segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bateira da Afurada

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Já um pouco por acréscimo, Marques da Silva tentou-se a miniaturizar mais um exemplar de uma bateira da nossa região, que foi levada para outras terras – neste caso, Afurada (à beira Douro).

Aquando, nos anos 60, por lá andei (por terras da Afurada), em pesquisas, viam-se muitas bateiras deste tipo. Pena é que fosse já no alvorecer dos motorzinhos de popa em detrimento da vela e, como tal, já não me tivesse sido possível apreciar o tipo de vela, nem o elegante leme de porta alongada e cana, para seu governo.
Em consequência disso, a popa suportava um acanhado corte, em que o pequeno motor de popa se fixava.


Bateiras na Afurada, nos anos 60.

 
A bateira da Afurada é, sem sombra de dúvida, uma embarcação levada pelos pescadores da Murtosa, para trabalharem no rio Douro.

As suas formas airosas e o tipo de construção mostram bem a grande semelhança com a bateira de bicas, que ainda hoje é utilizada pelos pescadores da Torreira, na Ria de Aveiro.


Aspecto geral


Certamente, a proximidade da Póvoa de Varzim motivou a utilização da vela de pendão de amurar a vante, a chamada vela poveira, que lhe deu mais possibilidade de navegar de bolina (vd. embarcação poveira, em segundo plano, na primeira foto).


Pormenor da proa


Para melhor facilidade de manobra, o leme passou a ter uma porta maior e mais funda, sendo o xarolo com gualdropes, substituído por uma cana de leme.

Pormenor da popa e leme

 
São estas alterações que se verificam em relação às suas irmãs murtoseiras da Ria de Aveiro.


As dimensões encontradas foram:

Comprimento ………….…..+- 8.00 metros
Boca……………….……....+- 1.90 metros
Pontal…………………........+- 0.60 metros
Número de cavernas…………..…….. 17


Construi o meu modelo desta bateira baseado no levantamento efectuado pelo Arquitecto Simões Dias, do Arquivo de Arqueologia Naval do C. E. E.

Utilizei a escala de 1/25 como nos trabalhos anteriores. Apliquei madeira de limoeiro no cavername, choupo nos costados, tola nos remos e ramos de ameixieira no mastro e na verga.

Para a vela usei pano de algodão e para a fateixa arame de cobre.
Foi pintada de preto, embora também surgissem algumas embarcações destas de cores claras.

 
Lisboa, 25. 2. 2011

António Marques da Silva


E parece-me que será esta a última das doze miniaturas de bateiras da Ria de Aveiro que MS projectou e construiu. O Marintimidades divulgou-as a todas, podendo constituir, no seu conjunto, uma pequena lição de modelismo naval.
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Fotografias – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 30 de Maio de 2011


Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

O lugre Maria das Flores - o desfecho - 4

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Um navio que passa por estas tormentas ainda em seco estará condenado a não durar muito.
E foi o que aconteceu.

Quando, em Lisboa, foi sujeito a doca seca, verificou-se estarem erradas as marcações dos seus calados, indicando menores imersões, acusando diferenças na proa e na popa.

Ora, esta lamentável circunstância ocasionou, no processo de desencalhe, esforços, contrariedades e preocupações que não teriam existido, se as marcações estivessem correctas.

O navio foi entretanto adquirido pela Empresa Comercial & Industrial de Pesca (Pescal), de Lisboa.


O Maria das Flores, já no activo


E, embora com ligeiro atraso, ainda participou na campanha de 1946. Refere-nos o Jornal do Pescador nº 91 que no dia 15 de Junho largou o Tejo, com destino à Groenlândia, o novo lugre bacalhoeiro Maria das Flores, não sem antes ter proporcionado, no dia 11, um passeio no rio a diversas autoridades navais e aos dirigentes corporativos da pesca, para festejar o desfecho feliz do desencalhe do navio, na Ria de Aveiro, num tempo record.

Manteve-se sob o comando de Manuel P. Teles, desde o bota-baixo, em 1946, até à campanha de 1954, ano em que foi substituído pelo também nosso conterrâneo Manuel de Oliveira Vidal Júnior.
Teve uma existência mais ou menos normal.


