Mais uma vez o indestrutível navio…
Millvina Dean, a última sobrevivente do naufrágio do Titanic, morreu, aos 97 anos, em Southampton, no lar onde decidira passar os últimos dias da sua vida, a 31 do passado mês de Maio. Com 97 anos, a 97 anos do naufrágio…
Ironicamente, quando os problemas financeiros do resto da sua vida haviam sido resolvidos pelos consagrados actores do film Titanic (1997) – Leonardo Di Caprio e Kate Winslet – que promoveram um fundo que lhe permitiria pagar a mensalidade da casa de repouso e as despesas médicas, expirou.
Millvina Dean
Há uns meses (18.10.2008), anunciara que iria leiloar todos os objectos que tinha, da época, para poder arcar com as suas despesas. E assim o fez. Millvina era, então, a única sobrevivente do Titanic, depois da morte da sua compatriota, Barbara Joyce Dainton, em 2007.
Dean tinha apenas dois meses quando seguiu a bordo do famoso navio, ao colo da mãe, tendo, mais tarde, contado a história da sua vida, pelos quatro cantos do mundo, mesmo sem ter memória exacta, propriamente dita, do sucedido.
A mãe e um irmão mais velho de Millvina sobreviveram, enquanto o pai perdeu a vida no terrível acidente, quando a família ia emigrar para o Kansas, nos Estados Unidos, para começar uma vida nova.
Os amantes do misticismo do Titanic, terão agora, na estação do Rossio de Lisboa, até ao início de Agosto uma grandiosa exposição para visitar, a que tenciono não faltar, para passar a conhecer mais alguns dos segredos do Titanic. Para mais informações, poderão consultar o site http://www.titaniclisboa.com/
O Titanic, famoso pelo luxo das suas instalações, era notável, também, para a época, pelas suas dimensões.
Modelo do navio, à escala de 1/350
Tinha 269,10 metros de comprimento, 28 de largura e 46,328 toneladas de arqueação, com uma altura da linha de água até ao tombadilho das baleeiras, de 18 metros.
As máquinas, accionadas a vapor, eram as maiores, construídas até então, com 28 caldeiras. Estas geravam uma pressão de 15 Kg/cm2, consumindo 728 toneladas de carvão em cada 24 horas. O vapor produzido accionava as turbinas Parsons, que desenvolviam 51 000 hp e impulsionavam o navio a uma velocidade máxima de 23 nós.
Podia transportar um total 3 547 pessoas, entre passageiros e tripulação.
Curiosidade:
A partida de Southampton, a 10 de Abril de 1912, não aconteceu sem incidentes – assim que os rebocadores começaram a afastar o Titanic do cais, a água deslocada provocou a quebra de amarras de outro navio, o New York, que se aproximou do Titanic, faltando apenas pouco mais de um metro para que os dois colidissem.
Erro fatal:
Indubitavelmente, o navio mais luxuoso que alguma vez cruzara os oceanos, não reunia um dos aspectos mais importantes do projecto – a segurança.
Levava 3 560 coletes salva-vidas individuais, mas apenas 16 baleeiras (para 1 178 pessoas), das 64 previstas pelo primeiro desenhador, que teriam sido suficientes para salvar os 3 547 passageiros.
Mas, como o mito da indestrutibilidade do Titanic era tão radical, assim aconteceu…
Os últimos momentos do Titanic, segundo um dos sobreviventes:
“O navio levantou-se lentamente, girando sobre o seu centro de gravidade, para adoptar uma posição vertical e ficou imóvel!
As luzes, que tinham permanecido acesas durante toda a noite sem falharem, apagaram-se de imediato, voltaram a acender-se e, finalmente, desapareceram para sempre…
O Titanic estava direito como uma coluna e descia a pouco e pouco para se afundar definitivamente… Os gritos dos náufragos, que a princípio eram fortes, enfraqueceram lentamente, até cessarem por completo.”
Se puder, não perca, no Espaço Rossio, em Lisboa, mais uma exposição majestosa e histórica, espero.
Postal e fotografia do navio – Arquivo pessoal da autora
Ílhavo, 9 de Junho de 2009
Ana Maria Lopes
OLÁ DRA BOA NOITE , TERRIVEL ESTA HISTÓRIA QUE FOI REALIDADE ,MAS AO LER ARREPIA PORQUE NOS MARES DOS GELOS NÃO PODIA HAVER DESCUIDOS E NO TITANIC FALTOU RESPONSABILIDADE MAS, JÁ VI TANTA COISA NO MAR QUE QUASE NÃO TENHO AUTORIDADE NENHUMA PARA FAZER CRITICA ,PORQUE JÁ PASSOU POR MIM MUITAS COISAS E ALGUMAS DE ARREPIAR ,PORTANTO NA ALTURA FOI TERRIVEL E HORROROSO MAS ÉRA O TEMPO QUE ÉRA E AINDA HOGE ACONTESSEM COISAS QUE MEDIANTE O AVANÇO DA TECNOLOGIA JÁ SE PODIA IVITAR MAS ? OS MEUS COMPRIMENTOS ...JAIME PONTES
ResponderEliminarComo sempre, quando se acaba uma grande obra olha-se mais aos prazos que aos pormenores de segurança. Alguns estão bem relatados no artigo.
ResponderEliminarQuando o "Titanic" foi construido havia já grandes conhecimentos de construção naval em ferro. O mesmo não se passava quanto aos conhecimentos em metalurgia. Uma amostra de chapa retirada do casco afundado revelou a existência de grande percentagem de fósforo na composição da liga. Isto proporciona uma chapa de extrema dureza mas que se torna quebradiça ao choque. Este facto não foi tomado em consideração quando da construção. Deste modo o impacto no gelo teve consequências maiores do que teria nos dias de hoje.
Podemos verificar os cascos dos nossos arrastões que pescam no gelo em que o impacto põe a descoberto o local de todas as balizas sem no entanto rasgar a chapa que se deforma entre elas.
Isto é só um exemplo, as proporções são outras. Mas um estudo científico provou este erro que foi uma porta que se abriu para um futuro com mais segurança no mar. Só que à custa de muitas vidas. É o preço do progresso.
João Marçal
Caro Amigo Marçal:
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário.
Está-se sempre a aprender.Tanto mais que agora, em Lisboa, visitei a terceira exposição sobre o Titanic, em que foi possível tocar num bocado de casco preservado. Já o imagino com outros olhos.
É uma realidade cheia de misticismo. Pena foi que, de facto, tenha sido à custa de tantas vidas!
A exposiçao estará aberta durante todo o mes de Agosto, nao havendo ainda data definida para o seu encerramento.
ResponderEliminarAtençao ás promoçoes! Há varias maneiras de obter descontos! ;)))