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Esta simples e modesta embarcação, utilizada pelos lavradores do Baixo Vouga, é, na sua humildade, merecedora da nossa observação.
Há poucos anos, ainda podia ser vista, cumprindo a missão para que foi criada, transportando pessoas e alfaias agrícolas, através dos esteiros deste rio, para os férteis campos de milho e arroz.
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As medidas habituais são:
Comprimento…..+ ou – 5,00 m
Boca……………+ ou – 1,00 m
Pontal…………..+ ou – 0,30 m
Construía-se a partir das três tábuas do fundo, unidas por sete travessas, que funcionavam como cavernas. Este, de traçado fusiforme, é ligeiramente alargado na parte da popa.
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Nas extremidades, assentam dois blocos de madeira de forma triangular, com rebaixos para receber as tábuas dos costados. Estes pregam directamente nos lados do fundo e nos rebaixos dos blocos da proa e da popa. Para manter a curvatura dos costados, era aplicada uma forte bancada, um pouco a ré da secção mestra.
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Para fazer o meu modelo, utilizei madeira de choupo e a escala de 1/25 por entender a mais apropriada.
Lisboa, 29 de Março de 2010
António Marques da Silva
Fotografias – Arquivo da autora
Ílhavo, 5 de Julho de 2010
Ana Maria Lopes
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Boa tarde.
ResponderEliminarSem dúvida, não é por ser uma embarcação "simples" que tem menos interesse. É peculiar notar que por toda a Europa (pelo menos) surgem barcos deste tipo para funções de transporte fluvial e lagunar deste tempos antiquíssimos, fossem as grandes "barcaças" do império Romano, encontradas por exemplo na actual Holanda, ou os pequenos barquinhos fluviais que vi em museu cá na Polónia, "impressionantemente" semelhantes ao nosso conhecido... dóri bacalhoeiro. A única diferença para o dóri era ter só 2 pranchas laterais trincadas, em vez de 3 ou 4, sendo o restante igual, até painel de popa tinha e eram típicos de rios, a cerca de 400 km da costa.
Já Lixa Filgueiras comparava os dóris a pequenos barcos interiores do rio Douro, os "douros", dos quais infelizmente nunca descobri qualquer imagem.
Tal como estas patachas, fundos de pranchas não eram para andar no mar largo... tornando por isso o dóri e o seu "mestre" em heróis do Atlântico Norte. Bem, as antigas Cogas de cabotagem da Liga Hanseática, tinham fundo chato, mas este já seria outro tema.
Parabéns ao modelista, que já nos habituou a esta qualidade constante, especialmente pelos modelos que escolhe reproduzir.
Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
Pessoa amiga enviou-me um e-mail, que gostaria de tornar público, para todos partilharem da sua informação.
ResponderEliminarEsta embarcação é muito parecida com a barca do Rio Pranto, ou do arroz, utilizada no lado Sul do vale do Mondego, ao longo do rio Pranto, um afluente do Mondego.
Afinal, a economia e a agricultura das populações são o motor da tecnologia dos seus barcos.
Se quiser pode ver o site www.bordadocampo.com onde existem belas fotos da referida barca do arroz.
Cumprimentos
HNunes
Muito interessante, como sempre por aqui...
ResponderEliminarObrigada pelas suas considerações.
ResponderEliminarA pequena e singela patacha(com vários outros nomes) deu lugar a comparações curiosas. Claro que o vosso «barco d'água-acima» ou de «água-arriba» é bem maior, em todas as suas dimensões, mas não deixa de ter algo de idêntico.
Já consultei o endereço que me indica e gostei bastante de o rever.
Saudações marítimas.
Pessoa conhecida e amiga de ambos, incentivou o nosso trabalho:
ResponderEliminarEsta é uma das maneiras de preservarmos o património.
Com esse rigor (de ambos), as gerações vindouras poderão saber o que foi o nosso património náutico.
E afinal, é mais fácil preservar esses pequenos, mas rigorosos modelos, do que deixar apodrecer, sem dignidade, as embarcações.
Continuem.
Parabéns e um abraço para o Capitão Marques da Silva.
Se acha que a barragem de Pessegueiro do Vouga é Baixo Vouga... ainda há 3 ou 4 anos lá encontrei pelo menos duas...
ResponderEliminarAntonio Angeja