Outro aspecto do mesmo navio


Pelo ano de 1958, já haviam naufragado quatro navios da frota bacalhoeira, quando comunicação feita pelo GANPB, deu o navio como perdido, no dia 18 de Setembro, com água aberta, no banco Eastern Shoals (Terra Nova), tendo completado o carregamento, pelo que deveria regressar a Portugal.
Não resistindo aos ciclones que sopraram por aquelas paragens, deu baixa ao número de navios utilizados naquela faina.
A tripulação salvou-se, tendo sido recolhida pelo navio/motor Lousado da mesma empresa.

E assim termina a saga do Maria das Flores que ficou na história marítima, pelo invulgar e engenhoso processo de desencalhe, junto ao estaleiro do Bico da Murtosa, onde fora construído em 1946, sem acesso a águas com boas condições de navegabilidade.
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Imagens gentilmente cedidas pelo Comandante António Bento, a quem muito agradeço.

Ílhavo, 23 de Maio de 2011

Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 16 de maio de 2011

O lugre Maria das Flores - o desencalhe - 3

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As contrariedades e complicações continuaram: dificuldades em pessoal, especialmente e concretamente do que movimentava a areia.
As indicações das calas (profundidades) da ria, apesar de terem sido calculadas por um suposto perito e prático, não foram, de início, as mais correctas.

As manobras apresentavam-se muito difíceis e com muito poucos resultados à vista.
O processo ia sendo repetido, mas as condições de avanço eram sempre diminutas, com um grande desgaste dos trabalhadores, acidentes pessoais, bastante mau tempo, perda de material e muitas avarias.

Curiosidade – Apesar de hospedados na Pensão Costeira de Pardelhas, compraram-se dois colchões, quatro mantas e cabeceiras de palha, para se poder dormir a bordo e estar presente ao trabalho, quando necessário, por 969$00.

Algumas autoridades, por vezes, visitavam o local para observação dos trabalhos e exultação dos ânimos.
Tornava-se cada vez mais árduo ir descarregando os batelões, devido à muita altura para a areia ser descarregada à pá.

Vento fresco de noroeste e maré desfavorável fizeram interromper os trabalhos.

Testadas as dragagens, referenciadas as marcas do calado, revisto todo o escoramento e estropos, insistiu-se no processo e assim ia avançando o Maria das Flores, de 30 em 30 metros, de 60 em 60 metros, até que no dia 12 de Abril, se deslocara cerca de 200.

A dragueta da JAPA continuava a dragar junto à Ribeira de Pardelhas.
Tempo de aguaceiros e vento de refregas de W NW, com frequência…

A 20 de Abril, sábado de Aleluia, a tripulação do navio foi autorizada a ir a casa passar a Páscoa, ficando a vigilância do navio, estropos e escoramentos, a cargo dos rapazes da AGPL.


Aspecto lateral do conjunto


Curiosidade – Veio a bordo uma senhora fotógrafa de Estarreja, que tirou algumas fotografias ao navio.

Se não fosse este procedimento, talvez, hoje, nem uma imagem houvesse desta aventura – um primor de engenho.

Devido a grande avaria na draga, os serviços só foram retomados a 26 de Abril.
Perante uma tentativa de paragem de trabalho do pessoal das barcas que conduziam as lamas, por cansaço excessivo e falta de pagamento de horas extraordinárias, foi necessário fazer ver ao pessoal a gravidade da situação, com promessa de gratificação, depois de safo o navio.


Sempre com muitas interrupções devido às marés inadequadas, ao frequente mau tempo e a avarias no material, lá o Maria das Flores, foi avançando em direcção à Gafanha da Nazaré.

Pelas 15 horas do dia 29, chegaram as lanchas a motor, Mina e Gafanha, dos estaleiros de S. Jacinto, que juntamente com a da Junta Autónoma, colaboraram no trabalho.


Saída do Maria das Flores do Bico da Murtosa


Curiosidade – Na noite de 30 de Abril, por estarem totalmente molhados, mandaram vir de Pardelhas um automóvel para conduzir a equipa técnica à pensão, voltando a utilizá-lo no dia seguinte para o regresso ao Bico da Murtosa.


Pelas 16, 45 h do dia 2 de Maio, chegou junto do navio o rebocador Vouga, que lhe passou o cabo de reboque. A chegada à Gafanha deu-se pelas 9 h do dia 3, tendo-se seguido a amarração, frente à Delegação da CRCB.

Procedeu-se então, com todo o cuidado à desmontagem do sistema, que incluía os batelões, tendo sido estes, despachados para Leixões.

