sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Bateira do Tejo de Marques da Silva



Na continuação da nossa “parceria”, mais um belíssimo e delicado trabalho do Capitão Marques da Silva.
Sempre que faz uma curta estadia na Gafanha da Nazaré, traz uma novidade, com texto e todos os aprestos. Fico encarregada da reportagem, depois de uma troca de impressões, sempre enriquecedora.

A bateira do Tejo, que, como sabemos, é uma filha das bateiras da Ria de Aveiro, levada para sul pelos pescadores ílhavos e varinos, por lá se tem conservado. Continuando a ser construída nos mesmos moldes, pouco alterou a sua forma original, muito bem adaptada pelos avieiros, que a aplicam na pesca do rio, com a arte de emalhar (tresmalho) e os galrichos, para as enguias.

Aspecto geral


Em certas épocas do ano, por necessidade de pesca, usam a bateira como casa. Arrumam as suas roupas na proa, onde se abrigam com o auxílio do tolde, esticado pelas varas e suportado por um arco de vime que fixa nas sarretas.

Como encontrei no Museu de Marinha um bom plano (vélico e de formas), resolvi fazer um modelo desta linda embarcação que representa fielmente a bateira do Tejo, de nome MARIA JOSÉ e matrícula L1431F, de cor azul.

Pormenor da proa


Pormenor da ré


Construi-o em madeira de choupo e tola e para o cavername e bancadas, usei a madeira de limoeiro.
Tem remos e vertedouro em madeira de tola, vela e toldo, em tecido de algodão.
Apliquei a escala de 1/25.
Plano de arranjo geral de José Pecegueiro Gonçalves, 1922; plano vélico de Luís Marques, 1989, ambos à escala de 1/25.

Características da bateira Maria José:
Comprimento – 8.00 metros
Boca – 1.65 m.
Pontal – 0,50 m.


António Marques da Silva

Mais uma para a colecção de bateiras, a que o hábil Amigo Marques da Silva se vem dedicando ultimamente. E não será a última.
Pensa fazer uma, bem da nossa Ria, que me “fala” especialmente. Aguardemos.

Fotografias – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 2 de Outubro de 2009

Ana Maria Lopes

3 comentários:

  1. Belíssima esta bateira do Tejo.
    Com uma perfeição de construção como é apanágio do Cap. Marques da Silva.
    Parabéns ao modelador e à repórter.

    Oliveira Martins

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  2. Modelo notável, especialmente porque não há muitos a dar valor aàs embarcações mais pequenas.

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