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Um belo dia, uma boa trintena de anos
após o bota-abaixo do “São Jorge” (lá pelos anos 80), cheguei à seca, quando o Dr. Cunha me disse:
– O Dr. Vasco Branco deu-me um filme
que fez, aquando da construção do “São Jorge”, seguindo toda a sua evolução,
até ao dia do lançamento à água. De quando em quando, ia até ao Estaleiro para
observar o andamento dos trabalhos e captava umas imagens.
E eu, curiosa, perguntei:
– E é fiel ao esforço despendido
pelos operários?
Prosseguiu o Dr. Cunha:
– Sim, mas olhe, como a Ana Maria foi
a madrinha, entendo que é nas suas mãos que deve ficar.
Contente e expectante, lá vim ansiosa por projectar o filme, que não sonhava existir. Que agradável surpresa!
Espectacular! Único! Documento inédito!
Claro, que no que toca a qualidade,
não se pode exigir mais – sinais do
tempo. Filme a preto e branco, sistema
E ter um filme de Vasco Branco,
aveirense ilustre, de cultura eclética, licenciado em farmácia, artista
plástico, escritor, cineasta amador de primeira água, era um privilégio!
Lá o guardei, vi e revi através do velhinho projector. O meu filho Miguel
encarregou-se de o preservar ao longo dos anos, de acordo com as épocas e os
suportes disponíveis: de
Saboreiem-no, pois, que vale a pena!
E foi assim! E, agora,
felicidades!...
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Ílhavo, 31 de Janeiro de 2021
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Ana Maria Lopes
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Deliciei-me com este filme tão oportuno e didático. Os anos de 1950 estão perto do virar da esquina e ao meso tempo parece tão distante.
ResponderEliminarA nossa geração tem passado por um surto de progresso inimaginável, com tudo o que esse fenómeno do progresso acelerado tem de bom e de menos positivo. Entretanto levou-nos todo um mundo.
O SÃO JORGE era tão elegante, tinha curvas de iate de ricos.
Luís Miguel Correia