A 5 de Maio, depois da desmontagem e arrumação de todo o material, ficou o navio liberto, para poder seguir viagem para Lisboa, em conformidade com as exigências legais recomendadas pelas autoridades marítimas.
Depois de vistoriado, do recebimento de tanques, de vários equipamentos (dóris) e da matrícula da tripulação, o navio lá esperou que o mar abonançasse para seguir o seu destino, a reboque do Oceania.

A 23 de Maio, no final do “Relatório dos serviços prestados no levantamento do lugre Maria das Flores na Ria de Aveiro, do Bico da Murtosa para a Gafanha”, a equipa de trabalho agradece a diversas entidades e instituições:

- Capitão do porto de Aveiro, Comandante Duarte de Almeida Carvalho;
- Junta Autónoma da Barra e Ria de Aveiro, na pessoa do Eng. Manuel Matias;
- Piloto-mor da Barra e Ria de Aveiro, Capitão Samuel Maia.

Concluem que a abundante chuva que esteve ocasionou uma apreciável subida das águas, o que muito contribuiu para o êxito do empreendimento.

Não vos faz lembrar nada esta história? E por que não o salvamento da Nau Portugal, em menor dimensão e com menos espavento?
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(Cont.)

Ílhavo, 16 de Maio de 2011
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Ana Maria Lopes
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domingo, 8 de maio de 2011

O lugre Maria das Flores - o desencalhe - 2

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O encalhe (ou melhor, o desencalhe do navio) é que constituía a minha grande dúvida, sobretudo depois de alertada em Pardilhó por descendentes dos interessados, que me haviam contado uma versão que não me convencia cem por cento, embora com relatos parcialmente correctos. Fotografias do acontecimento, nunca me tinham chegado às mãos.
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Eis senão quando o Sr. Comandante António Bento, através do Amigo Tito Cerqueira, simpaticamente me procurou para me entregar, com destino ao Arquivo do «nosso» Museu, elementos e fotos que dilucidam sobre o que teria na verdade acontecido, e os trabalhos de monta, necessários para resolver o magno problema de safar o navio.

Seu Pai, Oficial da Marinha Mercante, à época, Comandante Manoel Bento, fora o superintendente desses mesmos trabalhos.

Perante a leitura e análise do material entregue (pormenorizado relatório de 30 páginas, dois planos, um do próprio desencalhe do navio e sua condução para a Gafanha da Nazaré, outro geográfico, da ria, relativo ao local em causa e oito fotografias), consegui fazer uma ideia mais perfeita, que espero transmitir, da empreitada em causa. Mas não é fácil. As imagens ajudam.

Foi uma difícil e árdua tarefa, que contou com a boa vontade e diligência de várias entidades, para lá do recurso a diverso material de salvamento vindo da capital, já que em Aveiro não existiriam meios suficientes para os esforços que se impunham.

Durou a empreitada, desde o dia 23 de Março de 1946, até 10 de Maio, dia em que o Maria das Flores saiu a barra, com destino a Lisboa, a reboque do Oceania.

Ainda fez essa campanha de 1946.

As peças chave em todo o processo do desencalhe da embarcação foram dois batelões vindos de Lisboa, o Ota e o Jamor.

Carregados de areia, em maior ou menor quantidade, solidamente ligados ao navio, um a cada bordo, por uma habilidosa estrutura composta por cabos de aço, escoras de ferro e vigas de madeira. E por um cabo de arame, que com dificuldade (devida ao lodo e vegetação do fundo da ria), foi passado por baixo do navio. Os batelões, de braço dado com o lugre, impulsionando nas vigas ligadas ao convés e pelos cabos abraçados, formavam com o navio um todo flutuante. O poder de flutuação, podia, pois, ser aumentado (elevando o navio) conforme se ia baldeando a areia dos batelões (tarefa extremamente penosa, que todos recusavam).
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Conjunto de batelões e navio, visto de popa


Pelas 9 horas do dia 6 de Abril (sic), depois de tudo preparado e de ser tirada mais alguma areia dos batelões, com o Maria das Flores no calado de 5’- 04’’ à proa e 6’- 06’’ à popa, começou-se a puxar por ele com duas lanchas a motor e com âncoras espiadas, mas sem resultado. O navio apenas se deslocou 4 metros, apesar das sondagens à sua volta acusarem 7’.

