terça-feira, 10 de novembro de 2020

"In memoriam" de Euclides Vaz

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Euclides Vaz, filho do Cap. José Cândido Vaz e de Joana da Silva Marta, nasceu em Ílhavo em 10 de Novembro de 1916, faz hoje, 104 anos. Desde muito jovem, exibia dotes superiores na modelação, usando para isso, tudo o que tinha à mão.

Feito o Liceu em Aveiro, por isso, Euclides vai para a Escola de Belas Ates no Porto, tendo terminado a sua licenciatura em Escultura em Lisboa, em Março de 1945, com elevada distinção, tendo tido como mestres referenciais Simões de Almeida (Sobrinho) e Salvador Barata Feyo. Dedicou-se ao ensino, tendo leccionado no ensino técnico-profissional, nas escolas Afonso Domingues e António Arroios, na zona de Lisboa. 

No ano de 1958, ingressou como professor na Escola de Belas Artes de Lisboa, onde permaneceu até à sua reforma, em 1985. 

Já mestre reconhecido e enaltecido, deixou um vasto legado de obras, que se encontram espalhadas pelo território nacional e pelas ex-colónias, umas conseguidas por  concurso (monumentos a Teixeira Pinto, na Guiné; a Jorge Álvares, em Macau; a Vasco da Gama, na Ilha de Moçambique e a Neutel de Abreu, em Nampula, Moçambique) entre outras. Por encomenda directa, são de salientar, a estátua da Justiça para o Tribunal de Aveiro, a estátua de Pero Escobar para S. Tomé, D. João III, o grupo escultórico do largo do Roseiral, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, e baixos relevos efectuados para diversos Tribunais do país.

De um modo geral, monumentais figuras, numa linha escultórica clássica, em voga, que pretendiam relembrar personagens históricas de vulto.

A sua arte também se estendeu ao campo da medalhística, com obras consagradas, neste domínio.

Também são de sua autoria os cunhos das moedas FAO de 20 e 50 escudos.

Euclides Vaz fez graciosamente para o Illiabum Clube, o busto de Mário Sacramento, para ser depositado na biblioteca que tinha o nome deste.

As obras que nos estão mais próximas fazem parte do acervo do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) e são: – uma miniatura do João Afonso de Aveiro, em bronze, datada de 1956 e oferecida ao museu, pelo autor, em 1969.

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João Afonso de Aveiro
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   a escultura de Luís Vaz de Camões, em gesso, assinada e datada de 1961:

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Luís Vaz de Camões

 

O João Afonso de Aveiro lá vai estando pelo Rossio, até que o mudem de local e que o mandem dar uma volta.

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João Afonso de Aveiro. Largo do Rossio. Aveiro
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Em 1990, ofereceu ao Município de Ílhavo, onde está depositada, a obra escultórica em gesso, de grandes dimensões, “O Homem do Gabão”.

Agraciado, em 1957, com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública, também recebeu, em 1949, os prémios Ruy Gameiro e Soares dos Reis do secretariado Nacional da Instrução Pública.

Faleceu, com 75 anos, a 10 de Fevereiro de 1991, em Lisboa.

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Ílhavo 10 de Novembro de 2020

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Ana Maria Lopes

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