dos armazéns da carpintaria da seca, onde se construíam e reparavam os dóris, sob a vigilância do sr. Zé Vicente.
(Cont.)
Ílhavo, 10 de Abril de 2011
Ana Maria Lopes
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4 comentários:
Um encanto de embarcação com tantas histórias. Que bom estar preservada...
Lembro-me perfeitamente da Néné,amarrada a um moitão junto à mota(nova...)em frente a casa de praia da sua família.(Bela foto colorida,aqui atrás de mim,retirada,não sei se do Marintimidades se do "'Ilhavo"do João Aníbal Ramalheira.Aí se vêem as bateiras e os veleiros do Ti'Taínhas,e não sei se a bateira,nessa altura,pelo que conta,NAMY,de Ana Maria,evidentemente.Não me apercebi,na altura,da troca de nomes,Néné por Namy.O Mário Graça da regata era meu tio e padrinho.Cumprimentos."kyaskyas"
Caro Conterrâneo:
Adorei o seu comentário. Cem por cento vivido.Obrigada.
Venho aqui encontrar o livro "Faina Maior" a navegar por outras terras, o que me satisfaz imenso.
Venho dar-lhe os parabéns por isso, pelo livro (mais uma vez) e pela deliciosa emissão na televisão.
Espero continuar a encontrar por aqui tudo o que é preciso saber para conhcer bem a nossa região.
Abraço.
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