A circiar…
E a dureza do trabalho
continua nesta fase de preparação...
Na marinha, moço e marnoto «rolam» pelas praias já
secas, descalços e arregaçados pelo esforço de tão árdua tarefa, a de circiar.
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É preciso alisar e calcar o
solo já duro e seco, curado...
Depois de tantas molhaduras,
de tantos banhos de águas velhas e novas, escavações, enchimentos e alisamentos
de vieiros, eis finalmente a «pedra de toque», a compactação que dará
provas da consistência do solo.
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Homem das marinhas, recortado nessa imensa planície
de água e terra, é pelo fresco da manhã que caminhas, em posição esforçada,
pelos vieiros já duros, empurrando esse pesado cilindro.
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Entre barachinhas em cutelo, de mãos firmes nas
hastes, em quícios encaixadas, circias vezes sem conta,
para nivelares, compactares e impermeabilizares esse chão que pisas e que BOM SAL PRODUZIRÁ.
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Marnoto, que percorres o solo salgado, bem suado e alisado,
só tu crês no dia em que dele brotará o branco cristal que alimento te dará.
Nas moeiras te apoias
e impulsionas o roliço rolo de madeira, num vaivém interminável...
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A passo cadenciado e
ritmado, olhos fixos no cilindro que te endurece os membros e te cansa a
alma... prossegues embalado, por esse chão duro, acamado e cimentado do
trabalho.
Nota – Para esclarecimento de
linguagem técnica, consultar GLOSSÁRIO de Diamantino Dias.
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Imagens | Paulo Godinho | Anos 80
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17 | 06 | 2013
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Texto | Etelvina Almeida |Ana Maria Lopes
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