sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Romaria da Senhora da Saúde - 2009



Foi esta a machadada quase mortal que nos levou a ria para longe, sem grandes consequências benéficas, penso.

Dia de Festa em 1973


Se estiverem interessados, procurem mais dados, de romarias anteriores!

Para não deixar passar a Festa, em branco, recordo, em imagem, a primeira romaria da Senhora da Saúde, em 1973, em que a ria quase se não via, mesmo das varandas. Para os que já não conheceram como era a paisagem lagunar, a nossa ria espreguiçava-se até nós, nas suas águas calmas e mansas, numa quietude brilhante ou num farfalho inquietante e espumante provocado pela nortada fresca, até à vala, junto à muralha.

Os arcos da armação de há perto de 40 anos, à esquerda, e, no redondo do largo central, um dos últimos coretos, são os poucos testemunhos desta situação.

Mais um apontamento…

No Diário de Aveiro de 27 de Setembro de 2008, lia-se a seguinte notícia:

– Iniciados os festejos em honra da Nossa Senhora da Saúde, em 1837, vieram substituir a primitiva Festa de S. Pedro, em Ílhavo (que se tornou na Festa das Companhas), passando a ter data fixa, no último domingo do mês de Setembro.
Competia em popularidade com o S. Paio ou com o S. Tomé, na grandiosidade da animação dos festejos lagunares, no corrupio de gentes e na algazarra. Do norte do “Bico” ao sul da “Mota”, a Costa-Nova engalanava-se com o “estendal” de moliceiros.

Um bando de moliceiros! – 1933


Que beleza!...Só podem dirigir-se à festa!... Actualmente, nem um!...

Imagens – Arquivo pessoal da autora

Costa-Nova, 25 de Setembro de 2009

Ana Maria Lopes

5 comentários:

  1. É verdade... Eu também lá estive hoje e não os vi... aos moliceiros.
    A substituí-los encontrei filas intermináveis de automóveis; e em vez de arcos, barracas de feira, muitas, com toda a variedade de artigos, desde roupas a doçaria passando por quinquilharias de toda a raça e que nada têm a ver com a Nossa Senhora da saúde. Só lá não vi o homem da vermelhinha! Se calhar foi por ser dia de eleições.
    Valeu pois recordar como era antigamente. Mas... achei pobrezinho de fotografias, desta vez...
    JR

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  2. Também discordo bastante da machadada, até porque na altura, com 2 anos, já não me lembro de ver a ria ao pé das casas. As consequências não são nada benéficas, a não ser que alguém goste de ver o "espectáculo" de centenas de automóveis estacionados em cima da relva, ou onde calhava (como foi ontem). Por mim, nestas alturas, apetece-me ser contra o progresso (especialmente progresso do tipo "terceiro mundo"): deviam ser todos obrigados a estacionar na Gafanha e vir de barca. Mas, agora já nem barca há... Se conseguir chegar à reforma, prometo (e não sou político) que mando fazer uma barca, para prestar um serviço público decente e sem acidentes (mesmo com nevoeiro).

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  3. Caros Amigos:
    Agradeço os vossos comentários muito oportunos! Gostei!
    Mas sobre a actual Romaria da Senhora da Saúde, muito mais haveria que dizer:
    a desordem e o excesso de barracas, a descoordenação do trânsito, a falta de higiene dos comes e bebes disponíveis, a falta de segurança a todos os níveis e mais...
    Para mim, salva-se a Procissão, com alguns exageros, mas andores bonitos e adornados com primor (este ano), muita fé e ingenuidade saudáveis e o fogo de artíficio, que, embora "tenha queimado dinheiro", proporcionou um agradável espectáculo, com a conjugação de uma noite óptima e grande ajuda de uma ria cheia, extremamente calma, brilhante e e "sonhadora".
    Claro, o tranporte, em barca tradicional, para a Gafanha da Encarnação, torna-se indispensável.
    Será assim tão difícil?

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  4. Linda a primeira foto! Tão bem que me lembro desses "postes" de iluminação. Aqui, o inicio de uma nova era da Costa Nova. Dificil ficar indiferente... Era bom que voltasse a ver aquela pequena praia denominada por "biarritz", não só fui feliz aí, como em todos os cantinhos da Costa Nova.
    Nada hoje em dia é feito por amor... apenas a "facturação" interessa.

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  5. Boa tarde
    Como comentário a esta festa só posso contar uma história real.
    Consta, nos arquivos familiares, que em bébé era uma desgraça para andar.
    Após 2 anos de passar a Senhora da Saúde ao colo dos meus Pais, Avó e demais familiares, a minha Avó fez uma promessa que eu iria de S. joão, só com a pele de cordeiro em cima do corpo.
    Certo é que comecei a andar e a promessa demorou a ser cumprida.
    Já rapazote um dia lembrei-me da promessa que me tinham contado e disse à minha mãe que estava na altura de cumprir a promessa.
    Resultado voou o chinelo e eu não cumpri a promessa.
    Provavelmente se já fosse conhecida a burka ter-me-ião deixar cumprir a promessa.
    A Senhora da Saúde faz-me lembrar isto bem como os moliceiros carregados de melancias.
    A outros talvez também façam lembrar outras histórias que publicadas nos ajuadriam a sorrir um pouco.

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