No dia seguinte, novamente se tentou fazer deslocar o navio só com a tripulação e pessoal dos batelões, tendo-se obtido muito pouco resultado. Garrou a âncora (ferro de cepo com o peso aproximado de 500 quilos).

Espiaram-se também as âncoras dos batelões, obtendo-se um considerável esforço, pelo que se conseguiu que o navio andasse cerca de 30 metros.


O mesmo conjunto observado de proa


Auxiliava uma dragueta da JAPA no aprofundamento do canal, e as duas lanchas a motor já referidas, que rebocavam todo o conjunto, em marés adequadas.


A estrutura vista do convés
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Seguiram-se imensos contratempos: o tempo incerto e imprevisível, a chuva, a falta de perícia e de vontade do pessoal trabalhador, com excepção da tripulação do navio, conduziram a algumas peripécias, onde se inserem acidentes e ferimentos a que se juntaria a dificuldade de abastecimentos, que ocasionavam deficiente alimentação ao grupo de salvamento.

(Cont.)

Ílhavo, 8 de Maio de 2011

Ana Maria Lopes
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segunda-feira, 2 de maio de 2011

O lugre Maria das Flores - 1

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A construção do lugre Maria das Flores, no Bico da Murtosa, sempre me despertou bastante interesse. Havia, porém, pormenores, que me escapavam. Que procurei esclarecer antes de fazer a abordagem do acontecimento, apesar do empenhamento posto na acção.

Acreditava que, mais tarde ou mais cedo, viesse a descobrir a «chave» que me faltava. Assim foi. Veio-me praticamente parar às mãos. Partilhá-la com os interessados talvez não seja má ideia.

Segundo notícias do jornal da época, O Ilhavense, no dia 18 de Fevereiro de 1946, pelas 16 horas, num estaleiro do Bico da Murtosa, ter-se-á consumado o bota-abaixo do lugre de três mastros, com motor, construído em madeira, Maria das Flores.

Foi construído por José Maria Lopes de Almeida, construtor de Pardilhó, proprietário do referido estaleiro, para João Carlos Tavares, (de alcunha, João da Albina), residente em Estarreja.

O novo lugre tinha cerca de 50 metros de comprimento, por 10,30 m. de boca e 4, 85 m. de pontal. Deslocava cerca de 700 toneladas. A capacidade dos seus porões permitir-lhe-ia armazenar 10 000 quintais de bacalhau. Alojava 50 pescadores, servidos por 57 dóris, mais 11 tripulantes. Estava equipado com um motor de propulsão de 340 H. P. e mais dois motores auxiliares: um para a câmara frigorífica, e um outro para a produção de energia eléctrica.

Há muito tempo que no Bico não acontecia nenhum bota-abaixo de construção com envergadura. O último teria sido o lugre Maria da Conceição, em 1922, obra de mesmo Mestre Lopes de Almeida, e igualmente destinado à pesca do bacalhau (irá naufragar com água aberta, em 1929).

Por isso, segundo a mesma fonte, o acontecimento revestiu-se da maior solenidade.

A esposa do Sr. João Carlos Tavares deu-lhe o nome, e a filha mais velha partiu a simbólica garrafa de espumante, no costado do barco, após a bênção dada pelo Padre Miguel Henriques.

Tudo parecia decorrer dentro da normalidade.



O Maria das Flores na carreira


Mas, cortado o cabo da bimbarra, o navio, porém, não deslizou imediatamente, procedendo-se então aos trabalhos próprios de emergência, até que 45 minutos depois, o Maria das Flores deslizou na carreira para ir encalhar no lodo da ria.
A multidão, cerca de 2000 pessoas, aplaudiu, entusiasmada, acenando com lenços e batendo palmas de regozijo.
Mestre e proprietário foram muito felicitados; seguiu-se o habitual porto de honra servido aos convidados.

Foi primeiro comandante do Maria das Flores o Sr. Manuel Pereira Teles, imediato o Sr. Francisco Soares de Melo, contra-mestre, o Sr. Manuel Pires Júnior, motorista o Sr. José Pereira e cozinheiro, o Sr. Manuel José Rodrigues da Preta, todos de Ílhavo.

Houve grande cobertura jornalística relativamente ao evento, apresentando os principais jornais nacionais algumas disparidades no seu relato.

(Cont.)

Ílhavo, 2 de Maio de 2011

Ana Maria Lopes
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