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De dia em dia, ando para
dizer algo sobre a colecção de formas de
zagaia do MMI, que os Amigos do Museu (AMI) ajudaram a enriquecer.
Para se fazerem zagaias, gigos e chumbadas, levavam-se, a bordo, barras de chumbo, uma panela de
três pés e uma concha com bico. O molde
da forma era, geralmente, de bronze, tinha dois orifícios e dois punhos de
madeira, enfiados em haste de ferro com que se manuseava (abria e fechava). Com
o auxílio da concha, vertia-se o chumbo líquido fervente através de um orifício
e no outro, colocava-se o «pé de um duplo anzol». Arrefecia rapidamente,
abria-se e estava a zagaia feita.
Para além destas formas,
com algumas diferenças, havia também formas de zagaim, pisciformes, com ou sem escamas e barbatanas, formas de zip-zip, formas de cacete ou pissalho (molde de chumbo cilíndrico que substituía as singas, na linha de mão), formas de uma,
duas, três ou quatro singas e formas
de um, dois ou três gigos (peças
fusiformes, em que o pescador colocava uma coroa de alfinetes, bem apertados,
destinadas a apanhar lula para isco).
Tendo ido a leilão on-line, a 19 de Setembro de 2015, a colecção marítima do coleccionador Alexis Passechnikoff, no Leilão do Palácio do Correio Velho, a AMI contribuiu para a compra, em parceria com a CMI, da colecção destes moldes, em número de 25.
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Caso curioso, esta colecção de zagaias e congéneres, entretanto melhorada, tinha sido emprestada pelo proprietário ao Museu de Ílhavo, aquando da primeira exposição da Faina Maior. Quase caso para dizer, «o bom filho à casa torna», desta vez, depois de adquirida a colecção.
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Em Maio de 2016, através
da realização de uma oficina de moldagem de zagaias,
no Dia Internacional dos Museus, a colecção veio a lume.
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Ílhavo, 22 de Maio de
2016/2025
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Ana
Maria Lopes
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